Bárbara Laureano - Psicoterapia & Orientação de Pais e Cuidadores

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Muitas vezes, o chamado “senso de justiça” no autismo é interpretado a partir da lógica neurotípica, como se fosse fruto...
01/08/2025

Muitas vezes, o chamado “senso de justiça” no autismo é interpretado a partir da lógica neurotípica, como se fosse fruto de um julgamento moral ou de um senso ético desenvolvido. No entanto, na prática clínica e nos relatos de pessoas autistas, o que se observa é que essa reação intensa a quebras de regras, promessas ou combinados está muito mais ligada a aspectos do funcionamento cognitivo, como rigidez, pensamento concreto e necessidade de previsibilidade.

Ou seja, o que parece ser uma defesa da justiça pode, na verdade, ser uma tentativa de manter a coerência interna frente a um mundo percebido como caótico ou incoerente. Uma mudança inesperada, um desvio de rota ou uma quebra de regra pode ser vivida com desconforto ou até angústia, não por uma reflexão ética profunda, mas porque aquilo rompeu com a lógica que organiza o mundo para aquela pessoa.

Por isso é tão importante compreender o funcionamento cognitivo da pessoa autista. Sem esse entendimento, corre-se o risco de interpretar suas reações de forma equivocada, idealizando como uma grande consciência moral ou, ao contrário, criticando como se fossem inflexíveis ou intolerantes. Em ambos os casos, perde-se a oportunidade de enxergar a experiência vivida por trás do comportamento.

Qual é a probabilidade de recorrência do autismo em famílias que já têm uma criança no espectro?Um artigo publicado em 2...
25/07/2025

Qual é a probabilidade de recorrência do autismo em famílias que já têm uma criança no espectro?

Um artigo publicado em 2024 pelo Baby Siblings Research Consortium acompanhou 1.605 bebês que tinham irmãos mais velhos autistas. Todos foram avaliados até os 3 anos com instrumentos padronizados, como o ADOS-2 e os critérios do DSM.

O resultado foi que 20,2% dessas crianças também receberam o diagnóstico de autismo, um risco consideravelmente maior do que o encontrado na população geral.

O s**o da criança influenciou esse risco: meninos apresentaram taxa de 25,3%, enquanto meninas tiveram 13,1%.

Famílias com mais de um filho autista (famílias “multiplex”) mostraram taxa de recorrência de 36,9%, e quando o irmão mais velho com diagnóstico era uma menina, o risco aumentou para 34,7%.

Esses dados reforçam a hipótese de um efeito protetor feminino, ou seja, meninas precisariam de uma carga maior de fatores de risco para manifestar o transtorno. Essa hipótese é sustentada por estudos genéticos que indicam que, embora o autismo seja mais comum em meninos, quando aparece em meninas tende a estar associado a uma combinação mais densa de fatores genéticos e ambientais. Isso também ajuda a entender por que muitas meninas autistas passam despercebidas: além de apresentarem manifestações diferentes, elas podem precisar de um “limiar maior” para que o diagnóstico seja considerado.

Fatores sociodemográficos também exerceram influência. Crianças de famílias com menor escolaridade materna ou pertencentes a grupos raciais minorizados apresentaram taxas mais altas de recorrência. Isso levanta questões importantes sobre desigualdades no acesso ao diagnóstico e à intervenção precoce. Não se trata apenas de risco biológico, mas de fatores estruturais: quanto menor o acesso a serviços de saúde, menos chances de uma criança ser diagnosticada ou receber acompanhamento adequado. Além disso, fatores como subdiagnóstico em populações racializadas, menor representatividade nos estudos e vieses implícitos podem influenciar diretamente na identificação e na resposta oferecida a essas famílias.

A marzo, ho ricevuto con grande gioia e sorpresa un invito dalla Dott.ssa Federica Schillaci, della redazione di , per p...
19/07/2025

A marzo, ho ricevuto con grande gioia e sorpresa un invito dalla Dott.ssa Federica Schillaci, della redazione di , per pubblicare un articolo.

