08/06/2024
Hoje se encerrou um ciclo, para mim e para todos que, unidos, fizeram um ctg, de transformar em um lugar de acolhimento e cuidado, cheio de afeto, carinho e atenção, que como muitos me disseram, se tornou uma grande família.
Não há palavras para expressar tudo que se passou nesse mês de muito trabalho, de conexões, de desafios e de altos e baixos. Um misto de sentimentos que tomou conta de mim nestes 30 dias, culpa por sentir estar fazendo pouco, perto de todas as necessidades que estava vendo que todos tinham, exaustão por trabalhar incessantemente durante muitos dias, especialmente nas primeiras semanas, onde pude reviver minhas experiências lá do meu primeiro estágio, onde fazia um trabalho muito parecido, me conctando, conhecendo e me aprofundando na vida de pessoas, extremamente vulneráveis. A vulnerabilidade social não é nenhuma novidade, embora para muitos ela esteja distante, pra mim, nunca foi assim. Mas a vulnerabilidade que lidei neste mês, foi diferente, profunda, dolorosa... Essa vulnerabilidade grita e pulsa desespero, medo e luto.
Embora muitos estivessem lutando, persistindo e buscando uma esperança de dias melhores, mesmo sem saber quando esses dias voltarão a habitar seus corações e suas mentes inquietas e cansadas, existe muito luto, por tudo que ficou e por tudo aquilo que não há como recuperar, um luto que acabou de começar...
Conheci pessoas incríveis, com propósito e dedicação incansável. Como já mencionei outro dia, vi que minha rede se ampliou de uma forma que nunca imaginava ser possível, que me ajudaram a fazer, o que naquele momento era mais prioritário, saúde, uma cama quente, higiene, alimentação afetiva, roupas... e coisas tão " simples" como um kit de chimarrão, salada fresca ou um par de meias novas se transformaram numa demonstração de afeto e cuidado, que me trouxeram palavras e abraços que aqueceram meu coração e acalmaram minha alma.
Duarante dias, dormia e acordava pensando em tudo que podia fazer, nem que fosse para dar um minuto de co***lo, descanso ou prazer pelas pequenas coisas da vida, uma conversa jogada fora, um abraço apertado, cobertinhas novas, uma calça confortável, um chazinho quente. Segue nos comentários