Psicóloga Daniela Blatt

Psicóloga Daniela Blatt Psicóloga Clínica - atendimento presencial e online.

Aqueles que mais sofreram na infância são, em geral, aqueles que mais sofrem na vida adulta. Uma história pautada em med...
20/09/2025

Aqueles que mais sofreram na infância são, em geral, aqueles que mais sofrem na vida adulta. Uma história pautada em medo e negligência pode levar o sujeito a recriar essas circunstâncias - inconscientemente - a fim de buscar um desfecho diferente do passado no presente.

Ninguém se mantém em uma relação de dor por
“prazer”, como o senso comum costuma taxar. Na maioria das vezes o pavor do abandono, de cair no vazio é o que leva o sujeito a sustentar uma relação adoecida.

“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro” (Clarice Lispector)




Aqueles que mais sofreram na infância são, em geral, aqueles que mais sofrem na vida adulta. Uma história pautada em med...
20/09/2025

Aqueles que mais sofreram na infância são, em geral, aqueles que mais sofrem na vida adulta. Uma história pautada em medo e negligência pode levar o sujeito a recriar essas circunstâncias - inconscientemente - a fim de buscar um desfecho diferente do passado no presente.

Ninguém se mantém em uma relação de dor por “prazer”, como o senso comum costuma taxar. Na maioria das vezes o pavor do abandono, de cair no vazio é o que leva o sujeito a sustentar uma relação adoecida.

Vínculos saudáveis estimulam a liberação dos opioides naturais no cérebro da criança. Em contrapartida, o estresse provo...
24/08/2025

Vínculos saudáveis estimulam a liberação dos opioides naturais no cérebro da criança. Em contrapartida, o estresse provocado por um ambiente instável reduz a quantidade de receptores de dopamina e opioides.

Mesmo com a presença do fator genético que pode potencializar alguns quadros de adoecimento, na maioria das vezes ele f**a “adormecido”, especialmente quando há estímulos socioemocionais que nutrem as conexões neuroquímicas.

O ambiente é preponderante, tanto na saúde quanto na doença. A biologia do vício, a busca por adictos - tanto dependência química quanto comportamentos aditivos (vício por jogos, pornogratia, compras, internet, etc) - tem suas raízes na base do desenvolvimento.

O estresse em fase primitiva do desenvolvimento também pode levar a criança ser mais hiperativa ou reativa. Ela tende a acessar gatilhos com mais facilidade e é mais ansiosa e nervosa. Estudos apontam que o álcool quando oferecido para um adulto que teve uma infância instável, com altos níveis estressores, provocará o benefício do alívio do estresse: o prazer é muito amplif**ado pela sensação de alívio da angústia.

Outro fator importante, é que atividades que poderiam proporcionar prazer são menos valorizadas por sujeitos com alto índice de reatividade porque elas não foram recompensadas - como por exemplo, conexão íntima parental.

Precisamos olhar para além do sintoma aparente, o vício, a busca por subterfúgios para suportar a vida é uma reação e não a causa. Uma tentativa de neutralizar a dor. Traz alívio imediato, mas inef**az e potencialmente destruidor a longo prazo.



Perdas abruptas em fases primárias do desenvolvimento tendem a ser interpretadas pela via da culpa. “Sou uma criança des...
19/08/2025

Perdas abruptas em fases primárias do desenvolvimento tendem a ser interpretadas pela via da culpa. “Sou uma criança desprezível e por isso a pessoa que amo não ficou perto.”

A criança imagina que os objetos de amor foram embora por se sentirem magoados. Para lidar com a perda de forma ativa, essa criança irá idealizar a pessoa que abandonou e irá introjetar as características negativas como parte do próprio self.

É preferível odiar a si próprio do que direcionar àqueles de quem a criança depende. Essa introjeção é uma das característica em quadros depressivos, quando as qualidades do objeto perdido são potencializadas e os negativos anulados e direcionados a si próprio.

Humanos tendem a preferir a culpa mais irracional a um reconhecimento da sua impotência. Sentir-se má, por contraditório que pareça, é uma defesa arcaica para manter o objeto de amor em um pedestal.

