Juliana Formigari Ψ Psicóloga e Psicanalista Clínica

Juliana Formigari Ψ Psicóloga e Psicanalista Clínica Auto Conhecimento - Compreensão - Aprendizado - Potencial Individual - Transformação

👩‍⚕️Psicóloga | Psicanalista (Adultos e Crianças)
📍Atendimento Presencial | Online 🌎
Ψ Supervisão | Mentoria
👩‍🏫 Docente em Psicanálise
🎤Palestrante
🏭Consultoria Corporativa

A Fuga Mais Longa é Sempre de Si.Vivemos em uma época marcada por deslocamentos: físicos, digitais, emocionais. Trocam-s...
25/07/2025

A Fuga Mais Longa é Sempre de Si.

Vivemos em uma época marcada por deslocamentos: físicos, digitais, emocionais. Trocam-se cidades, vínculos, telas e hábitos com a velocidade de um clique. Mas, por mais longe que se vá, há uma geografia que insiste em nos habitar: a de nós mesmos.

Por trás das constantes fugas, muitas vezes está o eco de conteúdos internos não elaborados, partes nossas que tentamos calar com movimento, urgência ou distração. O sujeito é atravessado por desejos, repetições e conflitos inconscientes que resistem ao controle consciente. A psicologia existencial, por sua vez, nos lembra que a liberdade carrega a angústia de sermos responsáveis por aquilo que fazemos com o que fizeram de nós.

Nessa travessia, o confronto consigo mesmo não é um ato de coragem momentânea, mas um processo diário de escuta, elaboração e construção de sentido. Fugir de si não resolve: apenas posterga o encontro inevitável com as perguntas mais profundas da existência.

No mundo contemporâneo, onde tudo convida à distração e à performance, sustentar um espaço interno para refletir, silenciar e sentir, sem julgamento, é um ato revolucionário. Não se trata de autoajuda ou frases prontas, mas de um trabalho paciente, ético e comprometido com a inteireza do ser.

Fugir é fácil. Mas viver com inteireza exige presença.

Juliana Formigari
Psicóloga | Psicanalista
CRP 06/213192

Desritmando o Tempo: o que é “estar atrasado” quando a vida é só tua?Como tu pode estar atrasado na vida, se a vida é só...
25/07/2025

Desritmando o Tempo: o que é “estar atrasado” quando a vida é só tua?

Como tu pode estar atrasado na vida, se a vida é só tua?

A ideia de “atraso” pressupõe uma régua, uma linha imaginária que determina o que seria o tempo certo para existir, amar, sofrer, crescer. Mas essa régua, geralmente, não é nossa. Ela é herdada: da cultura, da família, dos discursos sociais que nos moldam e muitas vezes nos afastam de nós mesmos.

Não se trata de cronograma, mas de sentido. A vida não é uma linha de chegada. É atravessamento. E cada um vive no compasso possível da própria história, das marcas simbólicas, das escolhas inconscientes, das pausas necessárias para elaborar e ressignificar.

A pressa do mundo produz sintomas. E o sofrimento psíquico muitas vezes nasce justamente da tentativa de caber em um tempo que não é nosso, numa narrativa que nos foi entregue pronta. Comparar-se é um modo sofisticado de se abandonar.

Não se trata de negar a realidade, mas de retomar a autoria. E isso é trabalho de quem tem coragem de parar, mesmo quando tudo ao redor insiste em seguir.

Às vezes, só quando se perde o ‘tempo certo’… é que se encontra o próprio tempo.

Juliana Formigari
Psicóloga | Psicanalista
CRP 06/213192

O preço invisível da anulação psíquica.A culpa que emerge quando alguém escolhe se cuidar nem sempre nasce da ética.Muit...
22/07/2025

O preço invisível da anulação psíquica.

A culpa que emerge quando alguém escolhe se cuidar nem sempre nasce da ética.
Muitas vezes, ela brota de um lugar estruturalmente aprendido: o da renúncia como alicerce do valor subjetivo.

Fomos ensinados, em muitos vínculos, que afeto se conquista com desaparecimento, que só somos dignos quando nos anulamos em nome do outro.
Essa cultura da autoanulação, muitas vezes travestida de virtude, é reforçada por demandas silenciosas, no qual o “não posso” alheio se converte em dever pessoal.

Mas há um ponto em que a doação deixa de ser cuidado e se torna apagamento: quando exige que desapareçamos para que o outro permaneça.

Mas ninguém sustenta o outro sem antes sustentar a si.
Não há ética possível sem o reconhecimento da própria falta, e do próprio limite.

Cuidar de si, então, é um gesto radical de responsabilidade psíquica, sobretudo em tempos onde a performance emocional exige presença irrestrita, mesmo à custa do colapso subjetivo.

