13/09/2025
Vim pelo caminho do ferro e da chama,
once a noite pesa como coroa antiga.
Levo cicatrizes como estandartes:
cada dor que me tocou marcha agora
no meu exército de luz insubmissa.
Não pedi clemência ao abismo — convoquei-o.
Desci aos ossos da sombra,
arranquei-lhe o mapa do medo
e, com o fogo da vontade, redesenhei o destino.
A queda foi o meu cavalo; montei-o até ao cume.
Aprendi a língua do braseiro:
quando o grito encontra disciplina,
torna-se metal nobre. Forjei-me.
O sal das lágrimas — alquimia.
A culpa — minério bruto.
A coragem — o martelo que não descansa.
Ergo o meu nome como lâmina e ponte.
Onde as portas se fecham, traço sigilos.
Onde o mundo diz “cede”, respondo “eleva”.
Avanço, passo após passo,
com a serenidade de quem ardeu
e escolheu permanecer aceso.
Não venho pedir céu emprestado:
venho acender o meu.
Sou a estrela que se ergue do carvão,
o viajante que faz da ruína um rito,
o artífice que oferece à noite um novo amanhecer.
Se a estrada me exige sangue,
dou-lhe disciplina.
Se a montanha desafia,
faço dela um altar.
Se o silêncio pesa,
faço dele juramento:
Que a dor seja estrada,
que a estrada seja ascensão;
que eu me torne a vitória que proclamo
e que a minha luz, nascida do fundo,
governe — não por concessão,
mas por conquista.
— Casa Mística