05/02/2025
Minha avó começou em um processo demencial por volta de 2007 e minha família de desorganizou, tentando buscar formas de lidar e de saber cuidar. Cuidar de quem amamos é muito mais difícil do que cuidar profissionalmente, porque os laços de afeto e as lembranças, assim como as expectativas, te inundam. Lembro até hoje do primeiro banho que ajudei a dar na minha avó e no quanto tudo aqui foi desafiador, tanto que tenho a memória até hoje. Mas, se não bastasse os desafios da condição da minha avó, meu avô não aceitava cuidador, porque tinha prometido a Deus que cuidaria dela por toda a vida. Percebam que além de não ser fácil, ainda foi difícil e tirando o humor de lado, enfrentamos um período de adaptação intenso, convencimento, escolha de cuidadora, definição de carga horária, orientação sobre os hábitos dos meus avós e tudo que seria para facilitar, atrapalhou, porque começaram as discordância entre a família. Cada filho orientava de uma forma e a cuidadora não sabia a quem referenciar e qual orientação deveria seguir, era um tal de faz isso e em minutos depois faz de outro jeito, que não da pra contar. Levou um tempo para tudo se organizar, para que meu avô se sentisse confortável mesmo e para que minha avó recebesse aquele cuidado profissional que buscávamos. Eu sei que no começo é difícil de adaptar com alguém em casa, as vezes com as trocas e substituições, com alguém gerenciando o cuidado, com as visitas de supervisão frequentes, mas te garanto que isso faz a diferença na vida de quem requer cuidados e no relacionamento entre a família, aqui as coisas só melhoraram depois de todos esses alinhamentos. Por isso que eu sempre te digo: eu sei o que você passa e sei como te ajudar. Minha avó faleceu a 10 anos, em um mês de fevereiro e por mais desafiador que foi, eu tenho certeza do Bom cuidado que ela recebeu e do amor sem medidas que pudemos dar. Conte comigo nesses cuidados com alguém que você ama!