15/10/2018
Apresentação do Estudo realizado em Coimbra na FMUC com Coriolus.
Uma equipa de investigação do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR) da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra descobriu que o cogumelo “Coriolus versicolor” aumenta a complexidade dos novos neurónios formados no hipocampo adulto, uma área do cérebro ligada à memória.
O estudo, publicado na revista “Oncotarget”, foi realizado em murganhos submetidos a uma dieta com a biomassa do cogumelo, tendo-se verificado um aumento significativo da arborização das dendrites (prolongamentos dos neurónios que permitem que estes comuniquem entre si) de novos neurónios formados no hipocampo adulto.
Ana Cristina Rego e Frederico Costa Pereira, coordenadores da investigação, referem que «os nossos resultados sugerem que este cogumelo poderá contribuir para o fortalecimento da reserva neurogénica e possivelmente da ‘reserva cognitiva’. Sugerimos que uma dieta que inclua
este suplemento possa fazer parte de uma estratégia que favoreça o envelhecimento saudável, incluindo a prevenção de défices cognitivos associados ao processo de neurodegenerescência. Contudo, mais estudos pré-clínicos terão de ser realizados.»
O presente estudo teve como primeiras co-autoras Elisabete Ferreiro, investigadora do CNC e Inês Pita, investigadora do iCBR, durou cerca de 18 meses e contou com o patrocínio de “Mycology Research Laboratories Ltd.” (www.mycologyresearch.com; e-mail: info@mycologyresearch.com; Tel.: +44-1582-48-209), uma empresa fundada no Reino Unido em 1997, focada em produtos de nutrição baseados em cogumelos, e que mantém colaborações com várias universidades portuguesas. Em Portugal, esta empresa é representada pela Aneid Produtos Farmacêuticos Lda. (www.aneid.pt). O Diretor Geral desta empresa, William Ahern, considera que «o facto da suplementação com biomassa do cogumelo Coriolus versicolor poder beneficiar o hipocampo de murganhos, sugere que mais investigação básica e clínica terá de ser realizada para demonstrar um aumento da ‘reserva cognitiva’». O grupo de investigação contou ainda com a participação da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa, do instituto espanhol Achucarro Basque Center for Neuroscience, do Ministério da Educação de Maputo em Moçambique e do Departamento de Ciências Biomédicas e Biotecnológicas da Escola de Medicina da Universidade de Catania em Itália.