14/10/2025
Esperar que o outro adivinhe nossas necessidades é, na verdade, uma armadilha emocional. Quando projetamos no parceiro a expectativa de que ele saiba o que queremos sem que precisemos dizer, estamos idealizando uma conexão impossível. Essa atitude nasce, muitas vezes, do desejo de sermos compreendidos plenamente, mas também de uma dificuldade em expressar o que sentimos e precisamos — algo que pode estar ligado à infância, onde fomos pouco escutados ou compreendidos.
Nas relações amorosas, a comunicação é o que sustenta a troca genuína. Esperar que o outro adivinhe é abdicar do diálogo e da clareza, e isso inevitavelmente gera frustração. O silêncio alimenta a distância, e o ressentimento cresce quando nossas expectativas não são atendidas — mesmo que nunca tenham sido comunicadas. Falar sobre o que se sente e precisa não é sinal de fraqueza, mas de maturidade emocional.
Por fim, compreender que o outro não tem o poder de “ler nossa mente” é um passo importante para relações mais saudáveis. Expressar-se com honestidade é uma forma de cuidar de si e do vínculo. Quando conseguimos dizer o que nos afeta e o que esperamos, diminuímos o espaço da frustração e fortalecemos o amor real — aquele que se constrói no diálogo, e não na adivinhação.