Il mio articolo è stato pubblicato nell’edizione di luglio. Sono molto grata per l’invito e per l’opportunità di contribuire con un tema che considero tanto necessario: l’autismo nelle bambine e le sfide della diagnosi precoce.

Spero che la lettura sia proficua! 🌻

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Em março, recebi, com grande alegria e surpresa, um convite da Dra. Federica Schillaci, da redação da Salute33, para publicar um artigo.

Meu artigo foi publicado na edição de julho. Sou muito grata pelo convite e pela oportunidade de contribuir com um tema que considero tão necessário: o autismo em meninas e os desafios do diagnóstico precoce.

Espero que a leitura seja proveitosa! 🌻

Cansada demais para pensar em uma legenda.Já posso aproveitar meu recesso? 😌
17/07/2025

Cansada demais para pensar em uma legenda.
Já posso aproveitar meu recesso? 😌

O Transtorno do Déficit de Atenção é Hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento que acompanha o indiví...
13/07/2025

O Transtorno do Déficit de Atenção é Hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento que acompanha o indivíduo ao longo da vida e ainda é, muitas vezes, mal compreendida.

O TDAH afeta diretamente a capacidade de atenção, a autorregulação emocional, o controle de impulsos e a organização de tarefas. Embora muitas pessoas associem o transtorno à agitação, a hiperatividade não está presente em todos os casos. Existem três apresentações principais: o tipo predominantemente desatento, o tipo predominantemente hiperativo-impulsivo e o tipo combinado.

Pessoas com o tipo desatento costumam ter dificuldade de manter o foco, esquecer compromissos ou objetos, parecer desligadas e cometer erros por distração, mesmo quando estão tentando se concentrar. Já no tipo hiperativo-impulsivo, o que se destaca é a inquietação motora, a impulsividade nas falas e ações, a dificuldade em esperar a vez ou pensar antes de agir. No tipo combinado, os dois conjuntos de características aparecem de forma significativa.

Um ponto importante na conscientização é entender que o TDAH pode se manifestar de formas diferentes em meninos e meninas, o que impacta diretamente no diagnóstico. Meninos, em geral, apresentam mais comportamentos hiperativos e impulsivos, o que costuma gerar incômodos no ambiente escolar e leva à busca por avaliação mais cedo. Já meninas tendem a apresentar um perfil mais introspectivo e desatento, sendo frequentemente vistas como distraídas, desorganizadas ou “na nuvem”. Por não chamarem tanta atenção, muitas passam anos sem diagnóstico.

Apesar de ser amplamente pesquisado, o TDAH ainda carrega muitos mitos. Crianças com o transtorno são frequentemente rotuladas como malcriadas. Adolescentes, como preguiçosos. Adultos, como desorganizados ou irresponsáveis. Quando, na verdade, essas pessoas estão tentando lidar com desafios reais em um mundo que ainda pouco se adapta às diferenças de funcionamento cognitivo e emocional.

Com acesso ao diagnóstico correto, suporte psicoterapêutico e, quando indicado, acompanhamento medicamentoso, pessoas com TDAH podem aprender estratégias de autorregulação, desenvolver suas habilidades e viver com mais qualidade de vida.

Mestra! 😍Hoje encerro oficialmente uma das jornadas mais marcantes da minha vida profissional e pessoal: defendi minha p...
11/07/2025

Mestra! 😍

Hoje encerro oficialmente uma das jornadas mais marcantes da minha vida profissional e pessoal: defendi minha pesquisa de mestrado! 🥳

Foi um caminho intenso, cheio de descobertas, reflexões e, acima de tudo, escuta. A cada encontro, a cada relato, fui entendendo com mais profundidade o que significa viver se escondendo para ser aceita, adaptando o próprio jeito de ser para caber em espaços que nem sempre acolhem.

Estudar a camuflagem não foi apenas um exercício acadêmico. Foi um mergulho em vivências reais, corajosas e muitas vezes doloridas. Mulheres que por anos esconderam sua essência para sobreviver, e que agora colocam em palavras suas experiências, ajudando outras a se reconhecerem, a se compreenderem, a se libertarem.

