25/08/2025
Eu precisei revisitar o abismo...
A Bíblia adverte que “um abismo chama outro abismo” (Salmos 42:7), enquanto Nietzsche nos lembra que, quando o encaramos, o abismo olha de volta. É nesse encontro com a nossa “sombra”, a parte ferida, instintiva e silenciosa, que a verdadeira transformação acontece.
Nos últimos tempos, estive nesse lugar. Um lugar de silêncio que ecoava as minhas maiores angústias, (aquela de uma semente que está embaixo da terra e que precisa romper para nascer). A vida me levou a uma pausa, um recolhimento necessário para encarar o que precisava ser curado. Foi perigoso, foi profundo, mas obrigatório para me tornar quem eu sou.
Meu desejo de ser útil sempre foi minha âncora, mas os desafios para manifestar isso, inclusive na jornada de preparação da imersão Mulheres que Brilham, foi um destes momentos. E foi ali, na entrega total ao desejo de ser útil, que a luz se manifestou.
Em meio a tantas histórias de superação, eu vi o Espírito de Deus se movendo sobre a face das águas, como em Gênesis. O “sim” nos olhos de cada mulher não era apenas sobre a transformação delas; era um eco da minha própria vitória sobre o caos. A energia que senti ali foi o transbordar de um dom que foi testado na escuridão e se reafirmou na luz.
Hoje, eu não apenas volto. Eu ressurjo. Deixo o abismo para trás, não por ignorá-lo, mas por tê-lo atravessado. A ordem agora é outra: “Haja luz!”. Haja a minha voz, o meu serviço, a nossa conexão. Haja as roupas novas e o anel no dedo, pois o que estava perdido foi encontrado (Lucas 15).
Este é o meu retorno. Não mais contemplando o vazio, mas celebrando a luz que nasceu dele.
Haja luz em nós. ✨