
20/12/2024
A felicidade nos custa encarar a angústia.
O fim do ano nos assusta porque escancara a inércia: projetos inacabados, promessas adiadas, o tempo que escapa. Surge aquela voz: “Eu não fiz, não consegui, o ano precisa acabar logo!” Como se um novo calendário pudesse nos salvar.
Mas a verdadeira morte é essa repetição sem vida, do desejo que nos move. Não se trata de escapar ou “fazer mais”, mas de olhar com coragem o que já está morto. Onde há inércia? O que não pulsa mais? O convite é romper a paralisia e recomeçar.
Fazer diferente. Isso é estar vivo.
📌 "Desvio para o Vermelho", Cildo Meireles.