26/10/2020
ᴏ ᴄᴏʀᴘᴏ ɢʀɪᴛᴀ ǫᴜᴀɴᴅᴏ ᴀ ᴘᴀʟᴀᴠʀᴀ ɴᴀᴏ ᴇ ғᴀʟᴀᴅᴀ.
Assim como com a linguagem, os sonhos e a palavra, que quando se repete de forma incômoda, é sinal de uma elaboração que precisa ser lembrada para poder ser sanada, o corpo também é uma constante.
Lembremos da premissa de uns post anteriores, "recordar, repetir e elaborar", diz de algo que precisa de atenção. É aquilo que se repete, que se torna constante e contínuo, uma dor que não vai embora e não tem explicação.
Por que não tem explicação? Porque seu significado não é lembrado, por isso se repete constantemente numa tentativa inconsciente de receber um olhar, de ser ouvido.
É através dessa repetição que se busca a escuta, falar realmente do que dói, nas profundezas do inconsciente e não somente na superfície da pele. O corpo fala, grita e pede socorro por um ouvido ávido de significados.
O inconsciente fala através de códigos, de sinais que precisam ser escutados para, assim, o corpo ser libertado do sintoma. Esse sintoma que se repete incansavelmente, sem se importar com medicação nem tratamento, sempre faz questão de voltar e, sem ser escutado, gritar.
Enquanto o insconciente continuar tendo algo pelo que gritar, sem ser ouvido, o corpo continuará adoecendo, fragilizado pela violência da necessidade da palavra. Não é qualquer palavra, é a fala terapêutica para um ouvido que, muito além de um amigo que quer dar a cura, é do terapeuta que realmente quer ouvir a dor.
Se esta publicação te incomodou ou te atraiu até aqui, acompanhe todas os domingos a temática da psicossomática, o corpo que fala.
𝓒𝓵𝓮𝓿𝓮𝓻 𝓡. 𝓭𝓮 𝓜. 𝓐𝓶𝓪𝓻𝓲𝓵𝓵𝓪
Psicólogo
CRP 07/32712