11/07/2021
Qual é o medo que nos paralisa?
O realmente nos move com entusiasmo?
PROCRASTINAÇÃO é uma queixa muito presente para muitas pessoas que atendo. Parece ser algo desse tempo.
Ainda mais com pandemia, home-office, redes sociais... e a cultura do "empreendedorismo" que muitas vezes mascara a precarização do trabalho e a falta de empregos.
Somos solicitados a fazer algo a todo tempo, mas estamos sempre adiando.
O que nos tira o presente - a presença - quando planejamos fazer algo no futuro?
Essa leitura me fez aprofundar na compreensão dessa atitude.
Compartilho
Posso dizer que em alguns objetivos importantes para mim, sempre percebo o fantasma da procrastinação me rondando. Às vezes consigo fazer algo, e muitas vezes não. Se procrastinar tem a ver com uma lacuna entre a intenção e a ação, entendo também que a intenção não é algo tão essencial para minha mente. Fatores inconscientes combatem meus objetivos, e gritam: não faça! Cuidado! Isso vai dar ruim! Fique onde está!
Isso equivale a dizer que estou vivendo uma ilusão dolorosa, acreditando nela, e deixando de olhar a realidade, nua e crua. O termo procrastinar vem do latim, e significa à frente do amanhã. Quer dizer: projeto um amanhã péssimo, um desastre, e por isso, fujo para outras atividades, tentando evitar o problema.
Porém, sei que, se tentei inúmeras vezes e não estou conseguindo, não adianta lutar contra a mente. Ela crê na sua fantasia. Assim, meu instrumento de trabalho é observar o sentimento que vem quando penso no problema que poderá acontecer, caso eu complete meu objetivo. Acessei recentemente um medo profundo. Sem lógica. Que me dava a sensação péssima, de terror mesmo. Meditei sobre o medo. Lembrei que mamãe era uma pessoa medrosa, principalmente no assunto que me agoniava, que envolvia exposição. Eu também vivi esse medo, em alguns momentos de minha vida, e uma grande frustração.
Meditar sobre o medo não é se identificar com ele. Ele está na minha frente, e eu fico observando-o. Meu coração dispara, as mãos suam, mas sei que não há nada. São projeções.
Coloco a intenção de olhá-lo com carinho. Respirando e expirando. Não quero resolvê-lo, não quero acalmá-lo. Somente observá-lo. Fiz isso, e senti meu corpo fortalecer. Consegui voltar à realidade. Não há nada de terrível para acontecer no amanhã. Mesmo assim, sei que, talvez, o medo volte. Me comprometo com ele: vou olhá-lo, outra e outra vez. Tantas quanto for necessário. Enquanto ele não vem, continuo fazendo meus planos andarem.
Assim é a jornada. Um passinho de cada vez. Com amor e respeito pelos meus conteúdos internos.