11/05/2025
Os especialistas dizem que a mãe ideal é aquela que cria bem os filhos e, com o tempo, se torna desnecessária.
Pois bem, minha mãe (in memoriam), do jeito dela, fez exatamente isso: criou os filhos para que pudessem caminhar com as próprias pernas. E conseguiu.
Mas isso não significa que eu não sinta falta do seu acolhedor “vai passar”.
Agora é a minha vez.
Meu momento também está chegando.
Estou me tornando desnecessária.
Meus filhos cresceram, são adultos, homens íntegros, fazem boas escolhas, enfim, bem criados.
E eu? Como lido com isso?
Com a satisfação de saber que cumpri meu papel…
Embora, às vezes, sinta aquele vazio de quem está encerrando um ciclo.
Talvez com um pouco dos dois sentimentos.
Eles estão se encaixando dentro de mim, e estou aprendendo a viver esse novo tempo.
Sinto alegria ao vê-los criando asas, seguindo seus caminhos.
Mas também sinto um aperto no coração, o da saudade que se aproxima.
Sempre lutei para respeitar as escolhas deles, mesmo com a vontade constante de opinar, de perguntar se está tudo bem.
Já evoluí: não pergunto a toda hora onde estão ou o que estão fazendo, ainda que a preocupação siga presente, silenciosa.
A terapia sempre foi uma aliada, me ajudou a compreender o processo de “me tornar desnecessária” e, agora, a lidar com o fato de ser.
Tenho certeza de que muitos que leem estas palavras vão se reconhecer nelas.
Essa reflexão faz parte da minha vida e, certamente, da vida de muitos.
Ah, como eu gostaria de ainda ter minha mãe por perto… só para ouvir dela:
“Está tudo bem ser desnecessária. Isso é bom.”
Feliz Dia das Mães. 💐