28/02/2023
Sempre fui fascinada pelas relações familiares. Sobretudo em perceber como estas nos moldam, nos constroem, nos lapidam até.
Sou fruto de duas grandes árvores familiares que se juntaram e através das quais me foi dada a vida. Árvores estas carregadas com a força mas também com alguns nós fruto das suas histórias, das suas conquistas, dos seus sofrimentos, dos seus segredos e das suas alegrias.
Muitas vezes, fruto das minhas feridas, ousei olhar para os ramos atrás que me nutriram e ansiava pela sua mudança, desejava que as coisas tivessem sido diferentes... Achei-me no direito de julgar a forma como esses ramos me nutriram, me defenderam face às intempéries da vida e me fizeram crescer.
Pobre fruto que se acha maior que o ramo que lhe deu a vida, pois ainda não percebeu a magnitude da mesma.
Hoje procuro olhar com respeito para os que me antecederam, honrando o seu caminho e agradecendo o dom da vida que me foi dada por eles.
Não é um caminho fácil, e por vezes volto a olhar para o meu umbigo.
Mas ao olhar para ele que me lembre da sua origem e da sua função, de toda a saga que antecedeu a sua formação. Ao olhar para ele que veja a minha mãe e toda a sua entrega e amor, o meu pai e toda a sua força, os meus avós, bisavós e restantes ancestrais que pela sua vida permitiram que eu tivesse a minha.
Reconhecer a minha, NOSSA história familiar, olhar para ela com respeito e honrá-la é tudo o que posso fazer para seguir com a minha.
Isto venho descobrindo devagar, devagarinho num processo pessoal, e para isso muito tem contribuido a Psicoterapia, terapias holísticas e o Curso de Constelação Familiar Sistémica e Transgeracional.
Permitiu-me um novo olhar sobre mim e sobre os meus.
Vou continuar o caminho de regar a minha Árvore com um Amor consciente, honrando tudo tal qual foi.
