Ana Caló - Médica a Casa

Ana Caló - Médica a Casa Consulta de Medicina Interna ao domicílio em Amarante e concelhos limítrofes (incluindo aos sábados e domingos)
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Há 16 anos que as pessoas de Amarante me conquistaram. Na altura fazia também (alternadamente) turnos de fim-de-semana e...
27/08/2025

Há 16 anos que as pessoas de Amarante me conquistaram. Na altura fazia também (alternadamente) turnos de fim-de-semana em Famalicão, Aveiro, Alfena (e trabalhava no Hospital de São João), mas foi aqui a Amarante que o meu coração ficou ligado.

Inicialmente fazia medicina do trabalho em empresas locais e urgência de Medicina Interna, e começaram-me a pedir, muito gentilmente, “se fosse a minha casa era tão bom, não ter que trazer a minha mãe para o hospital…”Foi assim que começou este projeto dos domicílios a que me continuo a dedicar 7 dias por semana com muito carinho e com uma experiência crescente, mais madura e mais confiante do valor que entrego nessas consultas.

Desde Julho sou também médica no internamento do hospital de Amarante, um hospital moderno, confortável, cheio de potencial para servir cada vez melhor os nossos utentes.

Tem sido um gosto enorme servir os 60 utentes internados no Serviço de Medicina Interna do hospital de Amarante, alguns deles que já avaliei nalgum contexto (casa, urgência, internamento, lar, consultório) ao longo desta década e meia, e em muitos casos já conheço as famílias e as suas dinâmicas particulares, as suas forças e as experiências pelas quais foram passando...

No internamento de Amarante trabalho com equipas em que acompanhei o crescimento dos filhos, as doenças dos cônjuges, os desafios da velhice dos familiares, partilhando diariamente, uns com os outros, quem Somos depois das alegrias e das tristezas que todos enfrentámos ao longo destes anos. Juntos.

16/08/2025

Há uma fotografia do João Francisco que tem corrido Portugal. Com uma pulseira de hotel no pulso, a montanha e o mar em cenário, o jovem turista tem um semblante entristecido, olhar alheado. Podia ser uma banal foto de férias, algures no Mediterrâneo, mas não há como ver esta chapa sem pensar no fim-do-mundo para este ainda menino. Sem a interpretar como um epitáfio. Está de costas para o espetáculo crepuscular da Mãe-Natureza, de costas para o horizonte, de costas para o futuro, sem nos fitar, sem fixar a câmara, sem procurar o outro, olhos no vazio. No oco. Esse nada que engole vidas, esse vórtex-voraz suga-almas, essa dor sem nome, causa ou cor, monstra, de bocarra escancarada, que hipnotizou o João Francisco e que, depois, nunca mais o largou.
O amanhã podia ter sido esplêndido, a vida é bela, este gaiense era aluno de mão cheia, já jurista, tinha família e amigos, interesses, mas foi encontrado a boiar numa praia que não essa da memória de viagem, dias depois de ter desaparecido à procura de afogar o seu sofrimento, de o calar para sempre. E calou. Esperemos é que a sua lamentável morte tenha dado voz à necessidade imperiosa de cuidar da saúde mental. A depressão é uma grande assassina. Deixa-nos completamente sós no mundo, mesmo que estejamos no meio de gente querida ou até da multidão. E a solidão mata. Mata sempre. A morte de João Francisco Colaço, 22 anos, não pode ser apenas mais um número. Precisa de ser mudança e o ressuscitar desse amanhã perdido.
Um abraço terno a todos os que o amavam 🖤.

Fui com muitíssimo gosto e entusiasmo à festa dos 97 anos da nossa querida D. Glória. Sinto-me sempre honrada quando me ...
12/08/2025

Fui com muitíssimo gosto e entusiasmo à festa dos 97 anos da nossa querida D. Glória. Sinto-me sempre honrada quando me convidam para estes eventos como se eu fosse da família, e vou sempre que posso! A D. Glória, nesta foto, estava-me a dizer que já tinha perguntado por mim, derreteu-me o coração.
Que conte muitos.
À sua maravilhosa família, o meu reconhecimento pela forma como estimam a Glorinha, é um privilégio ser convidada para lares como o vosso. 💐

Desde o início do ano colaboro com a Coophousing, uma residência sénior localizada em Vila Chã do Marão. É uma família p...
11/08/2025

Desde o início do ano colaboro com a Coophousing, uma residência sénior localizada em Vila Chã do Marão. É uma família pequenina, com 12 residentes; os quartos são distribuídos à volta da zona comum (sala de jantar e sala de estar), todos com acesso direto ao exterior. Existem projetos de ampliação e re-organização dos espaços, de forma a servir sempre melhor a nossa população.

