15/05/2025
O medo às agulhas é uma realidade para muitas crianças — e também para muitos adultos. Segundo um estudo publicado na revista científica Journal of Advanced Nursing, cerca de 63% das crianças e adolescentes demonstram receio moderado a severo em procedimentos com agulhas. E este medo, quando não é bem gerido, pode persistir até à idade adulta, levando a pessoa a evitar vacinas, análises ou outros cuidados de saúde essenciais.
O medo de agulhas é causado pelo condicionamento clássico. Uma criança pode receber uma vacina quando é pequena e começar a associar a dor que esta provoca às agulhas, em geral. Compreensivelmente, desenvolvem um medo e farão de tudo para evitar essa coisa assustadora.
Mas a boa notícia é que os pais têm um papel fundamental na forma como os filhos enfrentam estas situações. Com empatia, preparação e algumas estratégias práticas, é possível transformar a experiência em algo mais calmo, seguro e até positivo.
Neste artigo, partilhamos sugestões simples e eficazes para ajudar os mais pequenos a lidar com o medo das agulhas sem lágrimas (ou com muito menos!).
1. Reforçar o controlo da criança através de escolhas
Os pais conhecem melhor os seus filhos e é provável que já estejam a colocar em prática algumas estratégias úteis para reduzir o medo de agulhas. Algumas dessas estratégias incluem dar às crianças escolhas adequadas: por exemplo, os pais podem incentivar a contar até 5 ou 10 antes de o profissional de saúde administrar uma vacina. Isto ajuda a aumentar a sensação de controlo da criança e, por sua vez, reduz a ansiedade.
2. Foco em atividades preferidas
Quando as crianças estão envolvidas em atividades que gostam, têm mais probabilidades de se manterem calmas. Os pais são encorajados a desviar a atenção da criança da agulha para uma atividade preferida, como um vídeo, uma história ou uma canção.
3. Colocar a criança numa posição confortável
Durante a administração de vacinas, recomenda-se que os pais falem com o profissional de saúde sobre a possibilidade de posicionar a criança de uma forma mais confortável, uma vez que as crianças se sentem mais vulneráveis quando estão deitadas de costas.
Permitir que as crianças se sentem na vertical, possivelmente ao colo dos pais, ajuda a aumentar o conforto da criança e a reduzir os sintomas de ansiedade durante a administração de uma vacina.
4. Técnicas de Relaxamento
Antes ou durante uma experiência com uma agulha, os pais podem ajudar a aliviar a ansiedade e os sintomas da criança, ensinando-a a relaxar utilizando as seguintes estratégias:
🔸 Praticar a respiração lenta e profunda em conjunto.
🔸 Apertar uma mão ou um peluche na mão oposta ao local da vacina enquanto respiram fundo.
5. Trabalhar os pensamentos e as emoções (estratégia cognitiva)
Com esta técnica, os pais podem ajudar os filhos no processo de identificar e desafiar os medos ou pensamentos negativos, relativamente ao medo de agulhas, dizendo as seguintes frases em conjunto:
🔸 “Eu consigo fazer isto”.
🔸 “Eu consigo fazer coisas difíceis.”
🔸 “Sou corajoso e forte”.
🔸 “Esta injeção vai ser boa para mim.”
6. Validar os sentimentos e medos da criança
Pode fazer com que o seu filho se sinta ouvido e, ao mesmo tempo, ajudá-lo a lidar com a situação. Adote um diálogo de compreensão: “Eu sei! Não é muito divertido. Não estás ansioso por isto, pois não? Eu percebo. É por isso que vamos fazer um plano para que te possas sentir mais confortável e em controlo”.
Isto pode ajudar o seu filho a sentir que o está a ouvir e que está lá para ele. Está a fazer com que ele saiba que as suas preocupações são razoáveis e que há algo a fazer em relação a elas.
Ainda importa referir que alguns pais hesitam em intervir ou partilhar o que sabem que funciona com os seus filhos — seja por receio de incomodar os profissionais de saúde ou por não serem convidados a participar. Mas a verdade é que ninguém conhece uma criança tão bem como os seus pais, e essa informação é preciosa.
Falar, perguntar e sugerir não é intrometer-se — é colaborar. Médicos, enfermeiros e pais partilham o mesmo objetivo: garantir que a criança se sinta segura, tranquila e bem acompanhada.
Ao seres a voz do teu filho, estás não só a melhorar a experiência no momento, mas também a construir uma relação positiva com os cuidados de saúde que pode durar toda a vida!
Por outro lado, temos o Buzzy, que deve ser introduzido desde o primeiro contacto da criança com procedimentos que envolvam agulhas. Ao ser utilizado logo nas primeiras experiências médicas, ajuda a prevenir o desenvolvimento do medo ou ansiedade associados às picadas, muitas vezes evitáveis. Desta forma, pode reduzir (ou até eliminar) a necessidade de aplicar as estratégias acima para gerir o desconforto.
O Buzzy é um dispositivo médico não farmacológico, que combina vibrações de alta frequência com frio, bloqueando a transmissão dos sinais de dor para o cérebro — o que reduz de forma significativa a perceção da dor.
Além de ser portátil, reutilizável e fácil de aplicar, é amplamente utilizado por profissionais de saúde em todo o mundo, sendo uma solução particularmente eficaz para crianças com maior sensibilidade ou historial de medo de agulhas.