17/09/2023
Crescemos com o sonho de encontrar o príncipe encantado ou salvar a princesa e viver felizes para sempre. Na infância não temos percepção que as relações humanas não são um paraíso.
Apesar de, nessa idade, os amigos já se zangarem, serem violentos uns com os outros, ou fazerem maldades. Na adolescência, as relações entre os pares mantêm-se com altos e baixos: o amigo que contou um segredo, o amigo que começou a namorar com a namorada do amigo, conhece-se a traição e muito mais.
Apesar de todas estas vicissitudes, continua-se a acreditar na relação amorosa como o patamar a partir do qual viver com alguém, partilhar sonhos, objetivos, constituir família e muito mais vai ser algo fácil, porque é isso que cresceu a acreditar.
Quando se olha para o lado e se percebe que as relações amorosas dos outros não estão a correr assim muito bem continua-se a acreditar que eles é que estão a fazer alguma coisa mal porque, se fizessem tudo bem, eram felizes, tudo acabava bem. Atribui-se responsabilidade a um ou a outro por falta de diálogo, porque um só pensa em trabalhar, porque um quer sair e divertir-se e o outro prefere ficar em casa, porque um ou os dois não estão muito dispostos a partilhar as tarefas domésticas.
Ou seja, há tantos patamares e assuntos na vivência conjugal que há uma tendência natural a responsabilizar, por exemplo, um porque pensa que manda e que tem que ser tudo como quer, e o outro porque também tem um feitio explosivo, não tem calma a falar, …E é assim que se vai olhando para a vida de uns e outros opinando mas sempre acreditando que comigo vai ser diferente pois eu vou saber fazer as coisas.