Sou profundamente grata por confiarem suas histórias a mim! 🌻

Relíquia!O único livro que me recuso a rabiscar 😅
05/07/2025

Relíquia!
O único livro que me recuso a rabiscar 😅

Nos últimos dias, tragédias amplamente divulgadas tomaram conta dos noticiários e das redes sociais.Nesses momentos, é c...
28/06/2025

Nos últimos dias, tragédias amplamente divulgadas tomaram conta dos noticiários e das redes sociais.

Nesses momentos, é comum que algumas pessoas passem horas acompanhando tudo: lendo matérias, assistindo a vídeos, buscando qualquer atualização disponível.

Entre pessoas autistas, esse comportamento pode ser ainda mais intenso, e apesar de causar estranhamento em quem vê de fora, não tem nada de morbidez. Muitas vezes, essa busca incessante por informações é uma forma de tentar entender e lidar com algo que foge completamente do controle.

Pessoas autistas costumam ter apresentar hiperfoco. Quando algo chama a atenção, o cérebro se fixa naquele tema, e é difícil simplesmente “deixar pra lá”.

Existe uma explicação chamada monotropismo, que descreve como o cérebro autista costuma se concentrar em poucos assuntos por vez e com mais intensidade. Quando o tema em questão é uma tragédia, essa concentração pode se transformar em uma tentativa de entender cada detalhe, de dar algum sentido à situação. Ler, pesquisar e acompanhar os desdobramentos pode funcionar como uma forma de recuperar uma certa estabilidade.

Além disso, muitas pessoas autistas têm dificuldade para mudar de foco (sticky attention). Uma vez envolvido com o tema, o cérebro autista tem mais dificuldade em mudar de assunto. Isso faz com que, mesmo percebendo que o excesso de informações está gerando desgaste, a pessoa não consiga simplesmente parar. Essa rigidez pode tornar o ciclo de busca difícil de interromper, levando a um consumo prolongado de conteúdo , às vezes de forma quase compulsiva.

Outro ponto importante é que esse comportamento também pode estar ligado a uma forma diferente de expressar empatia. Pessoas autistas sentem, mas nem sempre demonstram isso da forma mais esperada. Em vez de chorar ou conversar sobre o assunto, podem se envolver com o tema buscando entender, analisar ou acompanhar o que está acontecendo. Essa é, muitas vezes, a maneira que encontram de se conectar com aquilo que afeta os outros.

O envolvimento com uma tragédia, mesmo que pareça excessivo, pode ser o único recurso que a pessoa tem no momento para tentar lidar com o que sente.

Aproveitei a tarde para começar um novo livro, indicação de uma paciente querida.Havia recebido um convite para tomar um...
21/06/2025

Aproveitei a tarde para começar um novo livro, indicação de uma paciente querida.

Havia recebido um convite para tomar um café, mas decidi ficar em casa. Fiquei tentada a ir, porque tento aproveitar esses momentos para sair da rotina.

Mas hoje eu não queria ir.
Queria ficar em casa.

Sempre gostei da minha própria companhia. Desde criança, era assim. Enquanto os colegas corriam no recreio, eu preferia me sentar num canto com um livro. Enfiava a cara nas páginas como se o mundo real fosse apenas um intervalo entre os capítulos.

Curiosamente, nunca fui tímida. Sempre falei muito, até demais. Tinha facilidade para fazer amigos, conhecer pessoas.

Na mesma medida, para esquecê-los…

Não por maldade e nem por desinteresse. É que por muito tempo eu não sabia que amizade precisava de manutenção. Que exige presença, cuidado, disponibilidade. E às vezes, simplesmente, eu me distraía com o mundo interno e deixava a relação escorrer pelos dedos.

E eu sou intensa. Quando gosto, gosto muito. Mas essa intensidade também se aplica às minhas regras. Se alguém infringe o que eu entendo como lealdade ou respeito numa amizade, dificilmente dou uma segunda chance. Na mesma intensidade que me aproximei, eu me afasto por completo.

