21/07/2023
Ainda não era nem anos 2000.
E eu tinha 12 anos quando cursava a 6ª série do ensino fundamental.
Lembranças de muitas aulas de Ciências me são nítidas ainda, como quando o grupo de colegas foi pra minha casa a fim de retratarmos uma célula num bolo, com a ajuda d minha mãe artista-confeiteira, claro.
E foi depois do bolo pronto que eu sangrei pela primeira vez.
Ali, de menina para mulher logo depois de desenhar em grupo uma célula num bolo.
Talvez isso não signifique nada, mas gosto do registro que se fez, embora não me lembre exatamente de como foi apresentar esse trabalho e nem da confraternização dessa célula doce.
De qualquer forma, foi também pela professora Márcia, numa aula de Ciências da 6ª série, em 1999, que escutei pela primeira vez alguém falar muito seriamente sobre catástrofes ambientais que a humanidade poderia vir a viver num futuro não tão distante caso sua relação com a Terra não fosse mais harmônica e respeitosa.
Ali uma preocupação silenciosa e permanente se instalou em mim.
Para meu desespero, naquele mesmo ano o Lago de Furnas, que banha minha cidade de criação, chegou a apenas 6% de sua capacidade total, registrando a maior seca de sua história.
Professora Márcia me ensinou coisas importantes naquele dia.
E foi só o começo.
Hoje, temos acesso a uma gama enorme de informações que quando chegam e afetam superando a negligência e a negação, provocam forte percepção e tomada de consciência sobre uma obviedade:
Os padrões que vêm mantendo e conservando o modo de vida de grande parte da população humana não são mais sustentáveis no que concerne ao futuro da humanidade.
E é referente a esta consciência que se tem observado em adultos e também em crianças a chamada Eco-ansiedade, caracterizada essencialmente pelas manifestações de sinais e sintomas próprios da ansiedade, sendo estes provenientes do medo, frustração, raiva, tristeza, desespero, desesperança e impotência diante da possibilidade de sofrimentos devido às emergentes e destrutivas transformações ambientais.
Eco-ansiedade não é considerada transtorno mental, embora o sofrimento e prejuízos na qualidade de vida do indivíduo sejam inegáveis!
Este foi o primeiro livro que li sobre o tema.
E foi só o começo...