24/10/2025
A fibromialgia é uma síndrome crônica e complexa que afeta o sistema nervoso central e causa dor musculoesquelética difusa, acompanhada por uma série de outros sintomas físicos e emocionais. Embora ainda seja pouco compreendida, sabe-se que ela não é uma doença inflamatória nem autoimune, mas sim um distúrbio na forma como o cérebro e a medula espinhal processam os sinais de dor. Isso faz com que o corpo interprete estímulos comuns — como toque, pressão ou mudanças de temperatura — como algo doloroso.
A origem exata da fibromialgia ainda não é totalmente conhecida, mas acredita-se que esteja relacionada a fatores genéticos, alterações químicas no cérebro, traumas físicos ou emocionais, infecções e até distúrbios do sono. Ela é mais comum em mulheres entre 30 e 60 anos, mas também pode afetar homens, adolescentes e idosos.
Conviver com fibromialgia é viver com uma dor que não tem hora para começar nem terminar. É acordar cansado mesmo após uma noite de sono, sentir o corpo pesado, a mente confusa e, muitas vezes, lutar contra a incompreensão das pessoas que não enxergam o que está acontecendo por dentro. É uma condição invisível, mas extremamente real.
Os sintomas mais comuns incluem:
▪️Dor crônica generalizada: presente em diversas partes do corpo, com intensidade variável.
▪️Cansaço extremo e fadiga constante: sensação de exaustão mesmo após o descanso.
▪️Névoa mental (fibrofog): dificuldade de concentração, esquecimento e lentidão para pensar.
▪️Formigamentos e câimbras: sensações desagradáveis que afetam membros e músculos.
▪️Sensibilidade ao toque: até um simples abraço ou o peso de uma roupa pode causar dor.
▪️Rigidez muscular: especialmente ao acordar ou após longos períodos de repouso.
▪️Síndrome do intestino irritável: dores abdominais, gases, diarreia ou constipação.
▪️Enxaquecas e dores de cabeça frequentes.
▪️Síndrome das pernas inquietas: vontade incontrolável de mover as pernas, principalmente à noite.
▪️Ansiedade e depressão: muito comuns devido à dor constante e ao impacto emocional da condição.
O tratamento é multidisciplinar e busca reduzir os sintomas, mas não há cura. Ele pode envolver medicamentos, fisioterapia, psicoterapia, exercícios adaptados e estratégias para melhorar sono e qualidade de vida, mesmo que de forma limitada.
Viver com fibromialgia é aceitar que alguns dias serão mais difíceis, que o corpo e a mente podem falhar sem aviso, e que muitas atividades precisarão ser adaptadas ou interrompidas. Não é sobre “superar” ou “viver bem” sempre — é sobre sobreviver ao dia a dia com dor, entender seus limites e tentar manter o mínimo de autonomia e dignidade possível.