Eu sinto saudade às vezes, apesar do meu sumiço. É que minha forma de sentir é diferente. É uma saudade silenciosa, sabe? É tão discreta que, às vezes, nem eu mesma escuto de imediato. Ela aparece em lembranças aleatórias.

Quando me chamam para sair, quase sempre eu penso em recusar. Mas quando aceito, quase sempre é bom. Eu me divirto, dou risada, gosto da companhia. Só que, depois de duas horas, minha bateria social já está na reserva. E tudo em mim pede por silêncio.

Eu gosto de estar com pessoas que eu gosto. Mas acontece que amo minha companhia. Amo o silêncio. De um canto só meu, onde eu possa existir sem tradução. Um espaço em que eu não precise fazer sentido para ninguém.

PS: me distraí e deixei a leitura de lado para escrever coisas aleatórias 😅

Pouco se fala sobre como é viver com um cérebro que combina o potencial das altas habilidades/superdotação (AH/SD) com o...
19/06/2025

Pouco se fala sobre como é viver com um cérebro que combina o potencial das altas habilidades/superdotação (AH/SD) com os desafios do autismo ou do TDAH.

Na teoria, pode soar como uma combinação “privilegiada”. Mas, na prática, o dia a dia costuma ser marcado por frustração, cansaço e sensação de insuficiência.

É como ter um carro potente, mas com o freio de mão puxado.

Pessoas neurodivergentes com AH/SD escutam com frequência que são “inteligentes demais para estarem passando por isso”. O que muitos não entendem é que ter altas habilidades não significa ausência de dificuldades. Planejamento, regulação emocional, organização, manutenção de tarefas simples, tudo isso ainda pode ser um grande obstáculo.

Como alguém que entende conceitos complexos, resolve problemas abstratos ou aprende rápido pode travar na hora de escovar os dentes, organizar a mochila ou responder uma mensagem?

Essa diferença entre o que a pessoa sabe que poderia fazer e o que consegue fazer de fato pode gerar muita angústia. É comum que surjam pensamentos como “se eu posso fazer coisas difíceis, por que não dou conta do básico?”.

Mas isso não é preguiça, falta de interesse ou má vontade. É uma sobrecarga real, causada por um funcionamento neurológico que não se alinha às expectativas do que seria considerado “coerente”.

Não dá pra medir a funcionalidade de alguém só pela inteligência. E quando a cobrança vem em cima do que “deveria dar conta”, com base no que aparenta ser fácil, isso só aumenta o peso que a pessoa já carrega.

Durante décadas, o autismo foi compreendido de forma limitada e cercado por estigmas.A construção social sobre o TEA con...
18/06/2025

Durante décadas, o autismo foi compreendido de forma limitada e cercado por estigmas.

A construção social sobre o TEA concentrou-se, por muito tempo, em manifestações mais visíveis e em estereótipos baseados em apresentações infantis e masculinas. Como consequência, muitos indivíduos, especialmente mulheres e pessoas com maior nível de autonomia, permaneceram sem diagnóstico ou foram diagnosticados erroneamente com outras condições ao longo da vida.

Mesmo com os avanços na compreensão do espectro autista, ainda é comum que o diagnóstico só ocorra na idade adulta. Para essas pessoas, o processo é frequentemente acompanhado de um sentimento ambíguo: o alívio de finalmente entender as dificuldades enfrentadas ao longo da vida e, ao mesmo tempo, a frustração por não terem sido reconhecidas antes.

O Dia do Orgulho Autista, criado em 2005 por iniciativa de pessoas autistas, surge como um contraponto à narrativa predominantemente clínica e deficitária do autismo. A proposta da data não é romantizar o diagnóstico, mas trazer à tona a importância do reconhecimento, da escuta qualificada e da construção de espaços que acolham as diferenças. O foco está em promover a dignidade, combater o preconceito e afirmar que a neurodiversidade é uma parte legítima da condição humana.

91 voltas ao sol.Te amo, vó! ❤️
01/06/2025

91 voltas ao sol.
Te amo, vó! ❤️

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