Profª. Doutora Sandra Guimarães, médica-cirurgiã oftalmologista

10/08/2025

Cirurgia de estrabismo.
Tem 4 anos.
Senta-se ao lado da mãe para adormecer com a anestesia. Vai ser operada por mim dali a momentos.
Segura a mão. Olha confiante.
Não há medo, há tranquilidade.
Porque o cuidado começa antes da cirurgia: na presença, na linguagem, no respeito.
Equipas pediátricas especializadas e comunicação adequada transformam a experiência delicada de uma cirurgia em segurança e empatia.
Obrigada à equipa fantástica que me acompanha🙏

16/07/2025

A edição de julho da revista SIM já anda por aí 😎

11/07/2025

Sabia que… após os 6 meses, já não é normal o bebé “trocar” os olhos?

Nos primeiros meses de vida, algum desalinhamento ocular pode acontecer enquanto o sistema visual ainda se está a desenvolver. Mas a partir dos 6 meses, os olhos já devem estar bem alinhados.

Se notar que o seu filho continua a desviar um ou ambos os olhos, mesmo que seja só de vez em quando, não espere. Pode ser sinal de estrabismo e quanto mais cedo for avaliado, melhor.

Fique atento. Um olhar pode dizer mais do que mil palavras.

10/07/2025

Parto de férias. Mas este ano levo comigo um misto de emoções, entre a alegria da pausa e a nostalgia de um ciclo que, de certa forma, se fecha.

Há seis anos recebi um convite que mudaria a minha vida profissional: liderar, organizar e fazer crescer um serviço de oftalmologia num hospital universitário. Aceitei com o coração cheio e a mente aberta. Foram dias intensos, noites sem dormir, muito esforço… e uma paixão imensa por este projeto.

Apaixonei-me por ele. E posso dizer, com toda a humildade, que foi um projeto vencedor. Não por mim, mas pelas pessoas incríveis que tive ao meu lado: oftalmologistas, ortoptistas, secretariado... todos que, desde o primeiro minuto, perceberam a minha entrega e caminharam comigo na construção e no crescimento deste serviço.

Fui muito feliz aqui. Mesmo com as dificuldades, que existem sempre, e com aqueles que, por vezes, não compreendem o que significa dar tudo por algo em que se acredita. Ainda assim, cada obstáculo foi um degrau. E olhar para trás hoje é perceber que esta foi uma das grandes realizações da minha vida.

Por isso, estas férias vêm com esse sentimento misto, porque sei que, quando regressar, o cenário já será outro. Não apenas por terem sido férias mais longas, mas porque me espera uma nova fase. Um novo hospital, ou melhor, o mesmo edifício, mas com uma nova administração, uma nova forma de trabalhar. Isso é natural. Já é público que o Hospital Escola da Universidade Fernando Pessoa passará brevemente a ser gerido pelo grupo Trofa Saúde.

Não digo isto com receio. Não espero nada de mau. Aliás, em muitos aspetos, pode até ser melhor. Mas o que me deixa neste estado nostálgico não é o medo do desconhecido, não sou pessoa de medos. É o sentimento de despedida.

Despeço-me de uma casa que foi sonhada por alguém. Uma casa construída com base num sonho. E eu sou uma pessoa que valoriza o sonho. Valorizo a vontade, a audácia, a coragem de fazer diferente, de sair da zona de conforto. Sempre senti isso neste hospital.

E agora, deixo esta casa, que continuará com as mesmas paredes, mas sei que ao regressar, será uma casa diferente. Com outra alma, outra liderança, outra visão. E está tudo certo com isso.

Mas eu valorizo, profundamente, quem sonha. Quem quebra barreiras. Quem ousa. E foi isso que senti aqui: o atrevimento de criar o primeiro Hospital Escola com uma universidade privada de medicina. Algo que muitos julgavam impossível. E eu tive o privilégio de fazer parte disso.

Até sempre!

(brevemente... rumo ao futuro!!!)


Hospital Fernando Pessoa
Trofa Saúde

18/06/2025

Hoje, no Dia Mundial do Médico, celebro com gratidão e orgulho mais de 20 anos de dedicação à medicina, mais precisamente, à oftalmologia. Escolher esta profissão foi uma das decisões mais marcantes da minha vida. Poder cuidar das pessoas, ajudá-las a ver melhor e, muitas vezes, a redescobrir o mundo com novos olhos, é um privilégio que continuo a abraçar com paixão todos os dias. Obrigada a todos os que confiam em mim e a todos os colegas que partilham comigo esta nobre missão.