É preciso coragem para existir sem pedir desculpas.

Freud nos mostrou os efeitos da culpa inconsciente e a compulsão à punição.
Já Winnicott nos lembrou da importância de um ambiente suficientemente bom, inclusive aquele que oferecemos a nós mesmos.
Vemos sujeitos exaustos, não por falta de amor, mas por terem esquecido de incluir-se no cuidado.

Juliana Formigari
Psicóloga | Psicanalista
CRP 06/213192



Nem toda leitura é interpretação.Vivemos tempos em que tudo parece ser consumido às pressas: imagens, pessoas, ideias. N...
19/07/2025

Nem toda leitura é interpretação.

Vivemos tempos em que tudo parece ser consumido às pressas: imagens, pessoas, ideias. Nessa lógica acelerada, não é raro sermos “lidos”, rotulados ou decifrados por olhares apressados, que enxergam apenas a superfície.

Mas ler alguém é um gesto raso. Interpretar, por outro lado, exige disposição para o silêncio, para o tempo, para o entrelinhar. Exige escuta. Supõe suportar a dúvida, conviver com o não dito e reconhecer que o outro carrega uma história que ultrapassa qualquer legenda de rede social ou expressão de ocasião.

Aprendemos com Freud que nem todo discurso revela, assim como nem toda escuta compreende. A escuta genuína requer neutralidade, suspensão de juízo e uma ética do não saber. A pressa de interpretar, às vezes, diz mais sobre quem lê do que sobre quem é lido.

E se, ao invés de buscar compreender o outro a partir das nossas projeções, nos dispuséssemos a sustentar a pergunta?

Talvez aí comece o verdadeiro encontro.

Aquela que, por vezes, silencia a resposta, mas mobiliza a escuta.

Será que tu realmente vês quem está diante de ti, ou apenas reconheces o que já carregas dentro?

Juliana Formigari
Psicóloga | Psicanalista
CRP 06/213192

Quando o orgulho se disfarça de lucidez.O narcisismo ordinário, esse que se esconde em argumentações elaboradas, certeza...
17/07/2025

Quando o orgulho se disfarça de lucidez.

O narcisismo ordinário, esse que se esconde em argumentações elaboradas, certezas inabaláveis e silêncios estratégicos, pode fazer muito barulho dentro de uma mente inteligente.

Freud já apontava que, quando o ego se sente ameaçado, tende a se proteger com defesas às vezes sofisticadas, mas nem por isso saudáveis. O orgulho, nesse cenário, atua como uma defesa narcísica que, em vez de abrir espaço para o aprendizado, fecha as portas do pensamento.

Em tempos de excesso de opinião e escassez de escuta, não é raro ver inteligências brilhantes sucumbirem à vaidade de estarem certas. Mas saber pensar é também saber duvidar de si. Pensar exige risco, e o orgulho não suporta o risco de errar.

A vida e os vínculos ensinam que a humildade não é ausência de conhecimento, mas o solo fértil que o sustenta. E que, quanto maior o saber, maior deve ser a delicadeza com o que ainda se ignora.

Juliana Formigari
Psicóloga | Psicanalista
CRP 06/213192

A verdade que ninguém quer ouvir sobre o sucesso.Errar não é um desvio do caminho. É o caminho.No mundo atual, onde a pe...
14/07/2025

A verdade que ninguém quer ouvir sobre o sucesso.

Errar não é um desvio do caminho. É o caminho.

No mundo atual, onde a performance é idolatrada e a falha é motivo de vergonha, esquecemos que a experiência humana é feita de tentativas, rupturas e recomeços.

Michael Jordan, ícone do esporte e da disciplina, não teve sucesso apesar das falhas. Teve sucesso por causa delas. Isso nos conduz a um ponto sensível da psicologia contemporânea: a idealização do eu invulnerável, imune ao fracasso, controlado, infalível.

O sofrimento que emerge quando alguém não corresponde à própria fantasia de perfeição é imenso. Mas o sujeito só começa a se encontrar de fato quando abandona o ideal narcísico de “acertar sempre” e entra em contato com sua verdade mais crua: somos faltosos, limitados, inacabados, e isso não é fraqueza. Isso é o que nos torna humanos.

O que Jordan nos mostra, ao contrário da narrativa do herói inalcançável, é o que a psicologia mais séria há tempos sustenta: que a força não está na negação da falha, mas na capacidade de sustentá-la sem se paralisar.

É quando suportamos o erro, a vergonha e a incerteza que há um deslocamento psíquico, e, com ele, a chance de mudança real.

📍Na clínica, na vida, no mundo: errar faz parte. O problema não está na queda, mas em como nos relacionamos com ela.

