25/08/2025
A Arte de Não Levar Nada a Peito Para a Liberdade de Ser
Há uma liberdade silenciosa que nasce quando deixamos de levar as coisas a peito. Uma leveza que não depende do que os outros dizem ou fazem, mas da forma como escolhemos ver o mundo — com os nossos próprios olhos, não com os olhos dos outros.
Quando aceito as pessoas como são, sem exigir que se moldem às minhas expectativas, deixo de me sentir magoado ou ofendido. Mesmo que toquem nas suas próprias feridas, mesmo que projetem os seus traumas, compreendo que não é sobre mim — é sobre elas. Cada um vive dentro do seu próprio sonho, da sua história, da sua dor. E isso não me pertence.
Não preciso confiar cegamente no que os outros dizem ou fazem. Posso observar, compreender, mas não absorver. Se alguém mente, se se zanga, se se afasta, é porque está a lidar com os seus próprios medos. Medo de não ser suficiente. Medo de ser descoberto. Medo de deixar cair a máscara que o protege. E quando não sabe lidar com esse medo, reage. Mas essa reação não é minha responsabilidade.
Sou responsável apenas por mim. Pelos meus atos. Pelas minhas escolhas. Pela minha verdade. E quando sou verdadeiro comigo mesmo, mesmo que doa, evito a dor emocional que nasce da ilusão. A dor pode visitar-me, mas não precisa de ficar. Não preciso de me prender a ela.
A vida é dinâmica. Tudo muda. Tudo passa. A curva da existência está sempre em movimento, e é apenas uma questão de tempo até as coisas começarem a melhorar. Este mundo não é um inferno — a não ser que eu insista em vê-lo assim. Quando aprendo, quando deixo de levar tudo para o lado pessoal, descubro que há paz mesmo no meio do caos.
Ao fortalecer o hábito de não levar nada a peito, evito inúmeros transtornos. Deixo de sentir emoções pesadas como preocupação, frustração, raiva, inveja, tristeza. E em vez disso, mantenho-me numa vibração elevada, onde o sistema nervoso parassimpático se ativa, trazendo calma, equilíbrio e presença.
Neste estado, deixo de tirar conclusões precipitadas. Deixo de procurar o certo ou o errado. E encontro algo maior: a paz. Um estado de graça. Uma serenidade que não depende das circunstâncias, mas da minha escolha interior.
Quando não engulo o veneno emocional dos outros, ele deixa de me afetar. O feitiço vira-se contra o feiticeiro, não contra mim. Posso sentir a dor, mas não preciso de me afundar nela. Posso ouvir palavras duras, mas não preciso de as tornar minhas. Posso ver comportamentos injustos, mas não preciso de reagir com a mesma moeda.
A verdadeira imunidade emocional nasce quando sei quem sou. Quando me amo. Quando não preciso que me digam coisas boas ou más para validar a minha existência. Quando deixo de levar tudo a peito, alcanço a liberdade. A liberdade de ser. A liberdade de respirar. A liberdade de viver em paz.