
14/02/2023
Uma em cada cinco crianças tem algum tipo de tique por um período de tempo. Muitos destes tiques são leves e frequentemente não são reconhecidos como um distúrbio pelos pais e médicos.
Os Transtornos de Tique são Transtornos do Movimento que podem ser motores ou vocais. Fazem parte dos Transtornos de Neurodesenvolvimento e são categorizados em: Sindrome de Tourette, Transtorno de Tique Motor ou Vocal Persistente, Transtorno de Tique Transitório, Outro Transtorno de Tique Especificado e Transtorno de Tique Não Especificado.
Uma revisão sistemática e metanálise de estudos realizados entre 1985 e 2011 encontrou prevalência de 2,99% para Transtorno de Tique Transitório em crianças. Para Tourette, a prevalência foi de 0,77% na população jovem, sendo 1,06% para meninos e 0,25% para meninas; para adultos a prevalência foi de 0,05%, sem diferenciar os sexos.
Os tiques costumam se iniciar entre os 4 e 6 anos de idade, com um pico de gravidade entre os 10 e 12 anos. Na adolescência e no início da vida adulta há uma tendência de diminuição da intensidade e da frequência dos sintomas.
Com base na investigação, uma conduta adequada pode ser instituída. Uma parte fundamental e inicial do tratamento é a psicoeducação. São compartilhadas com o paciente e com a família informações sobre as características do Transtorno de Tique, incluindo a base neurobiológica, o curso, o padrão flutuante, a influência de fatores ambientais e o espectro de condições neuropsiquiátricas associadas. O acesso a essas informações propicia uma melhor compreensão do transtorno, aumenta a percepção dos sintomas e facilita a aceitação do quadro por parte da criança/adolescente e seus familiares. Orientação aos professores e adaptações no contexto escolar podem ser necessárias.