25/10/2019
Com uma gama extensa de meios para comunicar, nunca foram tão frequentes os relatos de solidão. Esta vem sendo descrita nos ambientes de trabalho, em relações íntimas e, até mesmo, no nicho familiar que outrora já significou espaço de amor e acolhimento para muitos.
Não falo da solidão existencial, há muito creditada pela Filosofia como condição inerente ao ser humano, mas de estarmos sozinhos quando as possibilidades de intercâmbio existem e só fariam nos enriquecer pelos aprendizados que tais experiências possibilitam.
Há dias ouvi alguém fazer menção às redes sociais como “antissociais”, referindo-se aos conflitos que lá enfrentava, o que acabou por motivá-lo a sair da rede.
Somadas às questões que envolvem alteridade (lidar tolerantemente com o outro e suas diferenças) existem demandas desse tempo que nos cobram criar incessantemente novas competências (inclusive usar as redes), às quais nem mesmo sabemos por que tempo iremos utilizar, haja vista a gama de mudanças e a rapidez com que as mesmas acontecem.
A Psicologia Social trabalha com as influências recíprocas que as pessoas provocam umas nas outras. Hoje, no entanto, nem sempre se percebe a presença do outro sem oposição, marcada por conduta hostil ou até rejeição. Não seria esse um bom momento para conversar?
Vilma Regato