21/05/2025
Na internet, um vídeo com um bebê reborn costuma ganhar milhares de curtidas. As pessoas se encantam, se comovem, compartilham. Mas por trás daquele 'boneco realista' pode existir uma dor invisível.
Nem sempre aquilo que parece "fofo" ou "curioso" nas redes sociais é apenas entretenimento. Muitas vezes, por trás de um bebê reborn pode estar uma história de perda, um luto não elaborado, um vazio tentando ser preenchido.
Esses bonecos hiper-realistas, para algumas pessoas, representam mais do que uma brincadeira ou coleção. São tentativas de ressignificar traumas, vivências dolorosas como a perda de um filho, infertilidade, solidão ou até transtornos emocionais.
Antes de julgar, rir ou comentar levianamente, vale lembrar: cada ser humano carrega suas próprias batalhas internas, muitas vezes invisíveis aos olhos.
Saúde mental é coisa séria. Se o bebê reborn se torna companhia constante, substituição de relações ou fonte de sentido de vida, talvez seja hora de buscar ajuda psicológica. Terapia é cuidado, é reparo, é caminho para lidar com feridas que não cicatrizaram sozinhas.
Mais difícil ainda é pensar que, enquanto isso, há milhares de crianças reais esperando esse mesmo cuidado e afeto. Crianças dentro de seus próprios lares, pedindo atenção, amor, colo e presença. Crianças reais, vivas, que muitas vezes estão sendo ignoradas, enquanto o afeto é projetado em algo que simula a vida, mas não é vida.
Que tal praticar mais empatia, mais escuta, mais acolhimento? O que nos parece estranho pode ser, para alguém, uma forma de sobreviver à dor.