Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa

Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa Psicologia - Neurociências - Psiquiatria - Neurologia
Av. da Igreja, 68, 1º Dto. 1700-240 Lisboa Dificuldades relacionais - Conjugais, trabalho, sociais, etc.

Direcção Clínica:
Dr.ª Elsa Trigo

Directoras Associadas:
Dr.ª Alexandra Fonseca
Dr.ª Patrícia António
Dr.ª Tânia Muñoz

Psicologia:
Dr.ª Alexandra Fonseca
Dr.ª Ana Sofia Santos
Dr.ª Eneia Araújo Bexiga
Dr.ª Isabel Carrilho
Dr.ª Maria João Mendes
Dr. Nuno Pimentel
Dr.ª Patrícia António
Dr.ª Sofia Francisco
Dr.ª Tânia Muñoz
Dr.ª Vera Reynaud da Silva

Neuropsicologia:
Professor Doutor Jos

é Leonel Góis Horácio
Dr.ª Gabriela Álvares Pereira

Psicopedagogia:
Dr.ª Tânia Pereira

Psiquiatria:
Dr. Alfredo Frade
Dr.ª Ana Neto
Dr. André Ribeirinho Marques
Dr.ª Carolina Almeida
Dr.ª Elsa Trigo
Dr.ª Margarida Bernardo
Dr. Sérgio Carmenates
Dr.ª Teresa Guterres
Professor Dr. Marco Paulino

Medicina Interna:
Dr.ª Lucita Álvarez

Nutrição:
Dr.ª Joana Ávila

Terapia Familiar e Conjugal:
Dr. Nuno Pimentel

Programa de Orientação Vocacional e Profissional:
Dr.ª Eneia Araújo Bexiga



ÁREAS DE INTERVENÇÃO

Intervenções terapêuticas para a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de:

Dificuldades do foro psicológico e mental - Ansiedade, fobia, pânico, stress, transtorno obsessivo-compulsivo, depressão, transtorno bipolar, perturbações psicóticas, anorexia nervosa, bulimia, crises de voracidade alimentar - binge eating, insónia, hiperactividade, hipocondria, agressividade, etc.) Psiquiatria

Neuropsicologia

Nutrição

Psicoterapia:
A psicoterapia possibilita uma melhor compreensão da natureza humana de cada pessoa, tendo em vista alterações do comportamento e a forma como o próprio se compreende e se sente em relação a si e/ou às pessoas mais significativas. No ESPAÇO NEUROCIÊNCIAS, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO DE LISBOA os elementos da equipa dispõem de formação especializada em diversas áreas de Psicoterapia, nomeadamente Psicoterapia de Orientação Analítica, Breve Dinâmica, Cognitivo-Comportamental, Rogeriana e Familiar. As sessões psicoterapêuticas, de natureza confidencial, têm uma regularidade e frequência estipulada no início do acompanhamento, aquando do estabelecimento do contrato terapêutico, permitindo um trabalho de continuidade e de suporte. Psicologia Clínica:
A maioria das nós experimenta estados de ansiedade ou depressão, ou ainda outras emoções difíceis de explicar, em alguma altura das nossas vidas. Com frequência esses estados emocionais são naturalmente ultrapassados, sem necessidade de recorrer a auxílio externo. Porém, a sua persistência e as limitações que impõem ao acontecer de uma vida normal, exigem a consulta de um técnico especializado. A decisão de consultar um psicólogo pode decorrer de múltiplas necessidades. Avaliação Psicológica:
É uma das valências de intervenção da Psicologia Clínica. Trata-se de um processo científico de observação num espaço de tempo limitado, com o objectivo de responder a um pedido de avaliação. Pretende-se caracterizar o funcionamento global do indivíduo e o problema em particular, avaliar os recursos que este possui para a resolução de problemas, conhecer as características do meio em que se insere e as relações que estabelece. Existem diversos tipos de avaliação psicológica, ajustados às situações e finalidades que motivam o pedido: avaliação para processos de reforma ou pensão, verificação de incapacidades, psicodiagnóstico e esclarecimento do diagnóstico, avaliação cognitiva ou das funções intelectuais, avaliação da personalidade, avaliação para processos de tribunal (e.g. parecer clínico com fins judiciais, regulação do poder paternal), orientação vocacional e profissional, entre outros. Consultoria Social:
Identificação e avaliação dos problemas e necessidades de apoio social dos utentes, elaboração do respectivo plano de intervenção e acompanhamento do processo. - Prestação de informação no âmbito dos direitos e benefícios, facilitando a acessibilidade aos mesmos (preenchimento de formulários, acompanhamento a serviços, etc.) - Encaminhamento e articulação com serviços e recursos sociais (Fórum sócio Ocupacional, Centros de Dia/Convívio, Serviço de Apoio Domiciliário, Lares, Programas Ocupacionais, Escolas de Ensino Especial, etc.) Acções de Formação:
Organizamos Acções de Formação em áreas clínicas e do desenvolvimento. Os nossos formadores possuem uma vasta experiência clínica, integrados em serviços especializados do Serviço Nacional de Saúde, o que constitui uma mais-valia ao nível da qualidade da formação. Nas formações que propomos privilegiamos a articulação teórico-prática, com recurso a metodologias activas e exposição, discussão e análise de casos práticos.