O apoio médico a residências séniores e lares é um serviço diferenciador da qualidade de cuidados da instituição, nomeadamente se exercido por Medicina Interna e Paliativa, já que:

centraliza a gestão dos cuidados de saúde de cada utente num médico,

estando de prevenção 7 dias por semana, apoia a resolução de qualquer intercorrência clínica, reduzindo significativamente as idas desnecessárias ao serviço de urgência, que tanto impacto têm na qualidade da saúde dos utentes,

oferece aos residentes e seus familiares a segurança e tranquilidade de um apoio contínuo por uma especialidade hospitalar,

A otimização dos cuidados de conforto é uma preocupação em cada utente, com especial foco, naturalmente, nos utentes em fim de vida.

Lido diariamente com pessoas que, independentemente da idade ser muita ou pouca, da saúde ser ainda rija, da conta bancá...
09/08/2025

Lido diariamente com pessoas que, independentemente da idade ser muita ou pouca, da saúde ser ainda rija, da conta bancária estar bem composta, “não estão bem com nada”, não se entretêm com nada, não gostam de nada, sabem como é?

Quando estou a ouvi-las penso no quanto sofrerão por se relacionarem assim com a vida, e lembro-me sempre desta querida amiga de 87 anos, que tendo sido presenteada com um moderno iPad no último Natal, o tem usado para fotografar a natureza ao seu redor.

“Estive uma hora ali em pé à beira do tanque para fotografar a libelinha com as asas abertas pousada na água, mas valeu a pena, esta fotografia está espetacular não está? Eu já tenho fotografias para fazer uma exposição”

Está pois. Está espetacular como a do relâmpago que fotografou à uma e um quarto da manhã numa noite de temporal.

Espetacular como tudo o que representa uma senhora de 87 anos se encantar por uma libelinha.

É caso para dizer,
que bem se vive quando se vive bem,
concordam?

🌈

Uma semana triste.Levam um pouco de nós e deixam-nos mais ricos por terem feito parte das nossas vidas.Aos familiares qu...
06/08/2025

Uma semana triste.

Levam um pouco de nós e deixam-nos mais ricos por terem feito parte das nossas vidas.

Aos familiares que não arredaram pé até à despedida, o meu sentido reconhecimento. Tantas noites sem dormir ou a dormitar num cadeirão de hospital. Tantos sacrifícios para lhes garantirem os melhores cuidados em vida. Tantas dúvidas sobre que é o melhor, do que é afinal certo ou errado, se é melhor estar em casa ou no hospital. Tanto respeito pelas preferências que foram demonstrando ao longo da vida. Quanto Amor.

22/04/2025
Podemos ser naturalmente empáticos com os problemas dos outros mas, na minha perspetiva hoje, é muito mais fácil conecta...
05/04/2025

Podemos ser naturalmente empáticos com os problemas dos outros mas, na minha perspetiva hoje, é muito mais fácil conectarmo-nos com problemas que, de uma forma ou de outra, já passámos (ou passamos) nós também.

