Petra Paim Ehrenbrink - Psicóloga

20/04/2025

24/12/2022

Certa vez ouvi de uma paciente: “o Natal sempre foi uma época triste e delicada pra mim. Por vezes era só eu e minha mãe, pedíamos pizza e dividíamos uma coca-cola na ceia. E esse era o nosso natal! Longe daquela imagem de natal feliz”

Investigando melhor, soube que pizza era a comida preferida dela. E sua mãe era a pessoa que mais amava no mundo, e era filha única.
Então perguntei a ela “o que seria um natal feliz?” Entramos no “conceito de família Boticário”.
Aquela família numerosa, irmãos, avós, tios, primos, o que nem sempre se encaixa a todas as realidades. Ceias com peru dourado, inúmeras variedades de pratos e uma fartura quase desnecessária, pois seis carnes para uma família de 7 pessoas, convenhamos, é um exagero.
Árvores de Natal cheia de presentes, vários presentes pra uma pessoa só. Crianças felizes correndo e brincando. Essa imagem é bem bonita, mas calma!
Famílias não são perfeitas! Um reclama da uva passa, outro comenta sobre o corpo/vestibular/curso escolhido/ concurso que o primo fez. Outro bebe demais, outros dormem antes da ceia.
E no meu caso, ceiamos antes das 0h.
Não estou aqui pra dizer que a família perfeita é a sua! Estou aqui pra dizer que a família perfeita não existe! E você não precisa da perfeição para ter um “Feliz Natal”.
Desejo então que neste Natal você tente aproveitar o que você conseguir desse dia! Seja a pizza e a coca-cola, seja tirando fotos com filtros engraçados daquele tio que bebeu demais e dormiu, seja ouvindo o silêncio enquanto comem algo que você cozinhou. Seja ensinando pra sua vó como escrever em negrito no “zap”. Ou até mesmo ignorando a presença daquela pessoa que te faz mal. Você não está na propaganda d’O Boticário. Você pode fazer aquilo que te faz melhor! Pode priorizar seus sentimentos, e pode tentar aproveitar aquilo que tem!

Então, dentro da sua possibilidade, que você tenha um natal feliz!

13/10/2022

Sempre tento ser discreta aqui no insta profissional, mas essa foto ficou tão linda que precisei postar aqui tbm!
Sou grata por ter a sorte de um amor tranquilo!

26/07/2022

Essa é a Vó Romilda, a única que conheci dos meus quatro avós.

A vó Romilda tinha 70 anos quando eu nasci, mas nem a idade nem as limitações físicas atrapalharam ela de ser a melhor vó que eu poderia ter!
Nesse pátio da foto, ela jogava sabão em pó e, com a mangueira, nós nos jogávamos e escorregávamos (sim, ela também).

Não era a clássica vózinha Dona Benta, que cozinha bem… Mas estávamos sempre comendo frutas e doces, que ela gostava muito.

Íamos à missa todo domingo, e eu me lembro de me perder olhando para as pinturas no teto das igrejas. Pinturas, essas, que de repente, viravam desenhos animados de Jesus, e assim, sem entender o que o padre falava, eu me divertia.

Eu lembro do cheiro dela, lembro de olhar no fundo do seu olho bem de pertinho antes de dormir e ver o reflexo do meu rosto naquela piscina azul.
Lembro do colar de olho de tigre que ela colocava antes da missa e do fecho de enroscar que eu achava um máximo.
A vó morreu em 2012, eu chorei muitíssimo, mas foi um luto bem vivido, hoje lembro com alegria dos nossos momentos juntas. Volta e meia eu encontro com ela nos meus sonhos e sempre acordo feliz e em paz.

Gosto daquela música da Maria Gadu que diz

“De todo o amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minh'alma da vida
Sorrindo e fazendo o meu eu…

Se queres partir, ir embora
Me olha da onde estiver
Que eu vou te mostrar que eu to pronta
Me colha madura do pé...”

25/07/2022

18/07/2022

Hoje cedo enquanto passeava com meus cachorros, passou uma senhora ao telefone brigando com alguém, andando rápido, meio irritada falando algo sobre uma chave. Não dei muita atenção, mas daqui a pouco volta ela, rindo, visivelmente constrangida, ao telefone falando: “Éh… esse COVID deixou todo mundo meio doido, e eu com a chave na mão o tempo todo!” E saiu rindo

Você já ouviu falar sobre as sequelas neuropsiquiátricas da COVID?
Pesquisadores da UFMG já afirmam que a COVID pode gerar sequelas causando déficit cognitivo. Pessoas que tiveram a forma leve ou até mesmo assintomática da doença podem apresentar sintomas como: falta de atenção e foco, falhas na memória, lentidão no raciocínio e dificuldade visuoconstrutiva.
Dentre os distúrbios psiquiátricos mais comuns nesses casos estão a depressão, o transtorno de ansiedade, o transtorno de estresse pós-traumático e o transtorno bipolar. Um estudo em Wuman, na China identificou que a maioria dos pacientes relatou fadiga, dificuldades pra dormir, insônia, depressão e ansiedade.

Se pegamos, ou não, a COVID precisamos ficar atentos aos sinais que “a cabeça” está nos enviando. O ideal é sempre buscar uma equipe multidisciplinar. E um bom psicólogo vai saber te encaminhar!
Precisamos nos cuidar integralmente!

Me conta aí, alguém já se sentiu meio “sequelado” após a COVID?