Quando nossas experiências na infância são muito dolorosas, com frequência somos inconscientemente levados a recriar sit...
17/08/2025

Quando nossas experiências na infância são muito dolorosas, com frequência somos inconscientemente levados a recriar situações parecidas durante toda a nossa vida, em uma tentativa de ganhar domínio sobre elas.

Crianças criadas em lares disfuncionais podem desenvolver dificuldades em se relacionar e sentir emoções, o que pode afetar sua vida adulta e levá-las a buscar relacionamentos que reflitam suas lutas familiares.

Buscam ser adultos prestativos dedicados para conquistar amor, atenção e aprovação dos representantes daqueles que não puderem retribuir naquela etapa. Tentam satisfazer as próprias carências afetivas através do cuidado exacerbado com os outros.

O que está por trás de uma dinâmica de relacionamento disfuncional é muito mais profundo do que supomos. A resposta sempre estará na própria história de vida. Ninguém se mantém em algo doentio por prazer, mas antes, pela esperança de que dessa vez será diferente.

Se você leu e se identificou, saiba que as respostas sempre estarão na sua história de vida. Se apropriar dela pode não ser algo fácil, mas é o que possibilitará o transitar da experiências traumática pela via da simbolização. A partir daí novas escolhas serão possíveis, de forma consciente e mais assertiva. 🤍




O Pai ausente não é só o não-presente, o desconhecido, aquele que abandona; é também aquele que não está emocionalmente ...
10/08/2025

O Pai ausente não é só o não-presente, o desconhecido, aquele que abandona; é também aquele que não está emocionalmente disponível para a criança, que não olha para o filho.

Aquele inalcançável, a quem não importam os esforços de conquista que a criança faça. O abandono e a ausência deixam marcas profundas.

Só se torna pai quem de fato deseja investir na relação com o filho, quem participa ativamente do cuidado. Sem disponibilidade não há vínculo.

Nessas datas que costumam suscitar vários sentimentos conflituosos, lembre-se que não é sua culpa a negligência e irresponsabilidade de quem deveria te proteger.

Sua responsabilidade é cuidar da sua dor, é buscar suporte para entender que essa ausência pode te machucar ainda mais pela presença- inconsciente - de um pai idealizado.

A falta de vínculos saudáveis, na base do nosso desenvolvimento, cria afetos imaginários. A fantasia do que poderia sido...
07/08/2025

A falta de vínculos saudáveis, na base do nosso desenvolvimento, cria afetos imaginários. A fantasia do que poderia sido impede que o sujeito sustente o real - possível - nas relações de hoje.

Qual a fantasia da qual você se apropria, hoje, para não se haver com as faltas do passado?




Ferenczi, psicanalista húngaro, foi o primeiro a explorar a ideia de identif**ação com o agressor em seus trabalhos, bus...
02/08/2025

Ferenczi, psicanalista húngaro, foi o primeiro a explorar a ideia de identif**ação com o agressor em seus trabalhos, buscando compreender a dinâmica de submissão e repetição do trauma em pacientes abusados.

Esse mecanismo de defesa pressupõe a transformação da realidade insuportável em vivência fantasiosa e a minimização da responsabilidade do abusador em detrimento de um movimento de autoculpabilização. A incorporação da culpa do agressor, mesmo sendo na realidade uma vítima - explicam a dificuldade de falar sobre a agressão.

Na série “Entre Estranhos”, Candy vive um relacionamento abusivo onde não apenas ela, mas também o seu filho, Danny, f**am a mercê do abusador sem que ela consiga minimamente protegê-lo. O abuso retratado é uma reencenação de outros abusos já sofridos em tenra idade e, na impossibilidade de acolhimento através de um adulto cuidador, resta a criança incorporar a culpa como mecanismo de preservação ou a dissociação e consecutiva fragmentação do “eu”. Nesse último, há possibilidade da incorporação de novas personalidades que sirvam como escudo protetivo do que restou do “eu”.

