01/11/2025
NA QUALIA, FAZEMOS DA VIDA REAL A VERDADEIRA TERAPIA
porque é na forma como vivemos que o que sentimos encontra cura
A vida não se resolve em teoria. Resolve-se no gesto que fazemos a seguir. Quando alguém nos procura, não traz apenas ideias sobre si, traz o corpo cansado, a mente em turbilhão, relações que doem, escolhas adiadas e um desejo simples de voltar a respirar. O que fazemos começa aí: no real tal como está, sem promessas mágicas, sem atalhos. A transformação não nasce de controlar emoções, nasce de lhes dar um lugar e de decidir como viver com elas sem nos trair.
É por isso que trabalhamos a passagem do reagir para o responder. Reagir é deixar que o padrão antigo conduza o momento e reproduza mais do mesmo. Responder é criar um intervalo onde cabe consciência, nomear o que acontece por dentro e escolher um gesto que cuida de nós e da relação. Às vezes responder é f**ar calado para não ferir, outras vezes é dizer a verdade com respeito, outras ainda é pedir ajuda sem dramatizar. Quando este eixo se instala, a vida não f**a perfeita, f**a mais governável por dentro.
Também distinguimos entre sentir e fazer. Não pedimos que a tristeza acabe para então agir melhor. Agimos melhor mesmo tristes. Quem aprende a sustentar o desconforto descobre que o sentido nasce da coerência entre o que é dito e o que é feito, não da ausência de dor. E aí entra a reparação. Não basta reconhecer o erro, é preciso voltar, olhar nos olhos, ajustar rotinas que nos estavam a destruir, parar o consumo que anestesia, repor horas de descanso, reabrir conversas difíceis, integrar o que se aprendeu para que o próximo passo seja mais verdadeiro.
A utilidade prática aparece quando levamos esta atenção para os lugares comuns do dia. No trabalho, onde a pressa pede reacção, treinamos o intervalo que permite decidir. Em casa, quando a irritação sobe, trocamos o automatismo por palavras simples e precisas em vez de acusações vagas. Nas relações, aprendemos o tempo certo de falar e o tempo necessário de ouvir, pedimos presença com frases claras e colocamos limites sem humilhação. Não é um ideal irreal, é um modo de estar que se aprende devagar e se confirma no cotidiano.
Há ainda uma questão de ritmo. Transformar não é viver em urgência permanente, nem fazer da dor uma identidade. É aceitar a lentidão onde for preciso e decidir quando for tempo, é reconhecer que há dias de avanço e dias de manutenção, é permitir-se pedir companhia quando isso fortalece e saber f**ar consigo quando isso sustenta. Quem pratica este ritmo aprende a confiar menos em slogans e mais no que resiste no tempo.
Se procuras ajuda, talvez o primeiro movimento seja pequeno e decisivo: observar um momento do teu dia em que costumas reagir e experimentar criar um intervalo antes do gesto, nomear o que acontece por dentro com uma frase curta e honesta, escolher uma acção que cuida do vínculo e de ti ao mesmo tempo, e voltar depois para reparar o que for preciso. Não resolve tudo, mas muda a direcção. O resto constrói-se encontro a encontro, semana a semana, com presença, responsabilidade e cuidado. É assim que a terapia sai da sala e entra na vida. É assim que o que sentimos começa, de facto, a encontrar cura.
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