21/11/2024
Depende! Se você quer ter uma vida na qual não se arrependa e que sinta que vale a pena, precisa sim!
Precisa sim, entender suas feridas e transformar a relação que tem consigo mesma e com o mundo ao seu redor. Falar inúmeras vezes sobre os desafios, as dificuldades e os traumas não é exagero. É um processo necessário para dar nome ao que dói, compreender o impacto dessas experiências e, aos poucos, começar a ressignificá-las.
Traumas e dores emocionais não desaparecem simplesmente porque são ignorados ou “deixados para lá”. Pelo contrário, tudo aquilo que não é expresso encontra uma forma de se manifestar — seja em explosões de raiva, na sensação constante de esgotamento ou até mesmo em questões físicas, como dores e doenças psicossomáticas. Repetir histórias, revisitar memórias e até parecer um “disco arranhado” na terapia ou em conversas seguras é uma forma de elaborar essas experiências.
Cada vez que você fala, algo muda. O peso do que antes parecia insuportável pode diminuir. Você se escuta e começa a se enxergar com mais clareza. Repetir, relembrar e revisitar são processos que dão espaço para identificar padrões de comportamento, entender crenças limitantes e, aos poucos, reconstruir uma narrativa mais leve e verdadeira sobre quem você é.
Falar também é uma maneira de se conectar com os outros. Quando você compartilha suas dores, permite que pessoas próximas compreendam melhor sua jornada, criando espaço para empatia, acolhimento e suporte. E, em ambientes terapêuticos, essas falas constantes ajudam o profissional a te conhecer em profundidade, abrindo caminhos para intervenções mais assertivas.
Portanto, sim, precisa de tudo isso. Precisa falar, repetir, chorar, refletir, questionar e, às vezes, até parecer que você está “andando em círculos”. Porque é nesse movimento que a cura acontece. Não há atalhos para um processo de autoconhecimento e superação. O que existe é a coragem de encarar as sombras, uma fala de cada vez. E esse processo, por mais desafiador que pareça, sempre vale a pena.