06/05/2025
Me despeço de uma das pessoas mais importantes da minha vida.
Mas como dizer adeus a alguém que foi mais do que presença? Que foi abrigo, foi guia, foi amor em forma de gente?
Seu Coelho e Dona Nilda entraram na minha vida pela porta da terapia ocupacional e eu nunca poderia imaginar que ali nascia uma das conexões mais profundas e verdadeiras que já vivi.
Com o tempo, ele foi deixando de ser paciente, para se tornar amigo. De amigo, virou família. E, sem pedir licença, foi ocupando o lugar de pai no meu coração.
Ele me viu em dias bons e em dias péssimos. Me viu caindo, me viu tentando. Me viu recomeçando tantas vezes… e em todas elas, estava ali. Sem julgamento, só com aquele olhar sábio e aquela fala mansa que dizia tudo o que eu precisava ouvir.
Ele sempre sabia. Era pra ele que eu ligava quando o mundo pesava, quando tudo parecia desandar. E ele, com sua sabedoria, com aquele jeito tão dele, me fazia ver as coisas de outro jeito.
Quantas vezes me sentei naquela cadeira só pra ouvir. Só pra aprender. Só pra estar perto.
Quantas histórias, quantas risadas, quantos silêncios confortáveis.
Quantos almoços, quantas caminhadas, quantos abraços.
Com ele, cada momento era cheio de vitalidade, de história e conversa!
Eu tive a sorte de dividir com ele tantos dias e tantas memórias. De vê-lo ser avô para os meus filhos e não só no nome, mas no afeto, no vínculo, na presença.
Eles também tiveram esse privilégio: crescer amando e sendo amados por ele.
Eu tive a sorte de ser amada por ele como uma filha.
De aprender com ele sobre generosidade, escuta, paciência, coragem.
De ser lembrada, respeitada, cuidada.
É difícil aceitar que agora ele não está mais aqui.
Mas tudo o que ele deixou em mim, nos meus filhos, em todos que o amaram isso ninguém tira.
Seu amor foi do tipo que atravessa o tempo, e eu vou carregar comigo cada palavra, cada gesto, cada ensinamento.
Seu Coelho me marcou pra sempre.
Obrigada.
Por ter ficado, por ter sido, por ter me amado como só os pais de verdade sabem amar.
Você foi, é e sempre será parte da minha história.
Te levo comigo. Todos os dias.