“Desde o primeiro dos seus dias, o Hospital de São João, assumiu, para se dizer à sociedade que serve, a Cruz, uma Cruz de quatro braços que se abrem em oito pontas. É a Cruz chamada de Malta, símbolo de uma Ordem que veio a ser militar, mas nasceu hospitalária, em meados do primeiro século do segundo milénio, em Jerusalém, tendo como patrono S. Uma finalidade originária: acolher e prestar assistência a peregrinos de qualquer fé ou raça, na Casa e no Hospital construídos, com permissão do Califa, na Cidade-Templo dos três credos abraâmicos. Quando a liberdade religiosa encontrou condições históricas para ser reconhecida como maior valor, de novo a Ordem de Malta, deixando para trás a circunstancial opção militar, tornou às suas raízes hospitalárias, constituindo hoje uma das maiores instituições internacionais na oferta de assistência e cuidados que se estende a todo o planeta. Os dramas das Grandes Guerras foram testemunhas principais deste regresso da Ordem da Cruz das oito pontas à sua matriz hospitalária. E o Porto, em meados do último século do segundo milénio, viu nascer o seu Hospital maior, que adoptou o nome do Santo que a Cidade festeja e que é patrono da instituição, como o é da Ordem da Cruz das oito pontas, como oito são as bem-aventuranças, indicadoras de um caminho de FELICIDADE que não ilude o sofrimento e a luta, nem se confina aos limites do tempo, mas extravasa, como só o amor realiza. Por tudo isto, porque a identidade do Hospital de são João é plasmada e manifesta neste símbolo da hospitalidade, que é a Cruz, concretamente a Cruz de Malta... “
Extrato do texto da autoria do Pe. José Nuno, Capelão do Hospital de São João, texto de apresentação do livro VIA CRUCIS. Antes do advento da indústria farmacêutica, os Serviços Farmacêuticos dos Hospitais de São João, da Universidade de Coimbra e de São José, para além do Laboratório Militar, foram unidades de produção de medicamentos à escala semi-industrial, capazes de cobrir as necessidades terapêuticas daquelas instituições, assim como, as dos hospitais das suas áreas de influência. Em 1959 os Serviços Farmacêuticos do São João, foram criados e dimensionados com uma forte vocação para a produção e controlo de qualidade dos medicamentos, e.g. injetáveis de grande volume, analgésicos injetáveis, colírios, comprimidos e cápsulas, pomadas, xaropes, supositórios, pensos medicamentosos, etc. Gradualmente foi evoluindo para uma componente de distribuição de medicamentos adquiridos à indústria farmacêutica, e em paralelo foi-se concentrando em aspetos mais específicos da atividade farmacêutica, progredindo no sentido de uma farmácia hospitalar dirigida para a clínica e para o doente, sem nunca perder de todo a componente de preparação de medicamentos.