28/10/2025
"SOFREMOS MUITO COM O POUCO QUE NOS FALTA E GOZAMOS POUCO O MUITO QUE TEMOS"
É a frase que reflete uma verdade comum na vida humana: a nossa tendência de focar nas ausências, nas lacunas, em vez de valorizar plenamente o que já possuímos.
Esse fenômeno é uma constante em nossa busca por satisfação e felicidade. Ele nos revela o quanto, por vezes, nos deixamos levar pela inquietação da falta, negligenciando o prazer e a gratidão pelo que já faz parte de nossas vidas.
Vivemos num mundo que constantemente nos convida a desejar mais: mais bens materiais, mais status, mais reconhecimento. Ao mesmo tempo, somos levados a crer que a falta de algo essencial é o que impede nossa felicidade.
Isso nos faz cair na armadilha de pensar que só seremos plenamente felizes quando tivermos aquilo que nos escapa. Esse pensamento nos afasta do presente, criando uma constante sensação de insatisfação.
Por outro lado, o que já temos, o que já conquistamos, muitas vezes se torna invisível para nós. Os pequenos e grandes tesouros do dia a dia, como a saúde, o afeto de quem nos cerca, o simples fato de estarmos vivos, podem passar despercebidos em meio à busca frenética pelo que ainda nos falta. Assim, não aproveitamos de forma plena os bens que a vida nos dá, e deixamos de viver o momento presente com verdadeira gratidão.
A sabedoria antiga, presente em várias tradições, nos convida a praticar a gratidão e a atenção ao momento presente.
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A chave para a verdadeira paz interior está em encontrar um equilíbrio: não ignorar nossos desejos e metas, mas, ao mesmo tempo, cultivar a capacidade de desfrutar e agradecer pelo que já possuímos.
Em última instância, sofremos tanto com o que falta porque, de algum modo, esquecemos de viver com o coração leve, ancorados naquilo que já temos. Se aprendermos a cultivar essa consciência, talvez possamos transformar nossos dias, encontrando mais alegria nas abundâncias discretas que permeiam a vida.