Camila Scarpati Dias - Psicóloga e Psicanalista

Camila Scarpati Dias - Psicóloga e Psicanalista Meu nome é Camila Scarpati Dias, sou psicóloga (16/6902) e psicanalista, atendo na cidade de Vitor

com elaboração vira espaço.
15/09/2025

com elaboração vira espaço.

Antes era a data de um atentado que fez com que eu descobrisse o tamanho do mundo e deixasse a curiosidade me levar bem ...
11/09/2025

Antes era a data de um atentado que fez com que eu descobrisse o tamanho do mundo e deixasse a curiosidade me levar bem longe, depois a data de quando chamei os meus para celebrar o começo de alguma coisa em uma das ideias mais legais que já tive que foi fazer minha festa de formatura no consultório, e agora é também a data onde pela primeira vez em dois séculos desde que deixamos, ainda que pelas mãos de um monarca, de ser colônia que militares são condenados por um júri civil por atentarem contra a democracia. O primeiro trabalho que publiquei faz menção a isso, que não é pouca coisa.

O que tem a haver com psicanálise isso?
Bem, se suportar a queda de mitos não é o que se ousa pretender numa análise, nem sei.

“O Brasil tem um grande passado pela frente.”
Millôr Fernandes

Hoje é dia do historiador. A História, tal como a psicanálise, f**a às voltas com ser ou não ciência, e vez ou outra é d...
20/08/2025

Hoje é dia do historiador. A História, tal como a psicanálise, f**a às voltas com ser ou não ciência, e vez ou outra é declarada morta ou dispensável. As questões metodológicas são infinitas.

Para as provas não bastava saber o conceito. Os melhores professores eram os que nos faziam ler ao mesmo tempo diferentes visões sobre uma mesma época. Prado Jr, Sérgio Buarque, Gilberto Freyre. Ou Furet e Hobsbawn - que partir de sua leitura e igualmente amparados nas fontes escolhidas teorizavam. E talvez, se fossem hoje escrever, o fariam diferente.
Qual o certo?
A magia é não haver resposta para isso.
Justamente o que a História tem de mais precioso é a possibilidade de sempre mais uma leitura. Mantidos o rigor do método, a ética, não são apagamentos, mas outras escritas.
Diversidade é algo que me encanta desde antes de eu saber disso.

Na faculdade de Psicologia vi a História sendo mais necessária. Talvez por isso me sinta mais historiadora que psicóloga. E se tratando de psicanálise, que é ainda outra coisa, por muitas vezes achei que uma formação pouco usual era mais atrapalhava do que ajudava.
Que idiotice. Até que numa conversa, não qualquer, me disseram que era interessante eu ser de outra área que não psicologia.
Em seguida uma amiga me presenteou com esse trecho do Lacan:

“É de uma iniciação nos métodos do linguista, do historiador e, diria eu, do matemático que se deve tratar agora, para que uma nova geração de clínicos e pesquisadores resgate o sentido da experiência freudiana e seu motor.” (Lacan, A coisa freudiana)

Do matemático e do linguista não consigo dizer muito, mas sobre o historiador… que a gente insista nisso de se debruçar, in(clinar) nas fontes, no impossível que é apreender a mentalidade de uma época a partir dos registros deixados por quem ali esteve, na análise macro para além de nossa interpretação, a postura de quem interroga narrativas e versões do passado em vez de tomá-las lineares ou de apenas uma posição ótica.

Parabéns, colegas, de mim que visto a camisa ao meu modo e vez ou outra me vejo de mãos dadas com Clio, mesmo sem todo esse colágeno mas pelo menos com a sobrancelha restabelecida.

Uma das minhas primeiras memórias da infância foi o dia da minha formatura do jardim III. Família toda reunida, e eu com...
10/08/2025

Uma das minhas primeiras memórias da infância foi o dia da minha formatura do jardim III.

Família toda reunida, e eu com seis para sete anos, na hora de subir no palco no meio do ginásio e pegar o diplominha, tropecei e cai. Levantei, continuei. Beijo na professora, diplominha na mão, livrinho de presente na outra (joão e o pé de feijão), voltei para minhas amiguinhas na arquibancada. Vida normal, felizmente.

Depois fiquei sabendo que quando cai, minha mãe foi no impulso de ir até mim para me ajudar.
Meu pai, que não esteve presente em vários momentos da minha vida, ali estava, e disse que se fosse me acudir aí sim eu iria começar a chorar, fazer manha. E mesmo contrariada, ela não foi, felizmente.

Quando ela contou pouco depois fiquei brava, achava que não gostava de mim porque não teve dó de mim. E chega a ser esquisito escrever isso, felizmente.

