
23/07/2025
✨ Como escrevo uma carta à minha alma
(ou o que acontece quando deixo o coração ditar)
Há momentos em que a mente se cala.
Não por incapacidade, mas por reverência.
E é então que começa o verdadeiro diálogo.
Quando sinto esse chamado subtil, mas insistente paro.
Fecho os olhos.
E fecho também os olhos da mente.
Porque para escrever à alma,
não se pode estar a ver cá fora.
É preciso ver por dentro.
Desce então uma luz.
Não é uma metáfora.
É real, sentida no corpo.
Uma luz azul-elétrica e branca-suave,
que percorre o meu canal de cima a baixo,
e pousa devagar sobre o meu coração.
Como quem diz:
“É aqui que vamos escrever.”
Sinto as células do coração a despertar,
como se fossem pequenas lâmpadas acesas uma a uma.
E com esse acender interno,
as minhas baterias recarregam.
A fadiga, o peso, as dúvidas tudo suaviza.
E nasce um espaço limpo, fresco, pronto.
É nesse instante que pego no caderno.
Onde simplesmente deixo a mão deslizar sobre o papel.
E escrevo.
Não com planos.
Não com técnicas.
Mas com presença.
A minha alma começa a ditar,
com palavras que eu própria ainda não sabia que sabia.
São ideias claras.
São sentimentos antigos com novas roupagens.
São instruções doces, como um mapa sagrado.
Às vezes começa com uma pergunta:
“O que precisas de me dizer hoje?”
Outras vezes, é só um abrir de peito.
E a escrita vem.
Como água de nascente.
Chamo a isto escrita inteligente
não porque vem da mente,
mas porque vem de um lugar mais alto e mais íntimo.
É a inteligência da alma a descer ao corpo,
em forma de verbo,
em forma de verdade.
E quando termino, leio.
E quase sempre choro.
Porque ali, naquele papel,
está uma versão de mim que já sabia.
E que esperava apenas que eu a escutasse.
Com amor,
Tânia Cardoso ❤️🔥 Luz Eterna