
16/06/2023
Sem dúvida, ninguém cresce bem em ambientes onde não mora o amor e o respeito. 🙏
O que é melhor: ter os pais a “meio gás”, a viver a tempo inteiro ou os pais “a meio tempo”, a serem pais “de corpo inteiro”?
Ter os pais a “meio tempo”. A serem pais “de corpo inteiro”!
Porque coabitar com quem não se ama - em nome dos filhos - lhes dá pais que mal falam. Que rezingam, para dentro, murmurando entre-dentes. Que, ao mínimo senão, têm desabafos com farpas. E têm olhares ora tristes e magoados; ora agrestes e muito zangados. Que alimentam, mesmo sem querer, uma tensão, que faz lembrar um amuo que nunca se desfaz. Que leva a que um filho viva encolhido. Como se, a qualquer momento, ele se torne o pretexto para que um dos pais ribombe ou relampege.
Porque coabitar com quem se não se ama e não se admira faz com que essa pessoa se torne um intruso no meio de nós. Ou um estranho com quem se adormece. E tudo isso nos faz sentir mais “feios”, todos os dias. Para que, depois, tentemos amar um filho de cara aberta. E os nossos olhos sorriam. Enquanto a alma esbraceja e luta contra eles.
Coabitar não é conviver. É cumprir calendários e cadernos de encargos. Que faz dos fins de semana dias cinzentos, mesmo que o sol se esgadanhe e brilhe e brilhe. Que faz com que se aprenda que as festas são celebrações mas não são festa. E que ter-se mimo, de um ou de outro dos pais, seja correr a dar colo a um; e correr a dar colo ao outro. E haver sempre uma secreta aflição (que nada resolve) que faz com que os filhos vivam os pais de forma dorida, quando se aninham ou, mesmo, os abraçam. Mesmo que os pais se prendam no colo de um filho. E pareçam querer fazer dele a sua “casa da árvore”. Onde se escondem, sem ninguém ver.
O que é melhor: ter os pais a “meio gás”, a viver a tempo inteiro? Ou os pais “a meio tempo”, a serem pais “de corpo inteiro”?
Não se podendo ser pais de corpo inteiro, o tempo todo, sermos pais “a meio tempo”. De corpo inteiro!