24/07/2025
O homem emocionalmente imaturo e a mulher que sente que precisa salvá-lo.
Nem sempre o que sentimos é simples.
Às vezes, a mulher está em um relacionamento onde algo parece faltar não amor, mas uma presença emocional mais consistente, um cuidado que não pese só sobre os ombros dela.
E isso não significa que os relacionamentos estejam condenados a dar errado.
Significa apenas que ainda estamos aprendendo, como sociedade, a nos vincular com mais consciência.
É comum encontrarmos dois perfis masculinos no campo relacional:
O homem afetivamente imaturo.
Ele foi ensinado a conter, esconder, resistir.
Cresceu em uma cultura que associa vulnerabilidade a fraqueza.
Não aprendeu, por isso, a nomear seus afetos, nem a lidar com a profundidade de uma intimidade verdadeira.
Com isso, pode se tornar relacionalmente ambivalente:
presente e carente num dia, indiferente e distante no outro.
Não por maldade mas por não saber como permanecer emocionalmente conectado.
O homem em desenvolvimento emocional:
Um perfil mais raro, mas cada vez mais possível.
É aquele que começa a reconhecer sua responsabilidade afetiva, a se comprometer com seus próprios processos internos.
Não é um homem “pronto”, mas disponível: para escutar,
sustentar conversas difíceis,
construir vínculos com presença e intenção.
Esses dois perfis não são fixos ,
são respostas moldadas por uma cultura que ainda está reaprendendo a amar com maturidade emocional.
E a mulher, onde entra nisso?
Muitas vezes, a mulher ocupa o lugar de “elo emocional da relação”.
Isso pode acontecer por aprendizado social, por padrões de cuidado que foram reforçados desde cedo, ou mesmo por uma estrutura cerebral que a torna mais sensível ao emocional do outro.
O cérebro feminino, por exemplo, ativa com mais intensidade áreas ligadas à empatia, à leitura de intenções e ao pensamento autorreferente.
Isso ajuda a criar conexões profundas mas também pode gerar sobrecarga quando ela sente que está sustentando o vínculo sozinha.
Pequenas demonstrações de afeto, quando rareiam, podem gerar picos de dopamina no sistema de recompensa,
criando um ciclo de reforço que se confunde com amor,
mas que é, muitas vezes, apenas a esperança de que algo finalmente se estabilize.
E quando há insegurança no vínculo, a “rede default” do cérebro entra em ação:
a mente gira em torno de conversas passadas, suposições,
erros,
dúvidas um esforço para tentar “consertar” o relacionamento na própria cabeça.
Mas veja:
isso não significa que os relacionamentos são inviáveis.
Muito pelo contrário.
Relacionamentos são, sim, espaços de cura, de crescimento e de regulação emocional quando há presença mútua, escuta e disposição para crescer juntos.
O que propomos aqui não é uma crítica ao amor, mas um convite: que possamos olhar com mais cuidado para os roteiros inconscientes que seguimos,
para os padrões que repetimos sem perceber, e para as formas como fomos ensinadas a amar.
Algumas perguntas que podem ajudar nesse processo:
• Tenho me relacionado com base na reciprocidade ou na sensação de que preciso provar meu valor?
• Estou tentando sustentar uma relação ou construir algo junto?
• Existe espaço para minha vulnerabilidade e também para a do outro nesse vínculo?
A maturidade relacional não exclui o amor ela o prepara para ser mais verdadeiro,
mais consciente,
mais humano.
Se essa reflexão tocou em você, escreva aqui nos comentários , ou marque uma amiga que está nesse processo.
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