
20/03/2025
Apesar de ser psicóloga, confesso que pouco publico reflexões ou contribuições pessoais. No entanto, depois que um cliente mencionou o filme A Substância e destacou o quanto ele era impactante, decidi assistir. E, de fato, o filme me surpreendeu pela riqueza de conteúdos subliminares que refletem muitas das pressões e desafios que enfrentamos em nossa sociedade. Foi então que senti vontade de compartilhar algumas reflexões, na esperança de que possam ressoar com alguém que, assim como eu, busca entender melhor a si mesmo(a).
A Substância aborda de forma perturbadora a busca desesperada por mudanças estéticas e a desconexão com o próprio eu. A narrativa, que gira em torno de uma substância capaz de alterar a realidade e a percepção de si mesmo, me fez refletir sobre os riscos que corremos quando buscamos transformações excessivas, seja na aparência, no estilo de vida ou até mesmo em nossas crenças.
Um dos pontos que mais me chamou a atenção foi como a personagem se perde em uma busca obsessiva por uma versão idealizada de si mesma, sem considerar suas necessidades reais ou seu bem-estar emocional. Isso me fez pensar em como, muitas vezes, nós também nos perdemos em padrões e expectativas que não respeitam nossa individualidade, nosso biotipo ou nossa espiritualidade. Vivemos em um mundo que nos empurra para frases prontas e mantras que, embora soem bem, não se ajustam à nossa essência. Quantas vezes repetimos comportamentos automáticos, seguindo o fluxo sem questionar se aquilo realmente faz sentido para nós?
No filme, isso f**a evidente quando a personagem entra no estúdio fisicamente deformada, com uma foto colada no rosto, e ainda assim é elogiada por alguns como "linda". Essa cena é um retrato perturbador de como podemos nos desconectar de nossa essência, vivendo de aparências e validações externas. As frases repetidas que ecoam na cabeça dela — assim como os mantras que muitas vezes repetimos — não permitem que ela enxergue os ganhos do processo de envelhecimento. Não houve um crescimento emocional paralelo ao físico, e isso a impede de ajustar suas expectativas à realidade, de reconhecer a beleza de uma vida bem vivida, com suas marcas e histórias.
A cena final, em que ela "expulsa um seio", é profundamente simbólica. Para mim, representa a falta de autocuidado e do se automaternar que a levou ao extremo. É como se o corpo estivesse rejeitando tudo aquilo que foi imposto, mas não verdadeiramente vivido ou digerido. Essa imagem me fez refletir sobre a importância de nos nutrirmos de forma integral — física, emocional e espiritualmente. Viver o processo de envelhecimento, ou qualquer processo de transformação, é ir ajustando os desafios aos nossos valores e fatos, sem perder de vista quem somos e o que realmente importa.
E você, já parou para pensar em como suas "substâncias" — aquilo que você busca para se transformar ou se sentir completo — influenciam sua vida? Será que estamos realmente buscando a mudança certa, ou apenas fugindo de nós mesmos? Como podemos cultivar um autocuidado que nos permita viver com autenticidade e respeito por nossa jornada única?
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Reflexão Final: Para Todas as Mulheres, Principalmente Minhas Clientes Únicas 😊💖
Este texto é um convite para todas as mulheres, especialmente para minhas clientes Mulheres Únicas, que diariamente buscam equilibrar suas vidas, suas expectativas e suas essências. Que possamos, juntas, potencializar a individualidade de cada uma, respeitando seus valores, suas histórias e suas jornadas. Não há um modelo único de beleza, sucesso ou felicidade — o que importa é o que faz sentido para você, dentro da sua essência.
A Substância nos alerta para os perigos de buscarmos mudanças sem um profundo entendimento de quem somos e do que realmente precisamos. A personagem principal, ao se perder em uma busca obsessiva por uma versão idealizada de si mesma, nos mostra o que acontece quando negligenciamos nosso crescimento emocional e espiritual. O envelhecimento, assim como qualquer processo de transformação, deve ser acompanhado de ajustes internos, de uma conexão com nossos valores e de um automaternar que nos permita viver com integridade.
Viver o processo é, acima de tudo, ir ajustando os desafios aos nossos fatos e valores, sem perder de vista a beleza de uma vida autêntica e bem vivida. E você, como tem cuidado de si mesma nessa jornada?
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Sugestão de Documentários:
Embrace: A Revolução da Autoaceitação" (2016)
Tema: A diretora Taryn Brumfitt explora a relação das mulheres com seus corpos e a pressão por padrões de beleza irreais.
"The Social Dilemma" (2020)
Tema: Discute como as redes sociais e a tecnologia influenciam nosso comportamento, autoestima e percepção de realidade.
"Heal" (2017)
Tema: Aborda a conexão entre mente, corpo e espírito, explorando como o autocuidado e a autocompaixão podem transformar vidas.