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências...
10/07/2025

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa, publicado na edição de hoje, 10 de Julho de 2025 do Jornal de Leiria, intitulado - "Da profundidade ao pragmatismo: onde a humanidade do terapeuta e da pessoa se encontram."

Texto integral aqui:
"No passado dia 17 de junho, participei no I Congresso ICAD, na mesa “Diálogos em Psicoterapia: da profundidade ao pragmatismo” — um tema que me acompanha desde sempre. A minha prática como psicoterapeuta psicodinâmica tem sido atravessada por contextos diversos e pelas histórias de pessoas marcadas por dor, trauma, desorganização e sucessivas tentativas de se reorganizarem por dentro. Em 2019, fiz em Lisboa com o colega Andrew Tatarsky a formação na abordagem da Psicoterapia Integrativa de Redução de Danos. Essa experiência foi profundamente transformadora. Acrescentou sentido ao meu trabalho e ao modo como me posiciono na intervenção nos Comportamentos Aditivos e as Dependências (CAD). Aprendi a pensar melhor o sofrimento do outro e o meu papel como terapeuta. Com o tempo, tornei-me mais humana, mais atenta, mais segura do valor de estabelecer uma relação que acolhe a pessoa onde ela está, com as suas necessidades e objectivos. Uma relação que dá espaço a dores escondidas, que durante anos só puderam ser anestesiadas. Quantas vezes ouvimos: “Dra., se eu parar, dói!”. E sabemos o que isso quer dizer. A conduta aditiva é, antes de tudo, uma defesa contra um sofrimento insuportável — uma tentativa de induzir estados emocionais que não puderam emergir naturalmente, devido a interrupções ou experiências adversas precoces no desenvolvimento. Na sua origem, podemos dizer que responde a uma necessidade legítima e humana. Por isso, não nos revemos em abordagens que impõem a abstinência como exigência inicial, sem antes oferecer um espaço relacional seguro, de escuta e significação. Importa perceber o sentido e os significados — conscientes e inconscientes — daquele consumo, naquele momento de vida da pessoa diante de nós. Escutar também o que não é dito: o tom de fundo, os silêncios, as pausas, as entrelinhas que ressoam em nós. Assim se constrói o encontro psicoterapêutico, onde sofrimento, ambivalência e desejo de mudança se entrelaçam fortemente e em combinações múltiplas. A maioria das pessoas diz-nos que consome: para obter prazer ou alívio da ansiedade; para sentir controlo, suportar perdas, atenuar memórias traumáticas; para anestesiar a dor da solidão, da rejeição, da negligência. No fundo, como refere Felicia Knoblock, trata-se de uma experiência que traduz um excesso: do insuportável e do intolerável da experiência relacional, do que é não estar lá ningém para dar colo, da presença de cuidadores alienados que desmentem ou adandonam, do que é ficar sozinho com as feridas que ficaram sem nome nem amparo. Um fardo emocional imenso que se carrega às costas e que conduz à dissociação, ao medo, ao bloqueio, à dificuldade extrema em confiar.Por isso, não nos surpreende que, no início do processo terapêutico, a pessoa resista a largar a sua “tábua de salvação”. O nosso papel não é retirar prematuramente esta defesa, mas construir um vínculo que devolva segurança, esperança e possibilidade de mudança. Ser psicoterapeuta, aqui, é escutar com ética e curiosidade, acolher o indizível e ser a primeira presença a ouvir o que antes não pôde ser dito. E a qualidade desta nova relação é um dos principais factores de sucesso terapêutico. E como também sabemos, este trabalho exige tempo — de escuta, de construção e de presença — um tempo hoje cada vez mais ameaçado pela urgência dos números e pela crise que vivemos nos cuidados de saúde mental. Neste contexto, defendemos que integrar a Abordagem Psicodinâmica com a Redução de Danos (RD) é uma resposta possível e, acima de tudo, profundamente humana. Uma prática que reconhece o valor de cada pequena mudança e que afirma a dignidade da pessoa tal como ela é. Romper com o estigma, respeitar a complexidade humana, acolher a ambivalência, sustentar o sofrimento e trabalhar com o possível — tudo isto faz parte da ética clínica que defendemos. Para isso, precisamos de equipas disponíveis para pensar, integrar e criar práticas inovadoras que incluam as pessoas nos seus contextos, e não apenas nos seus sintomas. Por trás do consumo, da apatia ou da destrutividade, encontramos histórias de dor antiga, onde o sintoma foi, muitas vezes, a única forma de sobreviver. É nesse “entre” — entre o escutar e o intervir, o interpretar e o conter — que se inscreve o nosso lugar. E é nesse espaço — entre a profundidade da escuta e o pragmatismo do cuidado — que a humanidade do terapeuta e da pessoa verdadeiramente se encontram. Trazer a RD para dentro das nossas estruturas especializadas em CAD é colocá-la ao serviço de todas as pessoas do SNS. E isso — apesar de não ser fácil — pode mesmo salvar vidas."















