01/04/2020
Por que as pessoas mentem?
Já que estamos perto do dia 1 de abril, popularmente conhecido como dia da mentira, hoje vamos falar sobre mentiras!
Ainda que justificada ou não admitida, a maioria das pessoas mente. As razões que levam uma pessoa mentir são muito variadas. Mas independente da causa e complexidade, uma mentira por mais simples que seja, ainda assim, continua sendo uma mentira.
Qual de nós nunca ganhou um presente que odiou e respondeu: “Que lindo. adorei. Muito obrigado”. Você se dá conta que isso é uma mentira? Ao mesmo tempo, qual de vocês também nunca se pegou “ensinando” uma criança a mentir, por exemplo, quando repreendeu com severidade seu filho pequeno ao vê-lo responder com toda sinceridade a um amigo ou parente que não gostou do presente recebido?
As mentirinhas do dia a dia fazem parte da vida em sociedade e podem não trazer sérios problemas à vida de ninguém, mas em contrapartida, há pessoas que não medem consequências para manter a mentira e não se importam se alguém será prejudicado com isso.
Mas por que as pessoas mentem?
Ninguém nasce sabendo mentir, mas geralmente as pessoas aprendem a mentir ainda durante a infância, através da observação, sendo assim, podemos inferir que a mentira é um comportamento aprendido por repetição ou por imitação.
Mas em se tratando de crianças, é preciso prudência e cautela: nem sempre a criança está mentindo. No caso de crianças menores, elas podem estar fantasiando ou criando situações e personagens imaginários – isso faz parte do seu desenvolvimento saudável, e não propriamente mentindo. Crianças pequenas não diferenciam fantasia de realidade. Vivem o mundo do faz de conta, com bruxas, fadas, super-heróis... A imaginação faz parte do desenvolvimento normal da criança e serve de base para o pensamento lógico que o adulto tem. Com o passar dos anos a fantasia dá lugar à noção de realidade e a mentira vai se transformando em estratégia, o que requer desenvolvimento de certas habilidades, pois, para mentir e mentir bem, a criança precisa entender no que a outra pessoa acredita e saber de maneira estratégica como adaptar sua mentira para que esta seja admissível. Por isso, a mentira só se revela como tal a partir de uma determinada fase do desenvolvimento infantil, onde esta passa ser intencional, porém, sem dimensão das conseqüências que pode vir a ter. Sendo assim, não se deve castigar ou chamar uma criança de mentirosa, mas sim conversar com ela para descobrir porque a verdade foi camufla¬da e qual a origem da mentira.
Crianças e adultos, a medida que vão intensificando o comportamento de mentir, vão percebendo em muitos casos que a mentira realmente funciona, e então, muitos incorporam o comportamento mentiroso em suas rotinas, para que assim possam obter melhores resultados ao longo da vida. E conforme o tempo vai passando, grande parte das pessoas que têm a mentira como hábito perde o medo de mentir, bem como perde o medo dos riscos que uma provável mentira pode trazer, uma vez que passam a enxergar mais os benefícios do que os malefícios de atos como estes. E aquilo que antes era concebido como uma mentirinha simples, pode se transformar em um transtorno denominado mitomania. A mitomania é um distúrbio de personalidade em que a pessoa mente compulsivamente, com o objetivo de se beneficiar ou prejudicar os outros. O que o diferencia das pessoas que mentem de maneira esporádica é o fato de que mitômano não sente medo ou a necessidade de se desmentir, mesmo que a sua mentira acabe causando prejuízos maiores às pessoas ao seu redor. O mitômano vai ao extremo para sustentar suas mentiras, a ponto dele mesmo acreditar em suas histórias!