
09/10/2025
Quando tu olhas para um corpo, tu estás a olhar também para uma história, para medos, traumas, conquistas, evolução…
Esse corpo é o resultado de saúde física e emocional, ou da sua ausência.
Quando tu elogias uma perda de peso, tu podes estar, sem saber, a elogiar distúrbios alimentares, lutos, depressão, ansiedade ou outra condição de saúde mental, o término de uma relação, uma doença física grave.
Tu podes estar a elogiar culpa por comer, exercício físico excessivo, restrição severa e até vomito auto induzido.
Tu podes estar a elogiar a dificuldade em comer, o medo gigante de engordar, os pensamentos constantes em comida.
Tu podes estar a elogiar comportamentos autolesivos que a pessoa mantém para ter esse corpo magro e receber esses elogios para se sentir validada.
Tu podes estar a elogiar autocrítica e punição, elevados níveis de exigência, sentimentos de insuficiência e inferioridade, de incapacidade ou de não pertença.
Quando elogias um corpo magro ou uma perda de peso tu podes estar a empurrar a pessoa ainda mais para fundo do que ela já se encontra.
O mesmo acontece quando criticas o corpo gordo ou o ganho de peso.
Tu não sabes se a pessoa se encontra nessa condição física porque quer ou porque não consegue sair dela, porque se sente sem controlo. Tu não sabes se a pessoa mantém essa condição à custa de uma doença física ou mental.
Então, da próxima vez, em vez de dizeres “estás mais magrinha, estás tão bem” ou “engordaste desde a última vez que te vi”, pergunta antes como é que a pessoa se sente, se a podes ajudar de alguma forma ou simplesmente “estou aqui para ti, se precisares”
Mais amor, por favor 🩷