11/06/2023
Hoje e continuando a falar de lesões, irei deixar mais um capitulo das mesmas, neste caso do joelho.
No caso de acontecer, uma qualquer lesão musculo esquelética, deveremos sempre recorrer a um médico da especialidade, os nossos olhos nem sempre veem corretamente, e os nossos dedos ainda não conseguem radiografar ou fazer um qualquer outro exame como TAC ou R.M.
Tem que se examinar o paciente/atleta, e recomendar a consulta a um especialista, que irá ou não mandar fazer exames complementares, e se sim, ver os exames de imagem que serão fundamentais no diagnóstico anteriormente feito e que nos irá conduzir ao sucesso do atleta/impaciente durante a sua recuperação.
As lesões do joelho poderão ser variadíssimas e de vários graus de lesão e de vários dias/meses de incapacidade, das quais as mais complicadas.
Deslocamento da rótula
Rotura do menisco
Rotura do c***o do menisco, “temos dois pares”
Rotura do ligamento colateral
Rotura do ligamento cruzado, “temos dois o anterior e o posterior”
Rotura do tendão que engloba o fémur, a rótula e o prato tibial.
Perguntas:
O meu joelho saiu do lugar?
Saibamos informar o atleta de tudo o que deverá fazer e daquilo que nós deveremos fazer após o deslocamento da rótula do joelho, se ela saiu do lugar e voltou ou não à sua anterior posição; ou se saiu e se manteve deslocada; a isso chama-se um deslocamento da rótula.
Conhecido popularmente em linguagem médica como uma luxação traumática aguda da rótula, essa condição é estatisticamente responsável por aproximadamente 3% de todas as lesões do joelho; (as outras são bem mais graves), delas falaremos mais adiante.
O movimento principal para que aconteça uma luxação aguda da rótula é a flexão do joelho com rotação interna do corpo, isso acontece quando com o pé fixo ao terreno onde pratica o seu desporto favorito, rodamos o nosso corpo nessa direção. Também pode existir uma abertura da região interna do joelho chamada de valgo, mas que no dia a dia apelidamos de estiramento do ligamento lateral interno. Na grande maioria das vezes, o atleta está a tentar parar após uma corrida, ou num pique e o pé pode ficar preso ao solo , outras vezes ao descer ladeiras, ao driblar num qualquer desporto que esteja a praticar, em pisos não adequados ao mesmo, ou então no futebol, numa falta cometida por um adversário, ou mesmo numa aula de Ballet quando a pessoa se eleva e ao voltar a pisar o palco escorrega.
Depois ainda há os fatores anatômicos, tais como uma má formação (displasia) da rótula, da tróclea femoral, joelho em valgo (em x), associados a uma má coordenação motora e fraqueza muscular dos músculos que compõem os membros inferiores, o que faz com que a rótula se desloque (luxação) para a região externa. Em 2/3 desses casos, eles ocorrem em pacientes jovens e ativos com menos de 20 anos de idade, e especialmente nas atletas femininas.
Isso ocorre porque a força que empurra a rotula para fora é mais forte que a força que estabiliza a rótula para região de dentro do joelho
O que se sente?
No momento do trauma é muito comum que a pessoa ouça um estalido que, em geral, é seguido de incapacidade de locomoção própria.
O inchaço no joelho, ou derrame articular, é típico após a luxação patelar. Isso pode causar dor intensa e limitar o exame clínico, na observação do joelho ou mesmo na palpação.
Também pode haver bloqueio articular. A incapacidade de flexionar o joelho, o mesmo o de não conseguir esticar a perna, pode indicar que há uma lesão mais grave, pois pode ser causada pelo desprendimento de fragmentos de osso, cartilagem articular, ou mesmo rotura do menisco ou do ligamento cruzado anterior.
O que acontece no joelho após o deslocamento da rótula?
Após o primeiro episódio, pode haver ruptura do ligamento fémur-patelar medial, lesão das estruturas que contém a rótula no centro do joelho, conhecidos como retináculo medial, e a lesão mais chata no deslocamento da rótula, é a lesão da cartilagem articular.