Contagem decrescente para o  , que contará com a presença e participação da Dra. Patrícia António, nossa Directora Assoc...
09/06/2025

Contagem decrescente para o , que contará com a presença e participação da Dra. Patrícia António, nossa Directora Associada, no dia 17 de Junho na Mesa 8 dedicada ao tema: "Diálogos em Psicoterapia: da Profundidade ao Pragmatismo"

Desejamos as melhoras felicidades para a sua participação!





1º Congresso ICAD contará com a participação da nossa Directora Associada, a Dra. Patrícia António no dia 17 de Junho na...
09/06/2025

1º Congresso ICAD contará com a participação da nossa Directora Associada, a Dra. Patrícia António no dia 17 de Junho na Mesa 8: "Diálogos em Psicoterapia: da Profundidade ao Pragmatismo"

O título da comunicação que vai apresentar: "Da profundidade ao pragmatismo: A psicoterapia psicodinâmica e a psicoterapia integrativa de redução de danos – onde a humanidade do terapeuta e da pessoa se encontram."

Desejamos as maiores felicidades!

⌛️Entrámos em contagem decrescente: faltam menos de duas semanas para o início do .

Conheça os oradores que aceitaram estar connosco num momento que será único. 😃

Consulte a lista de oradores em👇
https://sites.google.com/view/congressoicad/p%C3%A1gina-inicial/oradores

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências...
22/05/2025

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa, publicado na edição de hoje, 22 de Maio de 2025 do Jornal de Leiria, intitulado: "A vergonha que nos esconde e revela".

