30/11/2017
Vamos falar sobre pós parto? Deixe o seu depoimento
Meu pós-parto não foi fácil. O pós-parto nunca é fácil. Mas não pode falar, né? Tem que estar feliz.
Tem que ter lembrancinhas cheirosas para as visitas e um bebê rosado dormindo como um anjo. No berço, tá? Se for na sua cama está errado.
Como eu gostaria que alguém tivesse me chacoalhado e me dito algumas verdades, apenas para não achar que eu era a errada da situação.
Então, hoje me dirijo à você, recém-mãe de primeira viagem...
Eu poderia te dizer que é assim mesmo, que tudo vai melhorar, que essa fase vai passar.
Mas isso para você, agora, não ameniza em nada o caos no qual sua vida se transformou.
Amamentar não é intuitivo, dói, mãe e bebê parecem não se entender, é difícil...e ninguém te contou. E ainda tem gente dizendo que seu leite é pouco, não sustenta. Ou se você precisar complementar com fórmula, também vai ter o exército do aleitamento para te crucif**ar.
O bebê chora, você chora junto. Você também precisa (muito) de colo, mas ninguém parece perceber nem que você está ali, quanto mais que precisa de colo.
“Não f**a triste que vai passar isso pro bebê”...você revira os olhos e desconfia que as redes de proteção nas janelas não sejam para as crianças.
Você vai f**ar uns meses sem dormir, vai atingir um grau de cansaço que nem sabia que existia, vai virar um zumbi cuidador de bebê.
Não existe mais dia e noite, existe: bebê dormindo e bebê acordado. Não existe horário no relógio, existem intervalos de mamadas.
Corpo estranho, cabelo preso, pijama o dia inteiro, peito dolorido pingando leite...e às três da tarde você lembra que nem os dentes você escovou ainda.
"Meu bebê é lindo e saudável, eu deveria estar feliz! Que bicho estranho que eu sou por estar aqui depressiva, chorona e desesperada?" Você não é um bicho, você é uma mãe. Mas uma mãe tão novinha em folha quanto seu pequeno bebê, que não sabe nada de nada e está aprendendo a pilotar o avião em pleno ar.
Além de tudo, pessoas vão e vem da sua casa, interferindo num momento complicado, recluso, dando palpites irritantes e opiniões que você não pediu. Sim, é um momento de reclusão. Vocês dois precisam de PAZ.
Você até esquece que existe um mundo lá fora, onde as pessoas vão aos shoppings, almoçam, trabalham, cumprem prazos.
É isso: um confinamento regado a muito choro, inexperiência e insônia.
Você quase esquece quem você é. Ou era.
O marido, coitado, está mais perdido que você.
Como não enlouquecer?
Eu não tenho essa resposta.
O que posso e quero te dizer, de mãe para mãe, com todo o meu coração:
1 – Você não está sozinha. Estamos todas juntas, num pequeno barco em meio à tempestade chamado MATERNIDADE.
2 – Conheça e conforte seu bebê. Fique com ele no colo o tempo que você e ele quiserem. Ele precisa. É tudo novo, desconfortável e quase tudo dói. Você é a mamãe dele, ele só conhece você nesse mundo todo. Seu cheiro, sua voz, seu aconchego. Cansa. Muito. Mas dê à ele seu colinho, mamãe. Se está ruim para você, está pior pra ele, pode acreditar.
3 – Tenha paciência com a amamentação. Se precisar, procure ajuda profissional. Vocês vão se entender e chegar à um equilíbrio delicioso. Mas saiba também que não é para todas e cada uma tem seu limite. Se necessário, complemente sem remorso ou medo.
4- As cólicas provavelmente virão. Tudo que você poderá fazer é tentar aliviar esse desconforto e ter paciência até que esse período passe (pegue dicas com amigas, posso te ajudar com algumas se quiser).
5- Essa melancolia, tristeza e solidão que às vezes você sente é completamente normal. Também passa, mas você precisa querer. Precisa se ajudar.
6 – Ouça seu coração e sua intuição mais do que qualquer outra pessoa ou opinião. Você não tem a experiência, mas o filho É SEU.
7 – Se necessário, restrinja SIM as visitas. Seja chata, seja o que for, mas não sofra apenas para que as pessoas possam ver seu bebê.
8 – A maioria das pessoas tem boa intenção, mesmo quando fazem comentários inadequados. Na medida do possível, releve.
9 – Escolha um pediatra de sua confiança e uma ou duas pessoas para escutar. Ou você se perderá com tantas orientações.
10 – Esqueça um pouco os livros e tudo que você leu sobre rotina. O CERTO é o que funciona dentro da SUA realidade. E pronto.
11 – Sua vida vai voltar à normalidade, dentro agora do contexto de mãe.
12 – Você vai SIM, dar conta. Todo mundo dá, porque você seria a diferente?
13 – Tome um BOM BANHO, todos os dias. Deixe o bebê com o pai ou a avó e tome um banho decente.
14 – Você vai voltar a se sentir bonita. Seu corpo vai voltar, sua pele vai melhorar. Mas não é agora. E não é o momento de pensar nisso. O momento é de priorizar outras coisas. Isso vai acontecer naturalmente.
15 – Cada bebê é único. Por isso, novamente, conheça seu bebê. Estes primeiros meses são de conexão entre você e seu filhote. Pegue dicas com outras mães e adapte ao que funciona para vocês. Jamais o compare.
16 – Você mudou, para sempre. Dê-se tempo para entender a “nova você”. Isso demora um pouco.
17 – Tudo bem sentir saudade da “você de antes” ou da sua vida de antes. Não se sinta mal por isso.
18 – O casamento vai balançar, mas os dois terão que ser mais unidos do que nunca para passar por isso. Vai parecer uma crise, mas é só uma fase de adaptação.
19 – O pai não ajuda, o pai CRIA JUNTO. Inclua seu marido na rotina, faça-o participar. Isso não é algo que eles façam voluntariamente, pois provavelmente se sentirão excluídos e um tanto acomodados também. Você não tem que segurar a onda sozinha. NUNCA.
20 – VAI PASSAR. Tenha essa frase como seu mantra diário. Acredite. VAI PASSAR.
Texto tirado da fanpage "Enquanto meu filho dorme"
Autoria: Hatanne Drummond Sardagna
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