Esta semana, por coincidência, vários pedidos de ajuda nos domicílios se centravam no mesmo:

Cuidadores exaustos por não dormirem há várias noites, porque os seus idosos falam e deliram toda a noite e acabam por adormecer de madrugada, e depois dormem de dia e ficam com os sonos trocados, e volta-se a repetir tudo na noite seguinte… a perturbação do sono piora o apetite, o humor, a paciência…
os cuidadores, para além de não dormirem de dia, nem acordam o idoso de dia porque reconhecem deve estar cansado, que enquanto dorme não tem dores, que pelo menos naqueles bocadinhos em que dorme podem tratar das refeições e da casa…

A solução, a meu ver, inclui :

- excluir causas médicas tratáveis para a perturbação do sono e agitação (infeções, desequilíbrios nas análises, dores,…)

- já que estamos numa consulta ao domicílio, aproveitar para verificar as condições em que a pessoa dorme e se há alguma coisa que seja possível melhorar (por exemplo, alguns idosos precisam de dormir sentados e há camas e cadeirões melhores do que outros para esse efeito)

- eventualmente iniciar ou ajustar a medicação de dormir e ficar disponível para reajustar essa medicação até o problema das noites sem dormir estar solucionado

- manter as expectativas baixas sobre os resultados imediatos de todas essas medidas (por exemplo, dormir logo 10h seguidas na primeira noite!) mas a certeza de que a família se sinta apoiada até se chegar a um novo equilíbrio para todos.

Na foto, a minha filha Mia a dormir ao colo de dia por não ter dormido de noite. 🙂

Salva-nos o Amor 🌺Pediu-nos, a mim e à filha, para não ficar internada. Queria estar perto dos filhos, preocupava-se sob...
14/03/2025

Salva-nos o Amor 🌺

Pediu-nos, a mim e à filha, para não ficar internada. Queria estar perto dos filhos, preocupava-se sobretudo com o seu Pedro, que também estava meio doente.
A sua filha empunhou a arma mais poderosa que tinha em casa, a do Amor, e tornou-se enfermeira de dia e de noite. Cumpriu à risca o tratamento intensivo de uma “infeção respiratória com insuficiência respiratória; bronquite aguda; insuficiência cardíaca aguda”. Mesmo sem dormir e preocupada, a filha manteve a lucidez de identificar os sinais de agravamento quando apareceram e fomos ajustando a medicação.
Quando já conseguia dizer umas frases inteiras sem lhe faltar o fôlego, a Dona Eulália pediu-me para tirarmos uma fotografia para mostrar ao resto da família.
Um encanto de gente.
Rápidas melhoras, Dona Eulália🌺

Eu e a Enfermeira Filipa Cardoso trabalhamos juntas nos domicílios há vários anos, e agora, com a retaguarda da Clínica ...
16/02/2025

Eu e a Enfermeira Filipa Cardoso trabalhamos juntas nos domicílios há vários anos, e agora, com a retaguarda da Clínica do Salto e da sua equipa de enfermeiros, tivemos a oportunidade de expandir os nossos serviços e concretizar o desejo que é comum a tantas pessoas doentes que é o de serem tratadas em casa em vez de irem para o hospital.

Num domingo à noite fui chamada para um domicílio em Vila Meã. Perante a situação clínica, expliquei à família que a pessoa doente precisaria de cuidados de enfermagem urgentes e continuados ao longo dos dias seguintes. Foi decisão da família que esses cuidados fossem prestados em casa e foi com muito gosto que montámos um plano de tratamento no domicílio que substituiu, com elevada satisfação, a ida à urgência e o internamento hospitalar.

Continuaremos empenhadas nesse projeto tão bonito e que é um sonho comum a ambas: o de usar a nossa experiência de internamento de Medicina Interna e de Serviço de Urgência para garantir, com segurança e rigor, cuidados domiciliários de elevada qualidade e que substituam os cuidados hospitalares, sempre que seja clinicamente possível e seja a escolha do doente e dos seus cuidadores.

O que acham desta solução que criámos? Nós estamos muito entusiasmadas.

Boa semana e saúde a todos

A coisa mais linda que vão ler, pela nossa querida Rosinha. (Tive dificuldade em decidir onde parar de copiar o texto do...
09/02/2025

A coisa mais linda que vão ler, pela nossa querida Rosinha.

(Tive dificuldade em decidir onde parar de copiar o texto do seu livro porque é todo ele uma delícia…)

Parabéns pelos seus 103 anos, querida Matriarca!

Sou tão grata pela sua confiança no meu trabalho 💐



Prefácio

O meu nome é Rosa do Carmo, tenho 100 anos, nasci
no dia 6 de fevereiro de 1922, mas só fui registada no dia 5 de março do mesmo ano. Sou filha de Inocêncio Augusto e de Margarida de Jesus. Nasci no lugar da Fraga, onde os meus pais viveram. Só o meu pai nasceu no lugar de Vilarinho, freguesia de Barrô, concelho de Resende.