Texto integral aqui:
"A vergonha é uma emoção complexa, central na nossa vida psíquica e profundamente enraizada na nossa experiência subjectiva. Todos nós a conhecemos, mesmo que nem sempre a consigamos nomear. Psicologicamente, a vergonha situa-se num espectro. Pode ser adaptativa — ajudando-nos a reconhecer falhas e a regular o impacto das nossas acções — ou profundamente debilitante, quando se transforma num estado de profundo sofrimento psíquico, que nos paralisa e sufoca. Nestes casos, torna-se uma espécie de “colete de forças interno”, que estrangula por dentro, faz corar, tolhe a nossa espontaneidade, bloqueia a expressão emocional e impede a relação genuína com o outro e connosco próprios. A vergonha surge ligada ao medo do julgamento e da desaprovação — medos que, geralmente, têm origem na nossa história relacional precoce – quando sentimos que não correspondemos ao olhar – real ou internalizado – do Outro. É uma emoção intimamente humana, mas que raramente encontra espaço para ser falada. Muitas vezes é vivida em silêncio, disfarçada por estratégias defensivas como o isolamento, o perfeccionismo, a irritação, a ironia ou a idealização. Em Abril, fui convidada pelo programa Descubra as Diferenças, do Canal S+, para conversar com a jornalista Irina Gomes sobre esta emoção universal. O objetivo foi trazer a vergonha para o centro do diálogo, em contraste com a coragem — explorando como esta emoção pode influenciar profundamente as nossas relações, escolhas e a forma como nos vemos. E isso conta muito! A nossa vulnerabilidade é um lugar de vida — parte da nossa humanidade — e não um sinal de “fraqueza” que devemos esconder. Quando sentimos que há algo de profundamente errado em nós, há um sentimento de quebra da continuidade da nossa existência e aí a vergonha espreita e instala-se. Na prática clínica, é comum escutar relatos de queixas difusas de ansiedade, insatisfação, insónia ou bloqueios na vida profissional ou afectiva, que ao serem aprofundados, revelam experiências de vergonha não reconhecidas. Muitas vezes, essas experiências estão enraizadas em vivências precoces de crítica severa, humilhação, abuso, negligência ou falta de reconhecimento, que moldaram uma autoimagem muito rígida, punitiva e autocrítica. Quando a vergonha recai sobre o próprio e não apenas sobre uma ação específica, instala-se como sendo uma “verdade absoluta”. E é aí que, como nos dizia o psicanalista britânico Donald Winnicott, se desenvolve o “falso self” — uma versão de nós próprios que é moldada para agradar, para evitar a rejeição ou proteger da exposição, em detrimento do nosso verdadeiro eu. A vergonha funciona, assim, como defesa, mas também como testemunho de algo íntimo e precioso que foi exposto e ferido. Foi assim com o António (nome fictício), um homem de 40 anos que me procurou com queixas de ansiedade e insónia. Ao longo do processo terapêutico, emergiram memórias da infância marcadas por ridicularizações do pai sempre que demonstrava medo ou fragilidade. António aprendeu a esconder os sentimentos para parecer “forte”, mas essa exigência emocional tornou-se um fardo. Com o tempo e num espaço relacional seguro como o nosso, pôde nomear a vergonha que sentia por ter emoções que considerava “fracas”. E, paulatinamente, foi-se aproximando da sua vulnerabilidade de forma mais acolhedora. A vergonha deixou de ser um segredo sem nome, tornando-se ponto de partida para o seu autoconhecimento e para um modo de existir mais autêntico e presente. Enquanto psicoterapeutas, oferecemos um espaço de confiança e escuta, onde a vergonha pode ser compreendida na sua origem e função psíquica. Muitas vezes, ela não pertence apenas à história individual: é “herdada” através de discursos familiares, expectativas culturais e experiências precoces que ficam cristalizadas na memória emocional. Falar da vergonha, escutá-la e nomeá-la é também dar lugar à coragem — à possibilidade de viver com mais liberdade, aceitação e sentido. Este é o trabalho silencioso e transformador da psicoterapia: devolver humanidade àquilo que tantas vezes foi vivido na solidão."











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O Espaço N recomenda!
22/05/2025

O Espaço N recomenda!

As  “Conversas sem Paredes” voltaram! Agora para a sua terceira sessão e organizada pelos profissionais de saúde mental do nosso projeto “Consultas sem Paredes” 🥂

As Conversas sem Paredes são um ciclo de debates onde dialogamos com novas perspectivas da saúde mental em Portugal (e no mundo), discutindo metodologias no cruzamento entre clínica, arte e política.

Nesta terceira edição trazemos a convidada Analice Palombini, para navegarmos a Clínica a céu aberto: pelo direito de viver na cidade.

Local: Manicómio
Horário: 11:00 - 13:00
Lugares: limitado a 40 lugares e mediante inscrição obrigatória (formulário para inscrição no nosso link da bio).

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências...
01/05/2025

Partilhamos o artigo de opinião da Dra. Patrícia António, Directora Associada e colaboradora do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa, publicado na edição de hoje, 1 de Maio de 2025 do Jornal de Leiria, intitulado: "A hora em que não sabíamos nada uns dos outros"

Texto integral aqui:

"Em ano do seu 30º aniversário, a Companhia Olga Roriz presenteou-nos no CCB em Lisboa, com a remontagem da peça A hora em que não sabíamos nada uns dos outros, de Peter Handke, juntando o elenco fixo de sete bailarinos e um elenco exterior composto pelos bailarinos, que ao longo de 30 anos, fizeram parte da companhia e o resultado foi sublime e inquietante ao mesmo tempo. Nesta peça, inspirada na praça de Handke (1992), assistimos a uma praça que se torna palco de passagens, de silêncios, de gestos por vezes estranhos, por vezes familiares. Não há palavras, apenas música e corpos que se cruzam, aparecem, hesitam, desaparecem, como se cada um seguisse o seu percurso sem se dar verdadeiramente conta da presença do outro. Um desfile contínuo “do tempo sem tempo, de histórias sem histórias, de personagens sem discurso verbal, com passado e futuro indefinidos”, i.e., de almas vazias presentes e ausentes, onde a relação humana e a precaridade dos seus vínculos se apresentam. O que parece um atravessar de espaço na praça vai-se tornando, aos poucos, num espelho desconfortável do mundo em que vivemos - uma “peça metáfora” dos dias de hoje, onde ninguém parece verdadeiramente ligado a ninguém, nem à sua própria existência. Segundo as palavras de Olga Roriz escritas na folha de sala: “É uma peça intemporal na sua tradução da humanidade para o palco, porque está aberta ao aqui e agora de quem a leva à cena.”E isto questiona-nos sobre o que mudou e não mudou no mundo, interpela a nossa relação connosco próprios e com os outros, i.e., a nossa própria humanidade mas também o risco da nossa própria desumanização. Ao assistir à peça, vivenciei qualquer coisa do tempo que hoje habitamos: o vazio relacional, a solidão ruidosa, o deambular sem rumo, a deriva emocional. E lembrei-me de Sándor Ferenczi, psicanalista húngaro contemporâneo de Sigmund Freud e da importância da sua escuta clínica dedicada aos chamados “casos difíceis”. Ao contrário de outros autores da psicanálise clássica, Ferenczi ousou escutar o indizível. Deu voz ao que não se organiza em palavras mas que se inscreve no corpo, no gesto, na ausência. Deu voz às pessoas que, tal como as figuras desta praça, carregam histórias que não se contam em voz alta, por isso não precisam de interpretações mas de presença, de afecto, de uma escuta capaz de conter o caos e o silêncio. E, na verdade, não consegui deixar de pensar nas pessoas com quem trabalho diariamente. A actual “clínica do vazio”, como por vezes entre nós psicoterapeutas, lhes chamamos. Pessoas que nos chegam mas que não trazem narrativas construídas, nem sintomas claros – trazem antes um silêncio denso, uma ausência de enraizamento, uma sensação de instabilidade constante. Contam-nos que cresceram organizando-se em estruturas de personalidade frágeis, marcadas muitas vezes por negligências e traumas precoces, choros interrompidos e experiências fundadoras que não tiveram lugar ou nome e isto conta e dói! Exprimem algo que é fora da linguagem, algo que se oferece de forma crua à nossa sensibilidade e contenção. Como as figuras que atravessam a praça de Handke, são pessoas que nos surgem como corpos em trânsito, ora em urgência extrema, ora a deambular pela vida, muitas vezes suspensos e habitados por vazios e pela ausência de um Outro que os Escute. A praça como um espaço ampliado para as nossas intervenções, como por exemplo, a intervenção de redução de riscos e minimização de danos que fazemos com a pessoa onde a pessoa está, onde a nossa tarefa não é compreender, mas suportar e estar. E aqui reside um dos maiores desafios da clínica actual – oferecermos-nos eticamente como esse Outro disponível, seguro e contentor, para a escuta e para o acolhimento, testemunhando a existência da pessoa diante de nós. Saí da peça com uma sensação inquietante que não foi logo possível nomear. Talvez a peça nos convide justamente a parar. A ver. A escutar sem pressa para dentro e fora de nós, porque ao evidenciar o vazio, ela também o denuncia e, assim, abre espaço para o nosso desejo de um outro tipo de presença. Até quando vamos continuar a atravessar a praça sem nos tocar, sem nos vermos e sem nos olhar?"











O Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa deseja a todos os seus colaboradores, pacientes e amigos v...
17/04/2025

O Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa deseja a todos os seus colaboradores, pacientes e amigos votos de uma Páscoa Feliz!

Ainda a propósito do programa de ontem "Descubra as Diferenças ", uma conversa inspiradora entre a Dra. Patrícia António...
15/04/2025

Ainda a propósito do programa de ontem "Descubra as Diferenças ", uma conversa inspiradora entre a Dra. Patrícia António, nossa Directora Associada e colaboradora e a Jornalista Irina Gomes!

14/04/2025

Hoje à noite, no Programa "Descubra as Diferenças", do Canal S+ vai estar a Psicóloga Patrícia António, nossa Directora Associada e colaboradora, que irá explorar os temas da Vergonha e da Coragem.

Irá refletir sobre como é possível transformar o medo do que os outros pensam em confiança pessoal, e como pequenos gestos de coragem podem mudar uma vida inteira.

Não perca, às 21:00H, no Canal S+





A Primavera a despontar às janelas do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa 🌿🌴🌿
11/04/2025

A Primavera a despontar às janelas do Espaço N - Neurociências, Saúde e Desenvolvimento de Lisboa 🌿🌴🌿

10/04/2025
09/04/2025

Com a participação especial da nossa Directora Associada e colaboradora do Espaço N, a Dra. Patrícia António.

Mais logo no Canal S+ , posição 129 às 22h.

Endereço

Bairro De Alvalade

Horário de Funcionamento

Segunda-feira 12:00 - 20:00
Terça-feira 12:00 - 20:00
Quarta-feira 12:00 - 20:00
Quinta-feira 12:00 - 20:00
Sexta-feira 12:00 - 20:00

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