E o mais interessante foi anos depois admitir, reescrever essa narrativa familiar às custas de muita análise, poder me dar conta de que era isso mesmo, felizmente.

Voltei para casa com um roxo na perna, diplominha, livrinho e uma lição que começou a ser aprendida ali: tudo bem tropeçar, sou capaz de levantar e continuar a andar. Felizmente.

Para falar que a gente aprende um tanto com os livros, e eles são fundamentais, mas que outro tanto só vivendo mesmo, e falando, contando de novos de novo.

Alguns /felizmente/ só podem ser escritos depois.

De todas as fotos que já fiz dentro da ELPV, acho que essa tem um espaço muito especial no me coração.Primeiro projeto d...
01/08/2025

De todas as fotos que já fiz dentro da ELPV, acho que essa tem um espaço muito especial no me coração.
Primeiro projeto de cartel escrito e entregue, a mão como faziam os maias e os astecas, com essas que estarão para sempre aqui dentro.
Esse cartel deixou em mim saudades de pessoas, de uma época, de um começo mais começante que os de hoje.
Para lembrar quando o coração ficou especialmente apertado de saudade, o quanto a alegria tem lugar e o lugar dela é dentro de nós.

Se mudou para um lugar diferente. Ali não se levava o lixo até a lixeira. Na verdade levava, mas a uma intermediária. De...
24/06/2025

Se mudou para um lugar diferente. Ali não se levava o lixo até a lixeira. Na verdade levava, mas a uma intermediária. Depois alguém juntava de andar em andar para irem ao encontro do caminhão. Achou esquisito, mas tá né.

Até que a lei veio e disse: assim não pode.
Protestos. Muitos protestos.
O que foi ainda mais esquisito.

O que as pessoas vão fazer agora? descer com o lixo? E quem trabalha aqui? Vai fazer o quê com esse tempo livre? Não teve jeito. A lei chegou e cada um passou a descer com seu lixo.
O tempo livre nunca foi visto porque há sempre muito a fazer, de sete às sete.
Aquilo foi uma experiência e tanto.
Meses depois de novo, dessa vez onde trabalha. Prédio chique. Estava há anos ali e sempre recolheu e levou o lixinho ao lixão. Seu trabalho mesmo que glamourizado, de glamouroso tem pouco. O dia escutando restos e ao final recolhendo o lixo.
Naquele dia, por acaso encontrou a zeladora que quando a viu com uma de lixo em mãos disse:
-Doutora, você que recolhe o lixo aí?
Sem entender muita coisa, disse que sim ué.
-Deixa que tiro para senhora, entro aí e pego.
Então deu um riso e disse:
-Muito obrigada, mas não precisa. Bom que passeio no prédio.
E sorriu.

Se a gente não for nem capaz de lidar com esses lixos tão fáceis de descartar e precisar delegar para outra pessoa isso, imagina com aqueles difíceis mesmo.

Será mesmo que a gente quer a sorte de um amor tranquilo? E indo um pouco além, será que existe amor tranquilo?  Nas rel...
12/06/2025

Será mesmo que a gente quer a sorte de um amor tranquilo? E indo um pouco além, será que existe amor tranquilo? Nas relações em geral e em especial nas escolhas amorosas a gente reedita um tanto de coisa que em geral pouco tem a ver com tranquilidade.

Amar vem com uma (boa) dose de desamparo, de insegurança ou no mínimo o desconforto de vez e sempre ser lembrado dos desencontros da completude.

Amar é trabalhoso. E aqui já abro um parênteses: trabalhoso não é o mesmo que penoso ou sacrificial. Se estamos falando de se martirizar no amor, virou outra coisa - para ambos.
Mas sim, dá trabalho ser amante e ser amado.

O ouro dessa música está no que penso ser maior desafio de um casal em tempos de tanta aceleração e aposta no prazer quase mortif**ante posto que é impossível de acontecer a todo custo o tempo todo e no tudo poder: transformar o tédio em melodia.

A vida real tem rotina, monotonia e o amor é esse que é um remédio que dê alegria, mas não cura do mal estar do mundo.
Amar nos implica a ser artistas no convívio, inventar, criar a partir do inferno e do céu de todo dia. Se o inferno são os outros, o céu não se faz sem mais alguns.

Em tempos de redes sociais, as vezes a impressão que dá nessa co**ha de retalhos barulhenta que virou o telefone, é que a poesia está sempre na vida do outro.

Mas segredo aqui que Cazuza já adiantou: ninguém a vive.
É justamente a poesia que a gente não vive que é capaz de transformar o tédio em melodia e não a melodia que transforma o tédio em poesia.