A minha vida foi sempre dura.
Comecei a trabalhar muito pequena, a fazer recados.
Vinha o comboio do Porto com as malas do correio, cada mala era deixava em cada freguesia ou em cada estação até à Régua.

As malas do correio vinham num vagão vermelho e eram distribuídas em cada estação de cada freguesia. Havia uma mulher que vinha à estação todos os dias buscar a mala do correio e atravessar o rio de barco para ir buscar a mala à estação de Barqueiros que chegava perto das 11h30. O correio
era depois distribuído numa casa particular em Vilar, na venda da Sra. Rosinha Miranda.

Primeiro davam-nos o Comércio do Porto, e nós esperávamos até ao fim para ver se havia mais cartas. Se existissem, colocavam as cartas ou outro correio dentro do jornal para nós trazermos e entregarmos aos Senhores. O Sr. onde eu levava o correio, era o dono das Quintas onde o meu pai trabalhava e era feitor dos homens
que trabalhavam nessas quintas.

A minha aldeia é muito linda, mas muito pobre. Primeiro tínhamos os cavoucos à beira do rio para semearmos milho para alimentação das pessoas. Semeávamos milho, feijão, botelhas para os porcos e as pessoas. Depois de vir a barragem, o rio deu cabo de tudo. Cobriu os cavoucos todos do Piar até ao Bernardo.

Era uma alegria embora fosse trabalhoso, porque era tudo feito à enxada pelos homens. Mas era uma grande alegria, tudo cantava nos trabalhos onde aprendi estas cantigas que nunca mais me esqueci.

Naquele tempo era uma alegria para as crianças, nós éramos 7 irmãos. O meu irmão mais velho sabia
tocar muito bem realejo, vinham as moças de outros lugares para a Fraga, cantar e dançar. Foi assim que eu aprendi.

Quando vinham os barcos à vela do Porto, buscar o
vinho fino à Régua, chegavam ao nosso cavouco em frente a Barqueiros, tocavam a corneta para os bois irem cabeá-los com as cordas até ao Bernardo, porque daí até à Régua já tinham vento na vela.
No meu tempo não havia transporte para o vinho, eram os bois que levavam as pipas até ao Bernardo, e, depois, havia lá no rio um barco rabelo muito grande que atravessava os carros dos bois com as pipas para a estação de Barqueiros.
Depois colocavam umas tábuas na beira do rio e do Barco Rabelo para os bois puxarem as pipas que vinham no carro e passarem para a Estação de Barqueiros. Depois dos bois descarregarem as pipas, estas iam para o Porto no comboio, chamado o comboio carroção porque era descoberto e servia
só para transportar as pipas. Os bois iam jungidos na cabeça com as molhelhas e voltavam a atravessar o rio no Barco Rabelo já sem as pipas. O jugo que se punha na cabeça dos bois, neste tempo era muito lindo na minha terra.

No fim da vindima havia a tiragem do milho que, as espigas eram acartadas às costas pelos homens para a eira. Depois era a noite das encapotadas das espigas. Quando aparecia uma preta, era o que os rapazes queriam para dar um abraço às raparigas. No fim das encapotadas, davam figos secos, nozes
e vinho fino e, no fim haviam cantares até de madrugada

Era assim a minha aldeia.

No meu tempo de criança os pais não eram obrigados a pôr os filhos na escola. Só iam os filhos dos ricos a quem nós chamávamos meninos. Os pobres eram moços e moças, então o meu Pai dizia que as moças não precisavam de saber ler porque começavam a namorar mais cedo.
(…)”

Endereço

Amarante

Horário de Funcionamento

Segunda-feira 09:00 - 21:00
Terça-feira 09:00 - 15:00
Quarta-feira 09:00 - 21:00
Quinta-feira 09:00 - 21:00
Sexta-feira 09:00 - 15:00
Sábado 09:00 - 21:00
Domingo 09:00 - 21:00

Telefone

+351965488342

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