17/06/2025

Hoje é um dia muito especial na minha prática clínica! Chegou o primeiro EyeSwiftPRO da Península Ibérica - e veio diretamente para o nosso consultório! 🥳

O EyeSwiftPRO é um aparelho inovador de diagnóstico com tecnologia de rastreamento ocular. Mas o que é que isso significa, na prática?

O rastreamento ocular permite seguir, com enorme precisão, os movimentos dos olhos, ou seja, conseguimos ver exatamente para onde a criança está a olhar, por quanto tempo, e de que forma os seus olhos se movimentam perante determinados estímulos visuais.
Esta informação é valiosíssima, especialmente em oftalmologia pediátrica, porque nos dá dados objetivos e não invasivos sobre o funcionamento da visão, mesmo em crianças muito pequenas ou com dificuldades de comunicação. Permite-nos detetar alterações visuais precocemente, de forma muito mais eficaz, e acompanhar o desenvolvimento visual ao longo do tempo.

A chegada do EyeSwiftPRO representa um grande passo em frente no diagnóstico oftalmológico infantil, e estou muito entusiasmada por podermos oferecer esta tecnologia de ponta aos nossos pequenos pacientes.🥰



Parabéns à Goldfarma e Rui Bandeira por procurarem sempre a inovação.

24/04/2025

Sabia que muitas dificuldades na escola podem estar ligadas à visão?
Problemas como miopia, hipermetropia ou astigmatismo muitas vezes passam despercebidos na infância. Um simples exame pode transformar a forma como ele vê o mundo. Literalmente!

Foto Freepik

www.sandraguimaraes.net

02/03/2025

Sabor a nosso!

Completo agora 20 anos desde aquele dia intenso de provas públicas na Ordem dos Médicos. Foi um dia longo e desafiador, com exames que começaram de manhã cedo e só terminaram já depois da meia-noite, com um júri nacional exigente. Lembro-me que na ultima pergunta, já perto da 1 hora da manhã, respondi um autêntico disparate. A sala gelou. Silêncio. Eu não percebi o que estava a acontecer. Estava tudo a correr tão bem... Fiquei a olhar para o júri, um a um, à procura de uma pista sobre aquele desconforto na sala. O júri repetiu a pergunta e eu repeti novamente a resposta. Achava que estava certa... "Ah" disseram com alívio "Assim, sim!". Só aí percebi que tinha pensado no fármaco certo, mas, pelo cansaço e adiantado da hora, devo ter dito outro fármaco qualquer, o meu cérebro já devia estar a dormir🤭. Mas o júri percebeu e não me penalizou🙏No final, recebi uma honrosa nota de 19,1 valores. No entanto, mais do que a nota, o que realmente marcou esse dia foi a sensação de encerramento de um ciclo de estudante (aos 33 anos! 🫣) e o início de uma nova fase com autonomia: passei a ter o título de especialista em oftalmologista.

Quanto tempo demorei a ser oftalmologista?Após os 6 anos de curso de Medicina + 2 anos de estágio obrigatório (atualmente reduzidos a um) enfrentávamos um exame nacional que definia a ordem de escolha das especialidades, e, felizmente, os meus resultados permitiram-me ser a primeira pessoa do norte a escolher Oftalmologia. A especialidade de oftalmologia durou mais 5 anos - pelo caminho, tive duas filhas 🥰.

Nunca quis colocar a vida familiar em segundo plano em relação à vida profissional. Protelar a construção de uma família, esperar pelo fim da Especialidade, esperar por momentos de menor stress (que muitas vezes nunca chegam a existir...) é a angústia frequente de um Interno. Ter duas filhas durante o Internato foi uma opção assumida. Esta opção, da qual hoje não tenho dúvidas ter sido a mais importante e recompensadora de toda a minha vida, em certas noites de choro, birras e doenças, não me pareceu de todo fácil... especialmente se no dia seguinte tinha a minha primeira cirurgia, o doente deitado no bloco, à espera do melhor desempenho e discernimento de execução.

Na altura, nesse dia longo, há 20 anos, pensei que estava a encerrar a minha jornada de estudante, mas rapidamente percebi que, na Medicina, somos eternos estudantes. Vieram depois o exame nacional para ser consultora (novamente provas publicas com júri nacional), o doutoramento (provas públicas com júri nacional e internacional) e muitos outros desafios.

Mas, acima de tudo, esse dia, há 20 anos, marcou o início da minha autonomia como especialista. E depois? Depois foi quando mais cresci! Tive a oportunidade de expandir horizontes em congressos, cursos e partilha de experiências com colegas nacionais e internacionais, fui consolidando e ampliando o meu conhecimento. Percebi que a verdadeira aprendizagem sólida começa quando nos tornamos especialistas - um pouco como todos sentimos quando tiramos a carta de condução: que só depois começamos realmente a aprender a conduzir!

