11/03/2021
Desde o início da pandemia por COVID-19, a vida como a conhecíamos mudou, e esta mudança repentina e tão drástica trouxe-nos uma série de fortes emoções com as quais ainda estamos a aprender a lidar, como o medo extremo e a ansiedade. Seja, pelo medo de ser contagiado e, consequentemente contagiar familiares e amigos; pela frustração e angústia de quem, se vê na eminência de perder um emprego ou um negócio; ou pela incerteza de se, e quando, poderemos voltar a estar “todos juntos”.
Como facilmente pode ser percebido, a exposição a uma situação de constante ameaça e/ou preocupação extrema tendo a dificultar a recuperação e o relaxamento necessário ao organismo. Neste sentido, a continuidade desta situação, caso não haja o uso voluntário de estratégias que nos permitam relaxar, podem levar a serem desencadeados sinais de stress e ansiedade, que podem conduzir a vários problemas para o organismo, como, por exemplo, a diminuição da imunidade, surgimento de perturbações do sono e, problemas de saúde mental, como as Perturbações de Ansiedade ou Perturbações de Humor.
Neste contexto, na prática,, que estratégias poderemos utilizar para contribuirmos para o equilíbrio ou do nosso organismo e, desse modo sermos pró-ativos na prevenção de problemas de saúde?
Antes de avançar, é necessário salientar que este conjunto de medidas se aplica de uma forma genérica, visto que somos todos diferentes e vivemos contextos diferentes e que, não substituem a necessidade de acompanhamento especializado em situações específicas.
A ansiedade pode surgir da nossa perceção das situações, ou seja, resulta até certo ponto, dos nossos pensamentos; portanto, aprender a identificar e a gerir os pensamentos automáticos negativos é parte importante deste processo, de modo a “sabermos” que pensamentos nos desencadeiam stress e preocupação de modo a ser mais fácil ativar comportamentos preventivos.
Para relaxar não resulta dizermos para pararmos de estar ansiosos ou “para termos calma”, pois estamos a direcionar o pensamento para o estado de ansiedade, o que nos mantem ansiosos. Algo que nos pode fazer sentir melhor, é arranjarmos entretenimentos ou passatempos - ver um filme, ler um livro, ouvir música, ver um programa televisivo que gostamos e que possibilite não pensarmos em mais nada, fazer uma atividade física, entre outras atividades que possam proporcionar sentimentos de bem-estar.
Ajuda focar a atenção no que depende de nós, procurando aceitar que as questões que não controlo não necessito de me desgastar a procurar mudá-las, tal como por exemplo, “as ações que os outros possam ter”, “quanto tempo vai durar a pandemia”, etc. Desse modo, irei ter mais tempo para me focar no que posso controlar: “ter uma atitude assertiva e positiva”, “estar informado e seguir as recomendações da Direção Geral de Saúde”, “limitar o acesso às notícias e escolher os programas que considero mais credíveis”, “ser compreensível e razoável para comigo e para com os outros”, “encontrar atividades agradáveis para fazer”, etc.
Neste alinhamento, através do “desenho” das tarefas anteriores é também possível e importante, estabelecer uma rotina. Ter uma rotina, pode ser algo que nos permite organizar a ter tempo para o que é prioritário e necessário, e para o que gostamos de fazer para satisfação pessoal, há um conjunto de atividades e autocuidados que nos podem ajudar a gerir saudavelmente o stress e a ansiedade, como por exemplo: ter um sono reparador e de qualidade; ter um espaço e um momento diário para a atividade profissional e/ou estudos; ter um espaço e um momento diário para atividade fisica e/ou de relaxamento; ter uma alimentação equilibrada (leia também sobre a “fome emocional” nesta página); manter um convívio regular com amigos e família (distância física não significa distância social).
Estas são algumas estratégias, no entanto, cada um de nós tem a sua individualidade, logo, cada um pode ir compreendendo o que melhor funciona consigo e o que necessita em dada altura da sua vida. Em todo o caso, se a ansiedade se manifestar frequentemente, na maioria dos seus dias, com uma intensidade que lhe cause sofrimento e incapacidade para realizar as suas atividades diárias, então talvez possa precisar de alguma ajuda especializada, não tenha vergonha de pedir ajuda!
Lembre-se que na atual situação de pandemia a ansiedade, a tensão ou a preocupação, tendem a ser mais comuns que o habitual, por isso, é importante desenvolvermos formas de proteger o nosso corpo e a nossa mente, tornando estes processos mais conscientes e aceitáveis.
Cuide de si, e se necessário, peça ajuda!