03/11/2025
Por que o abandono dói tanto?
Do ponto de vista psicanalítico, a dor do abandono toca uma ferida originária: a do desamparo. Freud já nos lembrava que o ser humano nasce absolutamente dependente — o bebê precisa do outro não apenas para sobreviver, mas para existir simbolicamente. É no cuidado, no olhar e na presença do outro que o eu se constitui. Por isso, cada experiência de perda reativa algo muito mais antigo: o medo de deixar de ser amado, de desaparecer do campo do desejo do outro.
O abandono fere o eu porque o confronta com sua falta de controle sobre o amor e o desejo. Ele desmascara a ilusão narcísica de que é possível ser indispensável, de que se pode garantir o lugar no coração do outro. Quando o outro vai embora, o sujeito se depara com o vazio de não saber quem é sem esse olhar que o sustentava.
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