Hoje, olhando para trás, sinto-me profundamente grata por ter escolhido esta vida e esta especialidade. Adoro ser oftalmologista e, acima de tudo, adoro poder ajudar os meus doentes. O caminho é exigente, mas não trocaria esta jornada por nada. Sem dedicação e entrega, nada tem "sabor a nosso". E é assim, com entrega e paixão que vou construindo a minha vida. Porque o caminho é a vida. Pessoal e profissional. Em equilíbrio e indissociáveis. 🫶❤️🙏

26/01/2025

O olhinho do seu bebé está sempre a lacrimejar?
Este problema é comum em bebés pequenos e difícil de lidar porque causa desconforto, quer nos bebés, quer nos pais. Felizmente a maioria resolve espontaneamente até aos 12 meses.
Quando a resolução espontânea não acontece até aos 12 meses, a sondagem das vias lacrimais deve ser realizada (80 a 90% eficácia), para evitar que o problema se torne crónico e mais difícil de resolver no futuro. Se essa sondagem não for eficaz, pode ser necessário repetir o procedimento e/ou colocar tubos de silicone nas vias lacrimais temporariamente.
Massagem? Vale a pena?
Não se sabe ao certo se ajuda... No entanto, não é necessário passar o dedo num movimento descendente sobre o s**o lacrimal, como é frequentemente ensinado aos pais. A compressão do s**o lacrimal é o único requisito. E só é eficaz se houver conteúdo acumulado no s**o lacrimal... Caso contrário, não vale a pena! Ou seja, na maioria dos casos não valerá mesmo a pena.
Fotos: A realizar uma sondagem das vias lacrimais de um bebé sob sedação. Nota: Foto do bebé não corresponde ao bebé que está a ser intervencionado, por razões de confidencialidade. Foto freepik.

18/01/2025

A vida é feita de pequenos feitos, e são eles que muitas vezes nos trazem as maiores satisfações. Há menos de uma década, a área de investigação surgiu na minha vida e, desde então, abracei-a com entusiasmo. Este percurso tem-me proporcionado momentos de grande satisfação e realização pessoal e profissional. Ser médico não exige que sejamos investigadores, mas quando adicionamos a investigação à medicina, o nosso entendimento e perceção da ciência atingem um patamar diferente, tornando-nos mais completos. Sou profundamente grata a todos aqueles que me desafiaram e motivaram a mergulhar neste fascinante mundo da investigação.

20/12/2024

Tem medo de ser operado às cataratas?
Sabia que as pessoas com cataratas têm maior risco de desenvolver demência?
Ouça a entrevista que dei ao projecto Saúde Porta-a-Porta da Associação de Estudantes da Nova Medical School, Lisboa.

22/10/2024

"A vida é o que fazemos dela" Fernando Pessoa

Em 2019 aceitei o convite para criar e liderar um Serviço de Oftalmologia num hospital privado, uma tarefa que nunca tinha imaginado para mim, mas que abracei com entusiasmo.

Construir este projeto contituiu uma fase muito bonita da minha vida profissional, e tenho imenso orgulho no que se conseguiu alcançar. Trabalhar neste Servico é hoje um privilégio e uma satisfação. Somos uma equipa coesa, de profissionais e pessoas extraordinárias.

Sempre abracei os desafios que me motivam e me impulsionam. Desde a minha formação em Medicina, passando pelo doutoramento, até à mudança do SNS para o setor privado, cada etapa foi uma decisão ponderada e alinhada com o que foi fazendo sentido para mim.

Estes 5 anos a desenvolver e a coordenar o nosso Serviço foram muito motivadores e gratificantes. Mas agora, novamente, vou ser fiel ao que neste momento faz mais sentido para mim. Vou voltar focar-me e a ter tempo para o que mais me realiza: os meus doentes, a prática clínica e a investigação científica.

Felizmente na nossa equipa existem profissionais com motivação e visão capazes de continuar a liderança deste Serviço, e posso com tranquilidade passar a pasta. Estou certa que a Profª Keissy Sousa continuará o bom desenvolvimento do Serviço de Oftalmologia, como nova diretora.

Para os meus pacientes, estarei aqui, como sempre, a dedicar-lhes o meu tempo e o meu saber, empenhada na prestação de cuidados de saúde de qualidade e diferenciados. Continuarei a trabalhar neste hospital de que tanto gosto, o segundo hospital no país com uma escola de medicina privada associada, e no Serviço com que contribui como directora durante os últimos 5 anos.

Bem hajam!