14/01/2022
Com a certeza de que a resposta para a situação hipotética do post de ontem não chegaria, deixo a resposta por todas nós:
Essa dor é legítima, essa dor é verossímil, essa dor é emocional, essa dor é psicológica, essa dor é física.
Essa dor rasga o peito, dilacera a alma, corrói lentamente.
Viver esse momento de explosão de fúria da criança nos lança para um lugar com ausência de luz, com ausência de perspectiva, com ausência de paz.
Hoje escrevo para essas mães , porque eu conheço esse lugar. Escrevo para as mães, que fadigadas e exaustas, pensam em entregar os pontos.
Escrevo para as mães que envergonhadas, amuadas e deslocadas, não recebem o amparo e compreensão dos transeuntes . Escrevo para as mães que são coagidas silenciosamente, que são isoladas lentamente, que pensam em desistir.
Ver um filho sair quase que literalmente do próprio corpo, socando e esmurrando quem encontrar pela frente , é um pesadelo real e concreto logo ali à sua frente. Falta braço, falta atitude, falta força, falta voz, falta a respiração.
E ouçam o que falo agora, na altura de quem já foi esmurrada pelo próprio filho, de quem ensandecida buscava por alternativas de todos os tipos, de quem foi rígida, de quem foi maleável, a resposta para tudo sempre vai estar pendurada por um fio invisível chamado amor.
Se eu pudesse hoje realizar algo realmente grande, seria de ter o poder de que todas as pessoas que julgam ainda que veladamente, pudessem sentir por 10 minutos que parecem horas, o que uma mãe sente quando o filho está em crise.
Queridas! Firme aí!
Sempre, eu disse sempre vai existir alguém para segurar a sua mão.
Continue! Apenas continue!
Um abraço bem forte
Andréia Turra