21/07/2025
"Mas a mamografia não causa câncer de mama?"
Essa dúvida, infelizmente, ainda é comum — inclusive entre alguns profissionais de saúde.
A origem desse medo está na radiação ionizante usada durante o exame. Como qualquer tipo de radiação, ela realmente pode causar alterações celulares quando em doses extremamente elevadas.
Mas aqui está o ponto-chave: a dose de radiação de uma mamografia é extremamente baixa — cerca de 0,4 mSv, o que equivale a aproximadamente 7 semanas de exposição natural ao ambiente (como a radiação que recebemos do sol, por exemplo).
Para colocar em perspectiva:
➡️ Uma única tomografia de abdome, por exemplo, pode emitir até 10 mSv.
➡️ Um voo de 10 horas em altitude comercial emite 0,03 mSv.
Isso significa que, mesmo fazendo mamografias anuais ou semestrais por muitos anos, o risco de desenvolver câncer induzido por radiação é praticamente inexistente.
Estudos científicos sérios, revisados por pares e promovidos por instituições como a American Cancer Society, o National Cancer Institute e a Sociedade Brasileira de Mastologia, são unânimes:
👉 A mamografia não é um fator de risco para o câncer de mama.
Muito pelo contrário: é uma das maiores ferramentas de prevenção e rastreio precoce disponíveis na medicina moderna.
Infelizmente, há ainda quem compartilhe desinformação — seja por medo, desconhecimento ou até por má interpretação de estudos antigos e desatualizados.
E há também a questão dos protocolos de saúde pública, que muitas vezes orientam a realização do exame com base em critérios populacionais, não individuais.
Mas isso não significa que o exame seja perigoso. Significa apenas que, no sistema público, o rastreio precisa priorizar grupos de maior risco estatístico.
A verdade é simples: a mamografia é segura, eficaz e salva vidas.
Combater mitos como esse é uma questão de saúde pública.
Se você já ouviu alguém dizer que "mamografia dá câncer", envie esse post.
Dra. Renata Brondi
Médica Mastologista & Oncoplastia
CRM-SP 134665 RQE 49299