06/07/2015
EXTRATO DE INHAME: UMA "JOIA" DA ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL
Parente da mandioca e da batata doce, o inhame é fonte de:
1. Carboidratos ricos em fibras solúveis (de baixo índice glicêmico);
2. Vitaminas como, A (combate infecções e protege a vista contra a degeneração macular), C (antioxidante: combate os radicais livres e o envelhecimento precoce) e do Complexo B (fortalece o Sistema Nervoso e auxilia na contração muscular);
3. Sais minerais como cálcio, fósforo, ferro (combate a anemia e fortalece o organismo) e potássio (protege o Sistema Cardiovascular);
4. Fitoquímicos como o betacaroteno (potente agente antioxidante) e o fito-hormônios da classe das lignanas: a Diosgenina.
Suas fibras solúveis promovem saciedade, auxiliam no bom funcionamento intestinal e protegem o organismo contra dislipidemias e diabetes, ao “atraírem” os sais biliares e as moléculas de glicose, auxiliando no controle dos níveis sanguíneos de LDL (o “mau colesterol”) e de glicose (controla a glicemia, protegendo contra o Diabetes Mellitus);
A atuação do fito-hormônio Diosgenina, que há muito tempo vem sendo utilizado pelas indústrias farmacêuticas, vai muito além do papel de hormônio, pois atua também diminuindo a absorção intestinal do colesterol e aumentando sua excreção. Estudos com animais demonstram que a Diosgenina atua, também, para melhorar o perfil lipídico (redução dos níveis plasmáticos e hepáticos do colesterol) e contribui para reduzir o processo oxidativo (aumento da presença de enzimas antioxidantes, que combatem os radicais livres).
PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS DO INHAME
Pesquisas realizadas por grandes Universidades, sobre as aplicações medicinais do inhame e quanto à experiência no seu uso elevaram o vegetal à categoria de alimento funcional. Hoje, o inhame é recomendado no tratamento de doenças, como reumatismo, artrite, artrose, ácido úrico elevado, sinusite, viroses, micoses e hemorroidas, deixando bem claro que suas propriedades terapêuticas vão muito além de beneficiar mulheres em menopausa.
Na verdade, ao combater inflamações e infecções diversas, o inhame fortalece o organismo para o combate às doenças, ou seja, seu consumo melhora o funcionamento do Sistema Imune e a qualidade do sangue, graças aos seus poderes depurativo e desintoxicante: altamente recomendado na prevenção de doenças como dengue, malária e febre amarela. Realmente, o inhame auxilia na eliminação das toxinas do sangue, as quais são excretadas, através da pele, dos rins e do intestino, comprovando a afirmação da cultura popular que diz: “o inhame limpa o sangue”.
A Medicina Natural afirma que o emplasto de inhame puxa tudo: furúnculos, abcessos, quistos sebáceos, verrugas, espinhas insistentes, unhas encravadas, farpas ou cacos de vidro que entram nas mãos ou nos pés, além de desinflamar cicatrizes, eliminar o sangue pisado de contusões, abscessos e tumores e “agir” para baixar a febre. Durante muito tempo, o emplasto de inhame foi empregado no tratamento contra Sífilis.
O emplasto de inhame pode ser empregado imediatamente após fraturas ou queimaduras para evitar inchaço e dor, e também em processos inflamatórios de hemorroidas, apendicites, artrites, reumatismos, sinusites, pleurisias, nevralgias, neurites, eczemas. Em caso de tumores no seio ou em locais junto à pele, o emplastro de inhame deverá ser aplicado durante uma semana antes da cirurgia: irá atrair toda substância semelhante que houver no interior do corpo.
COMO CONSUMIR O INHAME?
O inhame pode ser consumido das seguintes formas, como segue:
1. Cozido: com casca e inteiro, no v***r ou na pressão. Depois de cozido, descascar, temperar com salsinha picada, gengibre moído e azeite de oliva;
2. Pode fazer parte de receitas de sopas, cremes, purês, pães, bolos, assados, ensopados, biscoitos, tortas e de diversos outros pratos culinários;
3. Cru em saladas: basta ralar, temperar com azeite, sal e limão. Se desejar, pode acrescentar outros vegetais, ervas ou cereais em grãos;
4. Cru em sucos: descascar, ralar, coar e adicionar a sucos de hortaliças com limão; ou adicionado a sucos de abacaxi ou de maçã com limão;
5. O extrato ou leite de inhame é um dos ingredientes que, como: os leites de cereais, sementes e oleaginosas, a biomassa de banana verde e muitas farinhas de cereais, hortaliças e frutas, não podem faltar na Culinária Funcional. Esse extrato pode ser utilizado no preparo de diversos pratos que, além de nutritivos e saborosos, são funcionais: protegem o organismo contra doenças.
