11/05/2022
Do criar-se de si mesmo
Não saber que caminho tomar, que perspectiva enlaçar, por onde ir. Que há no mundo além de suas incógnitas absolutas e seus perpassos grandiosos. Um eterno contestar, de um corruptor duvidar, que abocanha qualquer pensamento desregrado e frouxo, corroendo-o ao ponto de seu máximo alcance, destacando-o por entre as mentes pacatas e medíocres.
Que há de belo na vida, senão sua própria indecibilidade - incógnita dos anjos, perfazem dos demasiados córregos da existência.
Tantos afetos, tantas possibilidades, tantas personas, tantos futuros e não futuros. Por qual se tornar real? Quanto custa tal atitude? A de escolher diante do indescritível, e tomar um único trajeto, estreito e solitário, inteiramente desconhecido, não trilhado por qualquer outro humano. Temos aqui a vida humana em sua essência pura - um eterno criar por entre histórias, um verídico decidir constante por entre as intuições e correntes afetivas que nos induzem, como que sem poder algum de contradição, o nosso destino.
Destino? Que será isso? Um mero conceito ou o real valor de nossa atemporal estadia? Que sobrará de nossos feitos? De nossas dores? De nossos sacrifícios?
Oh! Sacrifícios! Não existirá vida alguma sem este bálsamo dos deuses! O sacrifício! Grande remédio e diretor dos grandes homens, das reais aves de rapina, que operam em outro plano da consciência humana, desprendidos do mero limitar-se por ninharias.
Oh! Humano! Quão denso deverá ser nossa jornada? Quão signif**ativa deverá ser nossas caminhadas? Afinal, se não tomarmos as rédeas da vida… ora ora, meus caros, a vida se tornará a maior das corrupções, o pútrido dos alimentos, o amargor dos demônios, a última ninfa dos desalmados.
Oh! Uma vida sem nome, sem desejo, sem escolhas, sem feitos, sem desejo, sem afetos… não é uma vida! Nem mesmo um projeto de vida… É apenas destilado do excremento dos deuses.
Que há de esperar da vida? Ou melhor, que há de se criar da vida?
De mim para o despertar?
Gabriel Alvarenga Graça