Em geral, isso acontece devido ao fato da rótula ao luxar levar consigo fragmentos de cartilagem da estrutura lateral que suaviza o seu movimento, esses são conhecidos como fragmentos da tróclea. A essa lesão, chamamos-lhe de uma lesão condral ou lesão osteocondral aguda onde, pois passou a existe um corpo livre intra-articular.
O que fazer após o deslocamento da rótula?
Jamais deveremos ser negligentes com tal acontecimento. A ajuda médica deve ser procurada o mais rápido possível. Mesmo que não sinta muita dor, a rótula pode estar deslocada para um dos lados causando complicações locais que poderão trazer um prognóstico ruim a longo prazo.(o desgaste da cartilagem nos côndilos femorais ou mesmo no prato tibial.
Em ambiente de pronto-socorro, e após constatar que a rótula se deslocou, o médico irá solicitar exames de imagem, através uma radiografia e, ao constatar o deslocamento da rótula, a mesma deve ser colocada no lugar (reduzir) sob anestesia local. O médico também deve descartar a possibilidade de lesão cartilaginosa associada.
Se mesmo assim não se conseguir ter a certeza, o médico deverá pedir uma ressonância magnética, ao mesmo tempo deverá realizar uma punção articular, de forma a que possa analisar o líquido, e aí, se constatar a presença de sangue associado a gotículas de gordura, existe a altíssima chance de uma lesão condral (cartilaginosa). Neste caso, o paciente deve ser conduzido ao hospital para um diagnóstico mais preciso e com indicação para uma cirurgia mais célere .
Não havendo suspeita de lesão cartilaginosa, o paciente deve ser imediatamente imobilizado por, pelo menos, duas a três semanas visando a cicatrização do ligamento fémur-patelar medial.
Diversos são os estudos que levam a que muitos técnicos na área continuem a dizer que essa atitude é essencial para se prevenir que a rótula se volte a deslocar.
Caso o paciente não seja corretamente imobilizado e o tempo mínimo não seja seguido, o ligamento interno ou fémur-patelar medial pode sofrer cicatrização incompleta, tornando-se alongado e trazendo a instabilidade ao joelho.
Se a radiografia mostrar a rótula deslocada
Tratamento
Após a retirada da imobilização, o paciente deve realizar sessões de fisioterapia para voltar a ganhar amplitude articular, fortalecimento muscular e, posteriormente, a melhoria da qualidade do movimento. Dessa forma, prevenindo novos episódios de deslocamento da rótula.
Quando há necessidade de operar?
Conforme descrito acima, no momento da luxação da rótula, e quando se constata haver uma lesão cartilaginosa, a cirurgia será indicada com caráter de urgência, sendo realizada a sutura do ligamento interno que se encontra rasgado e a tentativa de fixação após retirar os fragmentos cartilaginosos que se encontram soltos dentro do joelho.
Conselhos após a luxação da rótula
Joelheira após deslocamento da mesma, ou a imobilização total?
Após o deslocamento da rótula, deve-se usar joelheira?
Sim e não!
Sim até a chegada ao hospital ou até à imobilização com tala gessada.
Depois sim, essa deverá ser utilizada após a imobilização a que o joelho tenha estado sujeito, durante um tempo determinado pelo cirurgião que deve rondar entre os dois a três meses.
E pode ser com uma joelheira simples ou mesmos com barras laterais para poder trazer conforto na hora do caminhar e mesmo na hora da recuperação muscular para que o nosso cérebro consiga recuperar a confiança e o local onde a articulação afetada se encontra recuperada, (autoconfiança). A isso costuma dar o nome de medicina de propriocepção.
A joelheira, entretanto, não substitui uma boa reabilitação e um bom trabalho de fortalecimento e reequilíbrio muscular. É muito importante que o médico cirurgião encaminhe o paciente/atleta para um fisioterapeuta de confiança após esse primeiro episódio. Caso contrário a fraqueza muscular residual e os distúrbios no movimento são comuns em pacientes que não realizaram a reabilitação de maneira adequada.
Terapeuta e massagista Amaro Pessoa Amaro