28/06/2022

Êh, vida, vida, que amor brincadeira, à vera
Eles se amaram de qualquer maneira, à vera
Qualquer maneira de amor vale à pena
Qualquer maneira de amor vale amar
Pena, que pena, que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor vale amar
Qualquer maneira de amor vale à pena
Qualquer maneira de amor valerá
Eles partiram por outros assuntos, muitos
Mas no meu canto estarão sempre juntos, muito
Qualquer maneira que eu cante esse canto
Qualquer maneira me vale cantar
Eles se amam de qualquer maneira, à vera
Eles se amam é pra vida inteira, à vera
Qualquer maneira de amor vale o canto
Qualquer maneira me vale cantar
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor valerá
Pena, que pena, que coisa bonita, diga
Qual a palavra que nunca foi dita, diga
Qualquer maneira de amor vale o canto
Qualquer maneira de amor vale me vale cantar
Qualquer maneira de amor vale aquela
Qualquer maneira de amor valerá!

13/06/2022

Esse post não é sobre psicologia. São só algumas reflexões soltas que eu fico fazendo.

Primeiro gostaria de parabenizar a todos mundo pelas declarações de amor feitas ontem, admitir amor e sentimentos nos dias de hoje é um ato de coragem.
Em 2022 a maioria de nossas relações se tornaram superficiais, admitir o amor é quase que admitir uma “derrota” pra alguns.
Dizem: “O amor é uma flor roxa que nasce no coração do trouxa". “Pega mas não se apega!”
Quem ama é considerado um trouxa, fraco.
Forte mesmo é quem não sente nada, quem cria uma redoma e "se protege" do amor. Quem consegue controlar os sentimentos que é bom.
Amar é coisa de trouxa? Quem ama sofre? As vezes! Mas sofrer (um pouquinho) faz parte faz parte da vida!
Tudo tem sempre um lado bom e um lado ruim! Quem ama sofre (As vezes), mas quem ama também ri, curte, beija, e abraça.
Nem tudo são flores.
Ouvi pessoas falando hoje que muitos casais tiveram D.Rs ontem, devido ao dias dos namorados.
Expectativas frustradas. Presentes desajeitados (chocolates pra quem é intolerante a lactose, flores pra quem não gosta de flores, ursinhos de pelúcia para alérgicos), falta de presentes, entre outras coisas.
Mas isso faz parte da vida! Homens e mulheres são diferentes. As mulheres são doidas e exigentes demais?! Alguns homens também! Somos todos igualmente diferentes!
Seus amigos tem defeitos e qualidades, sua família tem defeitos e qualidades.
Tudo tem um lado bom e um lado ruim. Até vc! Mas faz parte! Se o lado bom continuar sendo maior que o ruim é assim que é pra ser!

Enfim, Bauman falaria que vivemos em tempos líquidos, em que nada é feito para durar. Mesmo sabendo que o celular vai durar só dois anos você compra, certo?
Então por que não se arriscar em conhecer alguém? Se apaixonar? Amar? Que seja eterno e bom enquanto dure! Aproveite o momento presente, aproveite o caminho. Se durar, que ótimo! Se não durar pelo menos vc curtiu um pedaço da sua jornada com alguém legal!

06/06/2022

É muito comum ver no meu perfil coisas como “o corpo gordo pode tudo!” “É importante se aceitar e se amar com o corpo que você tem!” E algumas pessoas me perguntam: “Petra, vc não está romantizando a obesidade?!”

Então eu vou te explica o porquê disso não ser uma romantização!

Na nossa sociedade a obesidade não é nunca romantizada! A magreza é romantizada! Ouço todos os dias no meu consultório pacientes fazendo associação entre magreza e felicidade, magreza e sucesso, magreza e resolução de problemas amorosos/ se***is, entre tantas outras romantizações.

Vejo no dia a dia muito mais pessoas morrendo tentando ser magras (usando remédios loucos, tendo transtornos alimentares, e indo pra mesa de cirurgia) do que tentando ser gordas.

Quando compramos roupas não procuramos roupas que nos deixem mais gordas porque o gordo é sexy, ou o gordo é bem quisto pela sociedade! É justo o contrário!

Pessoas não deixam de ser contratadas por empresas por serem magras! Não são vistas como desleixadas e preguiçosas. Então por que o gordo é?!

Percebe que há uma romantização da magreza aí?!
Você nunca se esforçaria para ser gordo, como as pessoas se esforçam para serem magras. E tentando ser magras gastam milhares de reais. Ninguém gasta dinheiro tentando ser gordo.

Então, com meus posts não estou romantizando a obesidade.

Estou ensinando pacientes sobre igualdade, ensinando que eles não precisam se odiar por serem gordos!

Queremos que o gordo tenha acessibilidade! Cadeiras de cinema e avião que seja inclusivas. Que ele consiga comprar roupas em uma loja normal. Que ele consiga ir a um bar e sentar sem medo em uma cadeira de plástico resistente. Todas as dificuldades que você, magro, não percebe que o gordo passa. Gordo não é tratado na sociedade como uma pessoa normal.

É importante mostrar que ele pode, sim, fazer exercício por gostar do corpo e não como punição por ter comido !
Que ele pode, sim, comer saudável por opção, não por pressão! Que ele pode sim ter uma boa relação com a comida! Que ele pode se relacionar emocionalmente!

E por último e o mais importante, que ele pode, sim, se amar e se admirar independente do seu corpo!