25/08/2025
CONJECTURAS
Esta semana achei que ia jogar a tolha...
Em tantos anos de batalha, nunca me senti tão cansada, corpo doído e mente exaurida, de tentar curar as mazelas do mundo e lutar conta tudo que eu não posso controlar.
Nunca romantizei a vida adulta, mas quando paro para avaliar o que pode estar me consumindo assim, chego a conclusão que os primeiros vinte minutos do meu dia são meus. Neste sopro de tempo, contemplo o nascer do sol com meus cachorros, organizo minhas coisas e já me preparo disparar um cronometro, que parece nunca estar a meu favor.
Eles abrem os olhos e começam os pedidos intermináveis, as surpresas nem sempre agradáveis, os sermões e tarefas diárias. Nunca pensei que uma maternidade tão planejada, me traria tantos desafios e seria construída sobre tantas incertezas. No outro extremo, aqueles que sempre cuidaram de mim, passaram a demandar uma atenção extra. Atenção, carinho, saúde, conversa demanda tempo e paciência.
Mas não acaba por aí, pois tenho de conciliar tais demandas com a minha versão profissional. Atendimentos, cirurgias, procedimentos, papéis, contas, estudo, congressos, aulas, textos. São 20, 30 novos capítulos de um livro médico escrito em conjunto com meus pacientes e colaboradores.
Nesta confusão toda, ainda tenho de organizar detalhes da vida diária, planejar ações de curto e médio prazo, porque as de longo prazo...esquece kkkk
Quando eu vejo, são 23:00 e os ponteiros me atropelaram a horas atrás. Agora entendo de onde veio isto tudo, mas desistir seria muito piegas. Então, segue o baile com muita cafeína, música e exercício, meus combustíveis diários contra os sustos e surtos da vida moderna.