21/12/2024
Transgênicos e Riscos a Nossa Saude
Primeiro vamos entender o que são os transgênicos, que tanto se fala, mas para isso precisamos de uma rápida noção de genética.
As proteínas que formam a estrutura do nosso organismo. Em meados do século XX que foi melhor entendido como é regido o comando celular para sua produção e à partir daí nossas características individuais.
E como são produzidas nossas proteínas? O DNA, que é uma molécula composta de nucleotídeos (composto por bases nitrogenadas + açúcar de 5 carbonos + fosfato) é igual em todos os seres vivos, Isso mesmo! Igual! A combinação desses nucleotídeos é que difere os seres vivos entre eles. O chimpanzé tem 98% de DNA igual ao do ser humano e o camundongo 85%. Para entender a dimensão disso, o ser humano tem 3 bilhões de pares de nucleotídeos e a batata 706 milhões. Essa quantidade não se relaciona com o tamanho ou inteligência do animal, por exemplo, a célula de um camundongo possui mais nucleotídeos que a célula de um cachorro.
Uma única molécula de DNA extremamente longa, com formato de hélice e que forma nosso cromossoma e contém vários genes. Os humanos têm cerca de 25.000 genes. Somente em 2003 foram mapeados 92% da nossa sequência genômica.
Nas décadas de 60 e de 70, foi descoberta a polimerase, que é a enzima que transcreve a informação genética para a nova célula, possibilitando a interferir nesse processo de informação entre as células e mudar algumas partes desses genes. Esse evento ocorre naturalmente e é assim, por exemplo, que as bactérias se tornam resistentes a antibióticos.
Agora vamos aos transgênicos propriamente ditos. Eles são animais, plantas ou microrganismos, que foram geneticamente transformados por emenda e inserção de genes estranhos (de outros animais, plantas ou microorganismos) em seus cromossomos. Se realiza assim um rearranjo genético.
Como um gene carreia muitas informações, o resultado desse novo arranjo é desconhecido e para cada novo produto há de se realizar muitos te**es. Como na produção de medicamentos para cada produto que é efetivo, centenas pesquisados não geram o resultado esperado e são descartados.
Isso é pesquisa e é trabalhosa!
O exemplo mais antigo de transgenia para produção de medicamento é o da insulina sintetizada por bactérias, que começou a ser comercializada em 1982 e em 1994 o primeiro alimento: tomate.
Nas últimas décadas, a área com culturas transgênicas subiu 100 vezes, de 1,7 milhões de hectares para 206 milhões (10% da produção mundial). Os Estados Unidos lideram o plantio, seguidos pelo Brasil e Argentina
Soja, milho, algodão, cana e canola são os mais produzidos, mas beterraba, morangos, berinjela e uma vasta lista de alimentos. Os resultados são inúmeros: alimentos mais resistentes a pragas e inseticidas, com maturação mais rápida e conservação maior após colheita.
No Brasil a EMBRAPA é o órgão responsável para além da regulamentação, pesquisas. Está em estudo, por ex., grãos adaptados a solos secos e com pouco nutrientes e café resistente à broca
Os riscos possíveis são devidos ao próprio processo. Na natureza o rearranjo genético sempre acontece. É assim, por exemplo, que o ser humano é tão diferente do princípio e que a cada ano temos formação de novos vírus da gripe.
Alergia: antes a melhora da planta era realizada através de enxertos. O trigo foi um dos alimentos que nessa melhoria, se cruzando várias espécies, nos trouxe uma gama de alergias. Os OGM podem evitar o uso de muitas espécies minimizando esse risco. Por outro lado, na banda de genes transferidos podem carrear alérgenos desconhecidos. Por isso, a cada novo produto ele deve ser testado em animais.
Riscos para a natureza: os vegetais resistentes a pesticidas e herbicidas levam aos agricultores a usar menos desse produtos, o que é ótimo! Por outro lado há uma preocupação de haver resistência das ervas daninhas e pragas, danificando essa e as plantações do entorno, bem como a morte de microorganismos benéficos.
Risco genético: Há o risco que o gene benéfico careeie informações não esperada, produzindo toxinas, como por exemplo hormônios. São riscos possíveis mas não prováveis.
Um outro ponto muito discutido é a informação ao público que o alimento contém transgênicos. Isso na prática não é simples pois há vários derivados dos alimentos originais. Provavelmente todo o óleo de cozinha que consumimos provém de alimentos transgênicos. Como ficariam os restaurantes? O importante se realiza na prática, que é o controle da produção e que o rastreamento dos alimentos comercializados podem ser facilmente detectados por técnicas de PCR e ELISA, informação importante para esse controle sanitário.
Nos EUA além dos alimentos há dois animais, salmão e porco, que são geneticamente modificados para crescerem rápido (salmão) e retirar açúcar da carne (porco). Na China há peixes.
A maioria dos riscos que a sociedade debate são por falta de informação. Medo do desconhecido!
Concluindo, não há qualquer evidência atual que os transgênicos usados possam causar danos a nossa saúde, de nossa descendência ou afetar nossos genes. Cada novo transgênico tem de ser avaliado individualmente sobre seu risco.