25/08/2022
Para trazer um bebê ao mundo, a mulher deve liberar um coquetel de hormônios. Vamos esquecer por um momento o nome desses diferentes hormônios (ocitocina, endorfinas, prolactina, ACTH, catecolaminas, etc.). O importante é perceber que todos se originam na mesma glândula: o cérebro.
Atualmente, a separação tradicional entre o sistema nervoso e o sistema endócrino está obsoleta. Existe apenas uma rede, e o cérebro também é uma glândula endócrina. Mas não é o cérebro como um todo que funciona como uma glândula, apenas sua parte mais profunda.
Poderíamos dizer que, quando uma mulher está em trabalho de parto, a parte mais ativa de seu corpo é seu cérebro primitivo - aquelas estruturas cerebrais antigas (o hipotálamo, glândula pituitária, glândula hipófise etc.) que compartilhamos com todos os outros mamíferos. A linguagem científica moderna também pode explicar que, quando há inibições no parto (ou em qualquer outra experiência sexual), elas se originam no outro cérebro que é altamente desenvolvido nos humanos, o "neocórtex".
Em certa fase do parto, dão a impressão de se desconectar do mundo, de ignorar o que se passa ao seu redor, de esquecer o que aprenderam ou leram, como se estivessem "em outro planeta". Essa mudança no estado de consciência pode ser interpretada como uma redução na atividade do neocórtex.
As parteiras que entendem a fisiologia do parto não devem cometer o erro de tentar "trazê-los de volta". Qualquer estimulação neocortical em geral, ou do intelecto em particular, pode interferir no andamento do trabalho de parto. Essa redução da atividade do cérebro do intelecto, do neocórtex, representa o aspecto mais importante da fisiologia do parto em um nível prático. A mulher que dá à luz precisa ser protegida de todos os estímulos de seu neocórtex.