O amor aparece nos dias cansados, na cara amassada, no cabelo bagunçado e no encontro com o desencontro de perceber-se diante de um outro e topar seguir com isso, e não apesar disso.

No caminho parou para comprar flores, não uma flor qualquer, beijo é o nome da sua preferida, várias cores e cultivo des...
01/06/2025

No caminho parou para comprar flores, não uma flor qualquer, beijo é o nome da sua preferida, várias cores e cultivo descomplicado.

Beijos devidamente acomodados na caixinha e que só irão para a casa nova na próxima semana, ou ninho como gosta de chamar.

Perguntou:
-Elas sentem essas mudanças todas de lugar?
E escutou e quem aprendeu a escutar as plantas.
-Precisa deixar no sol, senão elas sentem.

Se a planta está sentindo as mudanças bruscas, quem somos nós com nossas emoções complicadas para fazer pouco caso disso que é viver?

Primeiro fui para onde a diferença estava na cara. Ali era até fácil nem tentar se  fazer pertencente. Mais fácil aceita...
19/05/2025

Primeiro fui para onde a diferença estava na cara. Ali era até fácil nem tentar se fazer pertencente.
Mais fácil aceitar a condição de forasteira.
Depois as coisas mudaram muito.
Elementos que cresci ouvindo ou vendo dos livros didáticos aos filmes e séries.
Aqui meu rosto não é mais tão diferente. Meu rosto poderia passar sendo de como alguém daqui. Mas eu e o que me faz ser eu é diferente. Minha língua mãe, a maneira como me movimento, meu olhar, minhas roupas, o que me faz ser eu além da carne.
No primeiro dia a sensação era de estranhamento. Como se fosse uma coisa colorida e perdida em meio a elegância e alinhamento dos filmes. Como se estivesse invisível num set de gravação de alguma série que já assisti.
Pensei em comprar algo para me camuflar e proteger do frio, mas nada me servia. Desisti. Comprei um moletom bem de turista escrito: PARIS/FRANCE, porque afinal, é isso que sou aqui. Forasteira.
Quando começo a me perder menos nas linhas de metrô ou começo a saber o quanto de fato custam as coisas, é hora de ir. Afinal, por agora não é esse meu lugar. Tem um cais me esperando.
Assim, por nas minhas últimas horas de estrangeira é bom demais me dar conta do cais.
Há mar e há porto. Porque se só houvesse umas dessas coisas, não teria tanta graça a vida.
E sim, se tudo der certo, a gente muda lugar algumas vezes longo da vida, mas como tudo nessa tal de vida, não é com um passe de mágica ou carinho no passaporte que acontece.

Oriente-se. O alfabeto tailandês tem mais de quarenta letras que mais parecem desenhos com suas delicadas curvas e que e...
07/05/2025

Oriente-se.

O alfabeto tailandês tem mais de quarenta letras que mais parecem desenhos com suas delicadas curvas e que esfregam na nossa cara o quanto a achamos que sabemos das coisas mas não sabemos nada.

Ocupar o lugar do estrangeiro quando está literalmente na minha cara que não sou daqui é um exercício e tanto de suportar o quanto somos pequenos, o quanto o controle é uma ilusão.

Vou de nerd a analfabeta em questão de horas e que a linguagem que mais vale na vida é a que sentimos no corpo.

E admito que cada vez mais tenho gostado de viver isso.
Faz aprender a dar ainda mais valor ao que importa.

Se eu daria algum conselho pra minha versão mais nova? Jamais. Primeiramente e felizmente não fui muito de escutar conse...
20/03/2025

Se eu daria algum conselho pra minha versão mais nova?

Jamais.

Primeiramente e felizmente não fui muito de escutar conselhos. E uma coisa que adoro há muito tempo é escutar pessoas. Só que as lições mais importantes que aprendi e aprendo são com quem não sabe que está ensinando.
Quem se pensa no lugar de ensinar algo já fracassou no começo.

Se tem uma coisa que eu acredito é no tal do inconsciente e como em algum lugar a gente sabe onde não sabe que sabe.

Acho que todo dia tento buscar um pouco da Camila de 20 anos e também a de 3 e a de ontem ou de meia hora atrás.
Afinal não somos sem quem já fomos.

Poderia fazer um texto sobre mestria, ou sobre o quanto se acreditar no lugar de quem ensina algo é o jeito mais fácil d...
16/03/2025

Poderia fazer um texto sobre mestria, ou sobre o quanto se acreditar no lugar de quem ensina algo é o jeito mais fácil de não estar nesse lugar.

Me dando conta - só depois - do quanto aprendi nos lugares mais improváveis, sinto cada vez mais o quanto é fundamental reconhecer a potência da vida acontecendo.

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