MAS, O INHAME PODE SER CONSUMIDO CRU?
O inhame contém ácido oxálico, uma substância química também presente em alimentos como a beterraba, o espinafre e diversos outros. Ao contrário do que muitos acreditam esse ácido não é tóxico, não prejudica a Saúde Humana e o fato de o alimento ser consumido COZIDO ou CRU não o elimina, apenas pode suavizar essa "sensibilidade" para alguns indivíduos.
Quando um alimento rico em ácido oxálico é consumido cru, por indivíduos mais sensíveis a esse ácido, poderá ser notada uma sensação de “coceira” em lábios e boca. Nesse caso, vamos levar em conta dois pontos importantes:
1. Algumas pessoas relatam sentir ardência ou queimação, ao ingerir o inhame cru – na verdade, trata-se de uma leve sensação de “coceira” (a mesma que podemos sentir ao ingerirmos salada de espinafre cru ) acontece pelo contato da mucosa com o ácido oxálico, e o “grau da coceira” irá depender da quantidade de ácido oxálico presente e da individualidade bioquímica (sensibilidade) de quem ingerir o alimento: o quanto houver do ácido no inhame ou espinafre, etc., consumidos (a composição química dos alimentos varia de acordo com o solo e os cuidados durante plantio, colheita, armazenamentos, etc...); quanto mais ácido oxálico estiver presente no alimento ingerido (e quanto maior for a sensibilidade do indivíduo que o consumir), maior é será a “coceira” sentida.
2. Outro fator a ser considerado é a biodisponibilidade de metais - isto é, quando inhame, espinafre e muitos outros vegetais são consumidos crus ou cozidos, juntamente com outros alimentos, poderá ocorrer uma redução na absorção de micronutrientes como cálcio, ferro, zinco (signif**a: redução da biodisponibilidade desses metais pela presença de fatores antinutricionais, oriundos de: ácido oxálico, ácido fítico e outros componentes presentes nos vegetais).
Na verdade, o ácido oxálico e o ácido fítico estão presentes, naturalmente em diversos alimentos de origem vegetal. Porém, embora seja “alardeado por alguns que estes possuem princípios antinutricionais”, diversos Estudos Científicos demonstram que há certo exagero nesta afirmação.
A absorção de nutrientes a partir de vegetais corre de forma satisfatória, a despeito da presença de alguns dos “possíveis fatores antinutricionais”, quer seja desses ácidos ou de outros componentes, uma vez que outros ácidos orgânicos presentes nos alimentos equilibrariam a equação (a Natureza é sábia). Uma boa prova disso reside no fato de haver muitos indivíduos que “escolheram comer eminentemente vegetais” e muitos são “crudívoros” (ingerem apenas crus): deveriam apresentar déficits nutricionais expressivos (principalmente de minerais), o que, definitivamente, não acontece.
Portanto, não há nenhum ingrediente tóxico no inhame, bem como não há perigo em ingeri-lo cru. Provavelmente, o fato de gerar “coceira” pode “fazer crer” a alguns que não seja recomendável ingeri-lo cru, o que não é verdade.
PREPARO CASEIRO DO EXTRATO OU LEITE DE INHAME
Ingredientes
- 4 inhames Médios
- 2 litros de água filtrada
Preparo
1. Descascar, picar em cubos, os inhames e deixar de molho em 1 litro da água, por 8 horas;
2. Após as 8 horas, escorrer os inhames e descartar a água;
3. Bater os inhames cortados, no liquidif**ador com a água filtrada restante, em velocidade máxima, por uns 4 minutos;
4. Coar em pano de prato limpo, espremendo bem, e recolher o leite obtido em uma garrafa de vidro;
5. Conservar em garrafa de vidro por até 5 dias na geladeira;
6. Não descartar o resíduo do leite, o qual poderá ser utilizado em massas de biscoitos e tortas, sopas ou para engrossar molhos. Dessa forma, você pode também poderá usufruir de toda a fibra presente;
7. Caso você seja muito sensível ao ácido oxálico, experimente aferventar o leite, antes de consumi-lo;
8. E, para utilizar o extrato obtido, além de enriquecer e complementar sucos e vitaminas em geral...
Use sua criatividade, para a qual: o céu é o limite!
Maria das Graças Teixeira
Química e Nutricionista Clínica Funcional
Diretora da MGT Nutri.
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