A série retrata tanto o silenciamento da vítima pelo sentimento de culpa (Candy), quando a fragmentação da identidade do seu filho, Danny, diagnosticado com Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI). Por ser baseado em fatos reais, o filme é um soco no estômago diante de tantas camadas de violência perpetuadas.

Não raro, adultos que passam esse processo traumático chegam à clínica questionando a si próprios quanto a veracidade dos fragmentos de memória que insistem em aparecer. O que se repete é a fissura de algo que ainda não pôde ser nomeado. Através da clínica , na presença de uma testemunha sensível, é autorizado que o trauma e a culpa encontrem escuta e tradução. 🤍

“A infância é o chão que a gente pisa a vida inteira”
26/07/2025

“A infância é o chão que a gente pisa a vida inteira”

Somos um “eu” misturado a vários outros. A história daqueles que nos antecederam faz parte de quem somos, quer você quei...
24/07/2025

Somos um “eu” misturado a vários outros. A história daqueles que nos antecederam faz parte de quem somos, quer você queira ou não.

Reproduzir condutas enraizadas é algo visceral, automatizado. Sair da mera reprodução de um padrão não acontece apenas por identif**ação, mas antes, é preciso um trabalho denso de reconstrução da própria identidade - self.

A geração mais jovem acaba revivendo o passado em seus sintomas. As pesquisas em epigenética estão aí para nos de mostrar cada vez mais que o trauma transgeracional é um fenômeno real.

As modif**ações epigenéticas induzidas pelo estresse que herdamos de nosso pais ocorrem antes mesmo da concepção. Um trauma percorre toda a sociedade, bem como as gerações. Padrões recorrentes de doença, depressão, ansiedade, conflitos de relacionamentos, entre outros, é a herança epigenética transgeracional.

A lealdade inconsciente nos leva a repetir com nossos filhos condutas que nos foram prejudiciais.
Pertencemos a um sistema e quanto mais consciência tivermos dele, quanto mais dispostos à olharmos mos para a a nossa história, maiores as chances de não perpetuarmos o adoecimento.

“Para ser ouvido, o inconsciente insiste, repete e quase arromba a porta” (Annie Rogers)

Pais que reforçam a ideia de que a criança é a única responsável pela felicidade deles, na verdade, estão levando os fil...
23/07/2025

Pais que reforçam a ideia de que a criança é a única responsável pela felicidade deles, na verdade, estão levando os filhos ao abismo, pois tudo que eles fizerem sempre será insuficiente.

Pais-abismo são aqueles que, além de não conseguirem funcionar como um continente seguro para os filhos, ainda trocam de papéis com eles, fazendo a criança funcionar como suporte.

Essa dinâmica lhe é familiar? 🤯

Você não se tornou quem é da noite pro dia. Os sintomas que causam incômodo, o próprio adoecimento, tudo são processos. ...
20/07/2025

Você não se tornou quem é da noite pro dia. Os sintomas que causam incômodo, o próprio adoecimento, tudo são processos. É o desfecho de gerações de sofrimento, de condições sociais, de condicionamento cultural, de traumas da infância, da fisiologia suportando o peso do estresse da história emocional.

Mas, precisamos considerar que, a qualidade dos cuidados da primeira infância tem um impacto preponderante na forma como nos constituímos e do modelo de relacionamentos futuros, mesmo depois de adultos e de termos saído da fase de dependência total.

A nossa necessidade de apego na primeira infância é fator inegociável. Quando ela for colocada em risco a autenticidade tende a se fragmentar pela necessidade de sobrevivência. Contudo, pela via do sintoma, aquilo que insiste em adoecer também se torna o motor da mudança. Para isso, é preciso um trabalho de reconstrução da base do desenvolvimento, com uma escuta ativa e sensível e após estabelecida uma consistente confiabilidade entre o paciente e o profissional que o acolhe.

Winnicott se refere a essa sustentação do vínculo como uma regressão à fase de dependência, onde, pela primeira vez, a experiência de vulnerabilidade será revivida de maneira saudável, possibilitando a experiência de autenticidade e posterior progressão e autonomia.🤍

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Toledo, PR
85900-030

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