Juliana Formigari
Psicóloga | Psicanalista
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Exaustão não é virtudeNo imaginário coletivo, o “dar o melhor de si” foi sequestrado por uma lógica que iguala valor pes...
11/07/2025

Exaustão não é virtude

No imaginário coletivo, o “dar o melhor de si” foi sequestrado por uma lógica que iguala valor pessoal à capacidade de resistir: resistir à dor, ao cansaço, à falta de sentido. Dormir pouco virou símbolo de compromisso. Silenciar a angústia foi rotulado como maturidade. E o corpo, último a falar, tornou-se o delator de tudo aquilo que foi ignorado.

A imagem de alguém deitado, de olhos fechados e expressão rendida, não fala de fragilidade, fala de esgotamento. Os traços revelam o excesso pela ausência: o que não se vê é o que mais pesa. Trata-se de um tempo em que o adoecimento se disfarça de desempenho, e a exaustão é romantizada como sinal de relevância.

Ao escutarmos o inconsciente, compreendemos que o sujeito, muitas vezes, está a serviço de ideais que sequer escolheu. Há uma ética do cuidado que começa em saber parar. Em sustentar a culpa de não corresponder a expectativas desumanas, vindas de fora ou de dentro.

Dar o melhor de si só é possível quando se respeita o próprio limite. Fora disso, não há excelência, apenas desgaste. Uma psique esgotada não pensa, não cria, não sente. Apenas cumpre. E viver não pode ser apenas um cumprimento de tarefas.

Juliana Formigari
Psicóloga | Psicanalista
CRP 06/213192

Entre o dito e o feito, a escuta da incoerência.Vivemos em tempos em que se fala muito e se escuta pouco. Palavras como ...
11/07/2025

Entre o dito e o feito, a escuta da incoerência.

Vivemos em tempos em que se fala muito e se escuta pouco. Palavras como “empatia”, “ética” e “responsabilidade” são repetidas com uma frequência quase ornamental, enquanto os gestos seguem órfãos de compromisso. A palavra, quando não se sustenta em ação, perde valor, não porque erra, mas porque descola do sujeito.

Na escuta clínica, esse descompasso é familiar. Não raro ouvimos “quero mudar”, “quero algo diferente”, mas as escolhas insistem em repetir o mesmo roteiro. A psicanálise nos ensina que esse intervalo entre o dizer e o fazer não é um erro: é estrutura. Um material vivo, pulsante, onde o desejo se esconde, recua e reaparece.

É nesse vão, entre o enunciado e o ato, que algo se revela. Não como diagnóstico apressado, mas como possibilidade de elaboração. A incoerência, longe de ser um fracasso moral, é conteúdo analítico. Porque o sujeito nem sempre é senhor do que diz, muito menos do que faz. Há forças que operam em silêncio, há marcas que gritam por trás do discurso mais coerente.

Ainda assim, há uma diferença entre o conflito inconsciente e a negligência ética. Na vida cotidiana, há quem prometa com eloquência, mas falhe no mais simples gesto de cuidado. E isso adoece. Porque palavra sem ação não é silêncio, é ruído. E ruído demais cansa, desconecta, fere.

Coerência não é sobre perfeição, mas sobre presença. É alinhar o verbo ao gesto não para agradar o outro, mas para não se trair. É quando o sujeito se implica, sustenta, revisa, ou silencia, se preciso for.

Talvez hoje, mais do que nunca, o maior gesto de saúde mental seja esse: fazer o que se diz. Ou, ao menos, ter a honestidade de admitir quando não se pode, e escutar o que isso revela.

Juliana Formigari
Psicóloga | Psicanalista
CRP 06/213192

Num mundo que insiste em nos vender o brilho das superfícies, o sujeito se vê cada vez mais refém de um eu performático,...
07/07/2025

Num mundo que insiste em nos vender o brilho das superfícies, o sujeito se vê cada vez mais refém de um eu performático, lapidado para agradar, silenciado para permanecer.
Mas há um ponto de ruptura.

As aparências enjoam.
Não porque sejam ruins, mas porque são vazias. E o vazio, quando repetido demais, começa a pesar.

A psicanálise nos ensinou: há um sofrimento que nasce da tentativa constante de ser o que esperam. Lacan diria que o sujeito do desejo é atravessado pelo olhar do outro, e quando esse olhar se torna exigência, a vida vira encenação.

Vivemos tempos onde a estética virou ética, e a autenticidade é engolida pela lógica do feed.
Mas o desejo… o desejo não suporta molduras.

A busca por sentido exige desnudamento. Exige falha. Exige humanidade.
E, sobretudo, exige coragem para desapontar o espetáculo.

A aparência cansa, porque não respira.
E o que não respira… morre em cena.

Juliana Formigari
Psicóloga | Psicanalista
CRP 06/213192

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07/07/2025

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