27/09/2025
Muitos pensam que a palavra “Down” na Síndrome de Down significa atraso. Não esta correto. O nome vem de John Langdon Haydon Down (1828-1896) — um médico britânico que enxergou humanidade onde o mundo via apenas abandono.
Nascido em 18 de novembro de 1828, em Torpoint, Cornwall, John cresceu rodeado por livros e frascos de remédio: Era filho de uma família de farmacêuticos.
Foi em 1858, ao ter o posto de superintendente médico em Earlswood a primeira instituição pública da Inglaterra para pessoas com deficiência intelectual que tudo começou. Mas Earlswood não era um lar: era um sanatório sombrio. Corredores úmidos, abandono, corpos castigados. Apenas um depósito de vidas esquecidas.
John chegou sem experiência. Mas tinha olhos observadores. Atento a rostos, traços, semelhanças. Em 1862, publicou seu famoso artigo “Observations on an Ethnic Classification of Idiots” — um título duro, fruto dos limites de sua época. Mas, pela primeira vez, descreveu clinicamente a condição que o mundo passaria a chamar de Síndrome de Down. Sua ciência não era perfeita, mas sua sensibilidade era rara para a época.
E ele continuou... Limpou corredores, proibiu a violência, trouxe cuidados, trouxe vida. E, como quem descobre um segredo mágico, ofereceu artesanato, jardinagem, teatro. Sem saber, tornava-se um dos primeiros a fazer aquilo que hoje chamamos terapia ocupacional.
Tirou fotografias. Vestiu-os com roupas dignas, como na foto desta postagem e os eternizou, mostrando que eram humanos.
Com a herança que possuía, fundou em maio de 1868 sua própria instituição: Normansfield. Ali havia cavalos, música, jardim, teatro e liberdade. Em junho de 1879, inaugurou-se o Teatro de Normansfield, um espaço de cultura e vida para aqueles que eram esquecidos.
Ainda hoje, Normansfield permanece de pé no Reino Unido. Hoje abriga um museu e um teatro. Um testemunho firme do homem que, no século XIX, conseguiu dar dignidade a quem a sociedade insistia em ignorar.